COMANDANTE DA GOL CANCELA VOO POR CANSAÇO

Um comandante da companhia aérea brasileira GOL anunciou aos passageiros que já se encontravam sentados no avião para levantar voo, que estava exausto e que não reunia as condições físicas necessárias para fazer a viagem.

O caso aconteceu no último domingo, dia 23 de Novembro, e foi revelado hoje, quinta-feira, pelo canal televisivo de notícias ‘Jornal da Band’ que, no trabalho apresentado inclui até um vídeo em que estão gravadas as palavras do comandante na ocasião em que se dirigiu aos passageiros.

O comandante informou que “não tinha condições nem reflexos” e seria “uma irresponsabilidade” voar naquele estado, refere um texto publicado sobre a matéria no site da Band. O piloto estaria se sentindo cansado após uma longa jornada de trabalho.

“Eu vou ser sincero com todos vocês: nós já estamos regulamentados, eu não tenho nem mais reflexos, eu não tenho condições. Seria uma irresponsabilidade com todos vocês”, disse o comandante aos passageiros do voo que acataram ordeiramente a posição do piloto, entendendo as razões que o moviam e, alguns até, se mostraram sensibilizados com a sua franqueza e decisão.

O avião, um Boeing 737-800, realizaria o voo 2125 do Aeroporto Internacional de Confins, na cidade de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, para o Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. Os passageiros foram alojados num hotel e retomaram a viagem no dia seguinte, segunda-feira, pelas 21h00, acrescenta o canal televisivo

Em nota, a GOL reconhece o incidente e afirma que a decisão do piloto foi correta. A companhia não explica, no entanto, porque o comandante que já havia enfrentado longa jornada de trabalho estava na aeronave nem porque a decisão de desistir da viagem teve que partir dele, o que, no mínimo, é extremamnente preocupante, em termos de segurança de um voo e da responsabilização da companhia perante os seus clientes.

O trabalho transmitido pelo canal televisivo ‘Jornal da Band’ volta a suscitar o debate sobre a excessiva carga de trabalho que algumas companhias aéreas exigem aos seus tripulantes, situação condenada pelos reguladores e associações sindicais, além dos organismos internacionais, mas muitas vezes bem visível na carga horária exigida aos pilotos, outros tripulantes e pessoal de terra que está diretamente relacionado com as questões operacionais. Contudo, tolerado, muitas vezes, pela voluntariedade e empenho dos funcionários de cumprir horários e acompanhar a forte competitividade que existe entre as empresas de transporte aéreo no Brasil. A reportagem da Band levanta questões e aponta que algo tem de ser feito para segurança dos passageiros e dos tripulantes e para que os clientes não percam a confiança nas suas companhias aéreas.

fonte/JornalBand/NewsAvia

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