PILOTO CHAMADO PARA FAZER VOO NO PERU TEM AVIÃO DERRUBADO E É PRESO
Asteclínio tem 28 anos e concluiu o curso de
piloto civil em 2013 (Foto: Arquivo pessoal)
piloto civil em 2013 (Foto: Arquivo pessoal)
Um piloto que mora em Curitiba
ficou ferido e foi preso ao fazer um voo particular na cidade de
Satipo, no Peru. Asteclínio da Silva Ramos, de 28 anos, foi contratado
por um conhecido de um amigo que mora na Bolívia para fazer o transporte particular.
Segundo o advogado de direito penal internacional contratado pela
família Rodrigo Faucz, equipes do exército que faziam ronda na região de
helicóptero suspeitaram de tráfico de drogas e abriram fogo contra a
aeronave que Asteclínio pilotava.
Com os disparos, o avião caiu em uma área de mata e, em seguida, foi
revistado pelos atiradores. Ainda de acordo com o advogado, as equipes
não constataram nenhum resquício de drogas e, em seguida, prenderam o
piloto.
Um colombiano, que não teve o nome divulgado, era passageiro da
aeronave e também ficou ferido e foi preso. O paranaense não conhecia o
colombiano, segundo Faucz. O caso está sendo investigado pelas Forças
Armadas do Peru.
"Nós não entendemos ainda o porquê de terem aberto fogo contra essa
aeronave e de terem efetuado a prisão. Meu cliente nunca se envolveu com
qualquer situação ilícita", relatou o advogado, que declarou ainda que
Asteclínio concluiu o curso de piloto civil em 2013.
Asteclínio tinha ido até a Bolívia para verificar a possibilidade de
cursar medicina. O homem que o contratou fez o pagamento adiantado do
serviço, explica Faucz.
"Esse conhecido de um amigo dele soube que ele era piloto e resolveu
contratá-lo. Meu cliente não questionou, nem sequer estranhou, e aceitou
fazer o voo". A princípio, Asteclínio tinha sido contratado para levar
algumas pessoas para diferentes localidades do Peru.
Rodrigo Faucz disse ainda que o piloto decolou com o colombiano de
Santa Rosa, na Bolívia, em direção ao Peru. "O avião pousou em Satipo
para pegar um terceiro passageiro, mas ele não estava no local. Foi
então que os atiradores derrubaram a aeronave. Isso não deu nem dois
minutos depois da decolagem", acrescenta Faucz.
"Ali é uma região de fronteira meio complicada por conta do alto índice
de tráfico de drogas. Então, equipes do exército de vários países que
se juntam para fazer uma espécie de vigia para evitar o tráfico na
região e nos países vizinhos".
O caso aconteceu no dia 15 de abril. O paranaense teve ferimentos no
braço e no abdômen e ficou hospitalizado sob custódia da polícia peruana
por três semanas. Ele recebeu alta no dia 14 de maio e foi transferido
para um presídio de Satipo.
O governo peruano foi procurado para comentar a situação, mas as
autoridades locais informaram apenas que estão tratando o caso
diretamente com o Itamaraty.
O Ministério das Relações Exteriores informou ao G1,
em nota, que a Embaixada do Brasil, em Lima, foi informada pelas
autoridades peruanas no dia 17 de abril sobre a prisão de Asteclínio por
“estar pilotando aeronave que seria utilizada para transporte de
quantidades consideráveis de drogas, destinadas ao mercado
internacional”.
"No Peru, o nacional conta com defensor público designado para acompanhar o processo.
O Ministério das Relações Exteriores, por meio da Divisão de Assistência Consular e da Embaixada em Lima, segue prestando ao Sr. Asteclínio da Silva Ramos Neto toda a assistência cabível. No próximo dia 31, o advogado contratado pela família do senhor Asteclínio no Brasil deverá chegar a Lima com familiar do brasileiro, e receberão assistência do Consulado brasileiro durante a estada no Peru", diz outro trecho da nota.
fonte/foto1
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