CENIPA COMEÇA A APURAR QUEDA DE HELICÓPTERO EM FAMA
O Centro de
Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) começou
apurar no domingo as circunstâncias da queda do helicóptero prefixo
PR-CIG, na represa de Furnas, em Fama, no Sul de Minas. No acidente,
duas pessoas morreram. Há suspeita de que a aeronave, que é registrada
para uso particular, estivesse fazendo voo panorâmico pago, o que se
configura em infração. O piloto Bruno Abtibol de Andrade, de 34
anos, que abandonou o local do acidente e depois se apresentou à
polícia, prestou depoimento na madrugada de ontem na delegacia de
plantão da Polícia Civil em Varginha, e foi liberado.
De acordo com o major Raphael
Vargas Vilar, do Cenipa, somente aeronave com registro para operações
comerciais pode realizar voos panorâmicos pagos. Vilar, que chegou ontem
à tarde no local do acidente, disse que inicialmente vai colher
evidências, que inclui depoimentos de testemunhas, para em seguida
analisar quais foram as circunstâncias do voo e a queda. Nos
próximos dias, o piloto será convocado para prestar novo depoimento na
Polícia Civil, em Fama, que vai investigar a responsabilidade dele pelas
duas mortes. Na queda, morreram o sargento da Polícia Militar Marcos
Antônio Alves, de 44 anos, e sua companheira Lívia Reis Carvalho, de 27,
que não pagaram pelo voo. Antes do acidente, outros dois militares
acompanhados de familiares fizeram o sobrevoo de cortesia.
Na noite do sábado, depois de retomadas as buscas, o corpo de Marcos foi resgatado. Na noite de domingo, mergulhadores do Corpo de Bombeiros trabalharam para retirar o corpo de Lívia, que ficou preso nas ferragens do helicóptero e foi encontrado a uma profundidade de 10 metros na represa. Com uso de um trator e uma balsa, bombeiros içaram os destroços da aeronave. Algumas partes foram retiradas da água, como a hélice, para análise da perícia do Cenipa.
Na noite do sábado, depois de retomadas as buscas, o corpo de Marcos foi resgatado. Na noite de domingo, mergulhadores do Corpo de Bombeiros trabalharam para retirar o corpo de Lívia, que ficou preso nas ferragens do helicóptero e foi encontrado a uma profundidade de 10 metros na represa. Com uso de um trator e uma balsa, bombeiros içaram os destroços da aeronave. Algumas partes foram retiradas da água, como a hélice, para análise da perícia do Cenipa.
O investigador Tiago Gomes informou que,
no depoimento à polícia em Varginha, Bruno Abtibol confessou ter fugido
depois da queda. Ele seguiria em fuga em direção a BH, mas decidiu se
apresentar à polícia em Elói Mendes. Bruno contou que, antes da queda,
tinha feito dois voos panorâmicos com outros militares e suas esposas
como passageiros. O passeio aéreo seria, segundo ele, uma forma de
agradecer à receptividade da Polícia Militar da cidade a ele e seu
irmão, também piloto.
Panorâmico
De acordo com o investigador, Bruno
contou aos polícias que saiu de BH na sexta-feira rumo Fama, mas não
disse o motivo. Ele detalhou que estava com seu irmão, também piloto,
que operou a aeronave na viagem e lhe deu instrução de voo. Quando
chegaram à cidade, segundo contou Bruno, eles foram bem recebidos por
policiais militares que os levaram ao hotel e se colocaram à disposição
para qualquer eventualidade. O piloto, em depoimento, disse que, em
retribuição, convidou os militares e as suas esposas para um voo, na
manhã do sábado, pela cidade. “Se não me engano, um sargento e um
soldado, e suas esposas”, declarou Bruno à polícia.
O também sargento Carlos Alberto, da PM
de Fama e amigo do militar morto, disse que não sabe ao certo se Bruno
havia sido contratado para oferecer o serviço de voo ou se o fazia por
lazer. Mas Carlos diz que foi um dos passageiros a aproveitar,
gratuitamente, o passeio. “Eu e minha esposa fomos os segundos a
sobrevoar com ele. Foi tudo muito tranquilo”, contou. Ontem, durante o
velório de Marcos, Carlos disse que os familiares de Marcos e Livia
estão inconsoláveis.
Na quinta-feira, teve início na cidade a
festa Arena Fama Rodeio, com shows de música sertaneja e rodeios durante
quatro dias. Moradores, que não quiseram se identificar, acreditam que
os dois pilotos foram convidados para a festa para oferecerem o voo
panorâmico pago ao público. Panfletos foram distribuídos no sábado
convidando as pessoas a “conhecerem a cidade de um ângulo diferente”.
Informações que estão sendo checadas pela Cenipa é de que cada passageiro pagaria R$ 80 pelo sobrevoo.
Maurinho Castro, um dos organizadores da festa em Fama, disse que foi
sondado pelo piloto que queria decolar e pousar a partir da arena do
rodeio. Mas depois de consultar um amigo, ele não aceitou. Castro não
afirmou se Bruno lhe fez uma proposta financeira.
O acidente
A queda da aeronave foi pouco antes do meio dia, quando o sargento Marcos e a esposa Lívia foram aproveitar o passeio oferecido por Bruno. Segundo o piloto contou à polícia, na hora da decolagem havia um barco em frente à proa da aeronave e ele foi obrigado a fazer uma manobra evasiva pela direita. “Foi tudo muito rápido. Uma coisa pavorosa”, disse Bruno. O advogado dele, Guilherme Faria, esteve ontem em Fama para se informar sobre o acidente. Ele afirmou que seu cliente é apto para pilotar helicóptero. Como desconhecia as declarações dele à polícia, evitou comentar se o piloto realizava voos panorâmicos a trabalho.
O acidente
A queda da aeronave foi pouco antes do meio dia, quando o sargento Marcos e a esposa Lívia foram aproveitar o passeio oferecido por Bruno. Segundo o piloto contou à polícia, na hora da decolagem havia um barco em frente à proa da aeronave e ele foi obrigado a fazer uma manobra evasiva pela direita. “Foi tudo muito rápido. Uma coisa pavorosa”, disse Bruno. O advogado dele, Guilherme Faria, esteve ontem em Fama para se informar sobre o acidente. Ele afirmou que seu cliente é apto para pilotar helicóptero. Como desconhecia as declarações dele à polícia, evitou comentar se o piloto realizava voos panorâmicos a trabalho.
O helicóptero, um Robinson R44,com
capacidade para quatro pessoas, está registrado em nome da Siderúrgica
Gagé, com sede em Conselheiro Lafaiete, Região Central de Minas. Ninguém
da empresa foi encontrado para falar sobre a aeronave. Segundo a
Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) o certificado de
aeronavegabilidade do helicóptero é válido até abril de 2018, e o
documento de Inspeção Anual de Manutenção (IAM) até abril do próximo ano.
fonte/EstadoDeMinas
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