JUSTIÇA ADIA PARTE DOS DEPOIMENTOS EM JULGAMENTO DE RÉUS DE ACIDENTE DA TAM

O juiz federal Márcio Assad Guardia, da 8ª Vara Federal Criminal de São Paulo, adiou o depoimento das testemunhas de defesa no caso do acidente com o avião da TAM que matou 199 pessoas em 2007. As testemunhas de acusação serão ouvidas nos dias 7 e 8 de agosto, como previsto anteriormente. Foram remarcados para os dias 11 de 12 de novembro os depoimentos por videoconferência das testemunhas de defesa do Rio de Janeiro, de Brasília e Curitiba. Nos dias 3, 9 e 10 de dezembro serão ouvidas as testemunhas de defesa de São Paulo. Ainda não foi marcada uma data para a oitiva dos réus.

Guardia avaliou que, em apenas dois dias, não seria possível ouvir oito testemunhas arroladas pelo MPF (Ministério Público Federal) e oito arroladas por cada um dos réus. "O grande número de testemunhas a serem ouvidas inviabiliza a correta e adequada colheita da prova oral tão somente em dois dias", disse o juiz. Os réus respondem por atentado contra a segurança do transporte aéreo. A pena para esse crime chega a até 12 anos de prisão.
A ex-diretora da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) Denise Abreu é apontada pelo MPF como corresponsável pelo acidente, por ter liberado a pista do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, sem o serviço de grooving (ranhuras que facilitam a frenagem das aeronaves) ter sido executado.

O então diretor de Segurança de Voo da TAM, Marco Aurélio dos Santos de Miranda e Castro, e o vice-presidente de Operações da TAM Linhas Aéreas, Alberto Fajerman, deixaram, segundo o MPF, de seguir o manual de segurança de operações da companhia. De acordo com o MPF, Castro e Fajerman "não providenciaram o redirecionamento necessário das aeronaves para outro aeroporto, mesmo após inúmeros avisos de que a pista principal do Aeroporto de Congonhas estaria escorregadia, especialmente em dias de chuva".

Além disso, os dois executivos são acusados de não alertar os pilotos sobre a mudança de procedimentos quando o reversor estivesse desativado. Foram essas imprudências que levaram, na análise do MPF, o avião a atravessar todo a pista do aeroporto sem conseguir parar, até bater em um prédio no lado de fora do terminal.

Parentes dos mortos no acidente participaram, na noite desta quarta-feira (17), de ato público na praça que foi construída no local do choque da aeronave. Segundo uma das representantes da Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Voo TAM JJ 3054, Sílvia Xavier, as famílias vão aproveitar o momento para conversar sobre o uso da praça. "Vamos falar um pouco sobre o que nós queremos para esse espaço. Será um momento mais intimista", disse Sílvia.
Sobre a decisão de adiamento dos depoimentos, José Roberto Souza, que também é membro da associação, ressaltou que a espera não incomoda, desde seja feita justiça, com a punição dos responsáveis pelo acidente ao final do julgamento. "Nós temos paciência, estamos há seis anos nessa espera. Então, esperar uns dias a mais não tem importância."

fonte/UOL

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

RASANTE EM TERESINA