ESTUDO PREVE NOVA CRISE AÉREA NO BRASIL EM SETE ANOS
O Brasil passará por um segundo gargalo aéreo na década de 2020, após a Copa do Mundo e as Olimpíadas.
Hoje, os problemas se concentram nos terminais de embarque. Dez dos
principais aeroportos brasileiros têm essa estrutura saturada.
Mas mesmo que esse nó seja desatado, o país terá de lidar em seguida com
a saturação nas pistas e no tráfego de aviões sobre os aeroportos.
Hoje, já há uma pista sobrecarregada: a do aeroporto de Congonhas. Um
novo estudo da FGV aponta que isso vai se alastrar. A pista de Viracopos
deve chegar ao seu limite até 2020. A partir daí, a situação se
complica: até 2030, mais uma dezena de aeroportos nas principais
capitais vão precisar de investimentos em suas pistas.
Isso porque o atual "caos aéreo" brasileiro não é exatamente aéreo, mas
terrestre, no embarque. Já o número médio de pousos e decolagens por
hora em si é baixo: 38, ante uma média global de 88.
Com o tempo, a tendência é que o número brasileiro se aproxime do internacional.
Em 2002, o Brasil realizou apenas 36 milhões de embarques. Em 2012, já
eram 101 milhões, mas para os especialistas esse número ainda é pequeno
para um país de 200 milhões de habitantes.
Os EUA, com população de 300 milhões, realizam 650 milhões de embarques
ao ano. A FGV estima que o Brasil terá 195 milhões de passageiros em
2020 e 312 milhões em 2030.
Nesse cenário, serão necessários investimentos de cerca de R$ 30 bilhões até 2030 para adequar os aeroportos.
A maior parte desse valor, entre R$ 10,7 bilhões e R$ 14,2 bilhões, terá de ser desembolsada entre 2020 e 2030.
Para Gesner Oliveira, coordenador do estudo, a solução para eliminar
esses gargalos é expandir o investimento privado no setor. Nesse
sentido, as primeiras concessões, realizadas pelo governo federal em
fevereiro de 2012 (Guarulhos, Viracopos e Brasília), devem trazer
investimentos de cerca de R$ 16 bilhões.
Para Oliveira, evitar um segundo apagão aéreo após os grandes eventos
esportivos dependerá da agilidade nas novas concessões. "Além disso, se
só um grupo controlar os principais aeroportos, não haverá concorrência
nem melhor qualidade do serviço".
Em evento na Fiesp no começo do mês, o presidente da Agência Nacional de
Aviação Civil, Marcelo Guaranys, disse que os estudos prévios para os
editais dos aeroportos de Galeão (RJ) e Confins (MG) estão em fase de
conclusão.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
fonte/foto/FolhaSP
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