EUA EXIGEM MUDANÇA EM SENSORES DE VELEOCIDADE DOS AIRBUS

As companhias aéreas dos EUA deverão substituir os sensores de velocidade de alguns de seus aviões Airbus, que podem ter sido uma das causas da queda do avião da Air France que fazia a rota Rio-Paris há três meses.

A Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) determinou na quarta-feira (2) que as empresas que operam jatos A330 e A340 - Delta Air Lines e US Airways - substituam os sensores fabricados pela empresa Thales SA por componentes produzidos pela Goodrich Corp.

A medida, que vale a partir de 8 de setembro, afeta cerca de 40 aeronaves. Autoridades europeias já haviam adotado uma regra semelhante a partir da investigação sobre a queda do A330 da Air France sobre o Atlântico, que matou 228 pessoas, após decolar do Rio no dia 31 de maio.

Os investigadores dizem ainda não saber o que provocou o acidente, mas afirmam estar analisando se leituras equivocadas da velocidade do avião podem ter tido participação no desastre. A investigação deve durar mais um ano.

As autoridades europeias de segurança aérea já relataram discrepâncias nas leituras de velocidade em alguns aviões A330 e A340 em altitudes elevadas e sob mau tempo. As investigações sugerem que os aviões equipados com velocímetros da Thales parecem mais suscetíveis a condições adversas.

As agências reguladoras estão especialmente preocupadas com a formação de cristais de gelo nos sensores, o que poderia "enlouquecê-los". Uma leitura errada da velocidade pode desativar o piloto automático e outras funções automatizadas, fazendo com que os pilotos percam o controle da aeronave.

Já houve vários relatos de problemas com sensores da Thales.

Em julho, a Airbus pediu às empresas que passem a usar a marca Goodrich, que já equipa a maioria dos aviões A330 e A340 do mundo. A Airbus diz que cerca de 200 aviões no mundo ainda usam os sensores Thales.

Paralelamente, investigadores norte-americanos de segurança aérea avaliam possíveis anomalias com indicadores de velocidade e altitude de dois aviões A330 em maio e junho.

A Thales, conhecida por ser o maior fabricante europeu de componentes eletrônicos para defesa, ainda não se pronunciou sobre a questão dos sensores.

Fontes: G1 - Reuters

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