SUECA SWEDISH SPACE CORPORATION VAI CONSTRUIR BASE ME ALCÂNTARA
A SSC (Swedish Space Corporation) vai construir dois centros de lançamento para o foguete brasileiro VLM (Veículo Lançador de Satélites), em Alcântara, no Maranhão, e no Centro Espacial de Esrange, na Suécia. O primeiro passo para viabilizar o plano é assinatura de um acordo de parceria com o DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial), que coordena o desenvolvimento do foguete. A assinatura deve ocorrer em dezembro.
O acordo, segundo o diretor do
DCTA, brigadeiro do ar Alvani Adão da Silva, prevê o intercâmbio de
informações e de recursos humanos na área de desenvolvimento e de
operações de lançamento, assim como de tecnologias de propulsão espacial
e de propelentes ecológicos, entre outros projetos. A parceria, ainda
segundo o brigadeiro, é desdobramento de um acordo especial assinado
entre as Agências Espaciais do Brasil (AEB) e da Suécia (SNSB), em
fevereiro.
A responsável pela área de tecnologia da
SSC, Anna Rathsman, disse planeja utilizar o VLM para o lançamento de
micro e nanossatélites para o mercado europeu. A executiva afirmou que
não tem uma projeção do mercado global para veículos na categoria do
VLM, mas que uma estimativa inicial feita pela SSC prevê o lançamento de
pelo menos dois foguetes por ano do Centro de Esrange.
Segundo o Valor apurou, por apresentar um
baixo custo de produção e de complexidade técnica, além de um ciclo de
desenvolvimento rápido, o VLM tem um mercado potencial superior a dez
lançamentos por ano.
O diretor do DCTA disse a SSC já
definiu o local para a construção do sítio de lançamento em Esrange.
"Estudos já feitos por especialistas indicam a existência de um mercado
promissor para o VLM, tendo em vista que não existe nenhum outro foguete
dedicado para atender a essa faixa de mercado (lançamento de cargas
úteis de 120 a 150 quilos)", afirmou.
Os concorrentes do VLM são foguetes de
grande porte, que levam pequenos satélites de carona. O VLM teria um
custo de lançamento baixo, inferior a US$ 10 milhões. Seu
desenvolvimento é feito pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE),
órgão de pesquisa e desenvolvimento do DCTA, em parceria com o Centro
Aeroespacial Alemão (DLR), que financia parte do projeto, avaliado em R$
100 milhões.
O próximo passo do projeto do VLM é a
contratação da fabricação da parte estrutural do motor foguete, o S50. A
empresa Cenic já concluiu o projeto de desenvolvimento do motor. Feito
em fibra de carbono, o S50 será o maior motor foguete já construído pelo
IAE. A Avibras fez o estudo de viabilidade de carregamento do motor com
propelente (combustível).
O DLR utiliza o foguete brasileiro VS-40
para o experimento científico Shefex, considerado o principal programa
espacial da Alemanha. De acordo com o DCTA, os alemães querem
utilizar o foguete VLM para o lançamento do experimento Shefex 3 (da
sigla em inglês Sharp Edge Flight Experiment), que irá testar o
comportamento de novos materiais e tipos de proteção térmica necessários
para o desenvolvimento de tecnologia de voos hipersônicos e de veículos
lançadores reutilizáveis.
O vice-diretor do IAE, coronel aviador
Avandelino Santana Júnior, disse que o teste de qualificação em voo do
VLM deverá acontecer em dois anos. A fabricação do foguete será feita
pelo setor espacial brasileiro. Ele afirmou que o VLM é um foguete
configurado para lançar micro e nanossatélites de sensoriamento remoto,
experimentos científicos e com aplicação meteorológica em baixa
altitude.
A SSC já mantinha um relacionamento
próximo ao DCTA desde 2005, por meio da utilização dos foguetes de
sondagem VSB-30 (desenvolvidos pelo IAE), que fazem o lançamento de
cargas científicas e tecnológicas em ambiente de microgravidade.
Com faturamento de 524 milhões de coroas
suecas (cerca de US$ 71 milhões) por ano e mais de 600 funcionários, a
SSC fornece serviços de gestão de satélite e de lançamento de foguetes e
balões, além do desenvolver subsistemas para aplicações aeroespaciais.
fonte/ValorEconomico
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