AEROPORTOS PODEM PARAR ANTES DO NATAL
Os aeroportos brasileiros podem parar a partir do dia 22, às vésperas do Natal. Os aeronautas (tripulantes das aeronaves) e os aeroviários (funcionários das companhias que trabalham em solo) prometem fazer uma greve para pedir melhores salários às empresas aéreas.
Os aumentos variam entre 10% (aeronautas) e 14% (aeroviários) sobre o piso das duas categorias. As empresas aéreas oferecem 3% de reajuste salarial e 6% de valorização sobre o piso. Uma reunião marcada para esta sexta-feira (16) deve decidir se haverá greve ou não.
Em nota, o SNA (Sindicato Nacional dos Aeronautas) diz que paralisação dos trabalhadores pode ocorrer por “tempo indeterminado” a partir da meia noite do dia 22 (quinta-feira da próxima semana).
Caso as negociações avancem antes do dia 22, as categorias realizarão novas assembleias para avaliar a proposta.
Para a Fentac (Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil), ligada à CUT (Central Única dos Trabalhadores), a proposta das empresas é ruim porque não dá aumento real aos funcionários. Isto é, os novos salários não cobrem a inflação do período, como explica Celso Klafke, presidente da Fentac/CUT e do Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre.
- Não podemos aceitar um reajuste menor do que a inflação, porque isso significaria que os trabalhadores ganhariam menos em 2012 do que recebem hoje. As empresas aumentaram as passagens em cerca de 56% nos últimos meses e o que estamos reivindicando é menos do que 3% desse aumento nas tarifas.
O Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias), ligado às companhias, afirma que as empresas tiveram um 2011 “ruim”, por isso oferecem o baixo reajuste, e que nos últimos seis anos os trabalhadores tiveram ganho real de 6%.
Gelson Fochesato, presidente do SNA, defendeu que as negociações vêm ocorrendo desde setembro, mas as empresas estão demorando a atender os pedidos dos trabalhadores.
- Encaminhamos nossa proposta para o sindicato patronal com duas semanas de antecedência, em 15 de setembro, para que tivessemos a renovação da convenção coletiva concluída na data-base, em 1º de dezembro. As empresas, no entanto, levaram quase 50 dias para apresentar sua contraproposta e não aceitam negociar nada diferente disso. É essa intransigência que está levando à greve.
Selma Balbino, do SNA, reconhece que pode haver caos aéreo caso os aeroviários e aeronautas entrem em greve, mas pede “compreensão dos passageiros” em relação à luta trabalhista.
- Como vai ser o Natal dos trabalhadores das companhias aéreas, completamente sobrecarregados, com diversos direitos desrespeitados, sofrendo constantemente assédio moral e risco de vida por negligência das empresas? Como vai ser o Ano-Novo sem a renovação da convenção coletiva? É papel dos sindicatos defender os trabalhadores, oportunizando condições dignas de trabalho e um salário decente. Precisamos lutar por isso e contamos com a compreensão dos passageiros e da sociedade, que também é trabalhadora.
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