RÚSSIA-BRASIL: DOS HELICÓPTEROS PARA OS CAÇAS DE QUINTA GERAÇÃO ???
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T-50
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A Rússia e o Brasil intensificam a sua cooperação técnico-militar. Durante a exposição LAAD 2013 se está planejando discutir a possibilidade de desenvolver em conjunto sistemas antiaéreos, assim como aumentar a exportação de armamento russo para o Brasil.
América Latina – uma entrada cautelosa
Os
helicópteros russos são populares na região, na América Latina eles
podem ser encontrados praticamente em todos os países, desde o México
até à Argentina. Eles são muito usados por países como o Peru, a
Venezuela e Cuba, tendo também aparecido nos últimos anos nos principais
países da região – no Brasil e na Argentina.
A
cooperação técnico-militar da Rússia com os países da América Latina já
se desenvolve há bastante tempo, mas a sua escala tem sido bastante
limitada. A situação começou a se alterar nos anos 2000 graças à
cooperação com a Venezuela, que continua a ser o parceiro mais
importante da Rússia nessa região. Entretanto, foram também concluídos
pequenos contratos com outros países, do Uruguai ao Brasil.
Os
primeiros contratos com o Brasil datam de meados dos anos 2000, quando
esse país recebeu sistemas portáteis de mísseis terra-ar russos Igla
no valor de 20 milhões de dólares. Em 2009, foi assinado um contrato
para o fornecimento de 12 helicópteros de combate Mi-35 por mais de 200
milhões de dólares. Já no final de 2012, se chegou a um acordo para a
instalação no Brasil de uma unidade de montagem de helicópteros Mi-171 e
de um centro de assistência aos Mi-35. Nos próximos tempos é esperada a
assinatura de um contrato de fornecimento de sistemas antiaéreos, os
complexos de artilharia e mísseis Pantsir e mais sistemas móveis Igla, num total de um bilhão de dólares.
Além
disso, também o empreendedorismo brasileiro se começou a interessar
pelo material russo. Em dezembro de 2012, o fabricante russo
Helicópteros da Rússia (Vertolety Rossii, em russo) firmou um contrato
para o fornecimento em 2015 de 7 helicópteros Ka-62 à empresa brasileira
Atlas Táxi Aéreo, com opção de compra para mais 7 aparelhos. É de
referir o fato de este ser o primeiro contrato de exportação de
aparelhos Ka-62, cuja produção em série deverá ter início apenas em
2014.
O T-50 para o Brasil será uma realidade aguardada?
O
potencial de cooperação aeronáutica da Rússia com o Brasil não se
esgota nos helicópteros. Uma das intrigas principais dos últimos anos
são os resultados do concurso para o fornecimento de caças à Força Aérea
Brasileira. Ele já dura há 10 anos com periódicas interrupções. O
concurso para a compra de caças para a FAB segundo o programa F-X foi
anunciado em 2001 e cancelado em 2005. Em 2008, ele foi retomado como
F-X2 e voltou a ser interrompido em 2010. No concurso participaram, nas
diferentes fases, o caça norte-americano Boeing F/A-18E/F Super Hornet, o
francês Dassault Rafale, o sueco Saab JAS 39 Gripen NG e o europeu
Eurofighter Typhoon.
Durante algum tempo, a Rússia
tentou entrar no concurso com o caça Su-35S, mas essa tentativa não teve
sucesso. Entretanto, muitos especialistas referem o interesse
brasileiro relativamente ao caça de quinta geração T-50. A aquisição
desse aparelho com a instalação da montagem no Brasil poderia aumentar
consideravelmente as capacidades da FAB e da indústria aeronáutica
brasileira.
A possível aquisição pelo Brasil do T-50,
ou de uma versão desse avião especialmente desenvolvida para esse país,
já está a ser discutida há algum tempo e o aparelho russo tem hipóteses
de sucesso: de fato, este é o único caça de quinta geração que o Brasil
poderá receber num futuro previsível. Entretanto, e considerando o
crescimento do potencial econômico desse país, um avião deste tipo não
seria nenhum luxo supérfluo, especialmente numa atual situação política
pouco previsível.
Essa aquisição estaria dentro da
lógica geral do reequipamento das Forças Armadas brasileiras, que visa
desenvolver capacidades de uma potência de primeira linha tais como uma
aviação de convés e uma frota de submarinos nucleares. Um avião de
quinta geração, na atual situação, seria não só um elemento de
prestígio, mas também um meio dissuasor. Ele poderá ser muito útil no
caso de o desenvolvimento da economia brasileira e a defesa dos seus
interesses criarem um antagonismo político entre o Brasil e alguma das
principais potências mundiais.
fonte/VozDaRussia
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