NOVO BARCO RETOMA BUSCA POR CAIXA-PRETA DO VOO AF447, AIRBUS QUER FINANCIAR OPERAÇÃO

O barco oceanográfico Pourquoi pas? (Porque não, em francês) retomou nesta quinta-feira as operações de busca pelas caixas-pretas do Airbus A330 da Air France, que caiu em 31 de maio passado quando fazia trajeto Rio a Paris com 228 pessoas a bordo. A companhia aérea Airbus anunciou nesta quarta-feira que está disposta a manter as buscas e planeja gastar até 20 milhões de euros (cerca de R$ 53,2 milhões).

O barco, do Instituo Francês de Investigação e Exploração do Mar (Infremer), já chegou à zona do acidente e inicia já hoje a segunda etapa de busca das caixas-pretas, informou o Escritório de Investigação e Análise (BEA), em comunicado.

O Airbus que fazia o voo AF 447 caiu no meio do oceano Atlântico, em uma área a 1.020 km de distância de Natal (RN). O BEA, encarregado das buscas, indicou que as caixas-pretas do Airbus poderiam estar em uma profundidade de 3.000 m.

Os investigadores não conseguiram encontrar o objeto, que registra conversas na cabine e dados do voo e que poderia ajudar a esclarecer as causas do acidente, no prazo ideal --as caixas eram dotadas de sinalizadores capazes de enviar alertas durante um prazo de 30 dias. Desde o acidente, já se foram 60 dias.

"O trabalho de observação do fundo marinho começou na zona considerada como mais provável. com a ajuda de um sonar e dos submarinos Victor 6000 e Nautile", diz o comunicado do BEA.

a prioridade agora é identificar o lugar onde estão os destroços do avião, para depois realizar a busca pelas caixas-pretas.

As equipes de buscas enviadas anteriormente ao local recolheram cerca de 5% em destroços da aeronave, incluindo partes da fuselagem e o estabilizador traseiro do avião, além de 50 corpos. A perícia identificou 49 deles. A primeira fase das buscas foi encerrada em 10 de julho passado.

Financiamento

Segundo o jornal "La Tribune", a Airbus planeja gastar até 20 milhões de euros (cerca de R$ 53,2 milhões) para buscar as caixas-pretas.

O "La Tribune" estimou que o dinheiro deve permitir que as buscas sejam estendidas até 22 de agosto. Com isso, o BEA poderia manter três barcos e um submarino patrulhando o local do acidente. Em 26 de junho, as autoridades brasileiras anunciaram o fim das buscas por corpos e destroços do avião na costa do Brasil.

"Queremos saber o que exatamente aconteceu", disse ao jornal o presidente da Airbus, Thomas Enders. "Estamos apoiando uma busca estendida, por meio de uma grande doação." O acidente foi o pior da história da empresa.

Causa

No início do mês, os especialistas do BEA descartaram a hipótese de desintegração em voo do Airbus A330, mas não foram capazes de determinar as causas do acidente.

Sabe-se que o avião teve uma pane elétrica e despressurização da cabine, porque foram enviados alertas do tipo durante o voo. Uma falha nos sensores externos que medem a velocidade da aeronave, o pitot, foi apontada como possível causa do acidente.

Na ocasião, o presidente da EADS (Empresa Europeia de Aeronáutica e Defesa, que controla a Airbus), Louis Gallois, afirmou que "neste tipo de acidente, não existe uma [só] causa". "É a convergência de diferentes causas, criando um acidente. É essencial para que todos saibam o que aconteceu."

fonte: EFE/Folha OnLine

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