MAU TEMPO FAZ FAB SUSPENDER BUSCA A AVIÃO QUE SEGUIA PARA RIO CLARO, SÃO PAULO


Devido ao mau tempo, a Força Aérea Brasileira (FAB) suspendeu as buscas nesta terça-feira (29) ao avião monomotor que saiu de Ubatuba com destino a Rio Claro (SP) e está desaparecido desde às 13h30 de segunda-feira (28). Dois comerciantes, ambos com 31 anos, estavam a bordo da aeronave.

As buscas se concentram na área do distrito de Monte Verde, no município de Camanducaia (MG), local onde o último sinal do monomotor foi captado.

Após uma ordem judicial, uma operadora de telefonia fez o rastreamento do celular de um dos ocupantes do avião. Um sinal foi detectado por volta das 20h desta segunda-feira (28), na região de serra de São Francisco Xavier, distrito de São José dos Campos.

De acordo com a FAB, a distância entre o ponto em que o radar detectou o sinal da aeronave, em Monte Verde (MG), e o ponto rastreado pela operadora de telefonia móvel, é de cinco quilômetros. As buscas também foram feitas na região de São Francisco Xavier. O trabalho deve ser retomado na região a partir das 6h40 desta quarta-feira (30).

Segundo Waldir Vieira, tio de Marcos Teixeira Barros, um dos ocupantes da aeronave, a família está esperançosa em localizar a dupla. "O piloto era experiente, a aeronave era do meu sobrinho, estamos acreditando nessa localização", disse.


Operação
As buscas na regão entre São Paulo e Minas contam com o auxílio de um avião SC-105, vindo de Campo Grande (MS), e um helicóptero H-34 Super Puma, do Rio de Janeiro. A operação envolve 20 militares. Um base será montada em São José dos Campos. O Jeep Club de Monte Verde deve colaborar nas buscas por terra.

O Aeroclube de Rio Claro  acionou o Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta II), mas não foi possível fazer buscas na região serrana devido à forte neblina na manhã desta terça-feira.

A aeronave era pilotada pelo comerciante de Rio Claro Diego Perez, que voltava para a cidade com o amigo de infância Marcos, atual morador de Ubatuba. “Eles saíram daqui às 11h55 e deveriam chegar com uma hora e meia de voo em Rio Claro, mas não chegaram e não deram sinal. Ainda não sabemos onde o avião desapareceu”, contou a mãe de Marcos, Wania Vieira Teixeira Barros.


Bom piloto O instrutor de voo Felipe de Melo Martins foi um dos professores de Diego Perez no curso de pilotos. Ele disse que o aluno teve um bom desempenho durante as aulas e que estava habilitado para pilotar. “Ele fez todas as etapas do curso, não teve nenhuma dificuldade e estava com a carteira e o exame médico válidos”, relatou.

O instrutor explicou que o modelo da aeronave pilotada por Diego, um monomotor RV-7, não possui instrumentos que permitam voar em condições meteorológicas ruins. Segundo ele, o voo depende muito da visibilidade durante o trajeto. Como a viagem passava por um trecho de serra, o mau tempo pode ter surpreendido o piloto.

“O que pode dificultar é a camada de nuvem baixa. Você decola, está abaixo da camada e aí tem morro na sua frente. Você não consegue varar a camada para cima apenas com os instrumentos para voo visual”, explicou.

A equipe do Aeroclube de Rio Claro não acredita em pane mecânica, já que a aeronave tinha apenas 100 horas de vôo.  Além disso, a última revisão feita no avião ocorreu há dois meses.


Rota perigosa
O especialista James Waterhouse, professor do departamento de Engenharia Aeronáutica da USP de São Carlos, disse que a região do litoral é uma rota perigosa devido à mata atlântica e às montanhas bastante altas. O mau tempo prejudica a visibilidade, o que faz com que as aeronaves tenham que voar em boa parte do ano com o auxílio dos instrumentos.

“Quando isso acontece em uma região montanhosa, o avião tem que estar muito bem equipado, o piloto bem treinado e tudo isso associado ainda ao risco de voar com um monomotor sobre uma área hostil. Se você tiver um eventual problema de motor e ainda mais dentro uma condição instrumento, você vai ter pouca opção para conseguir fazer um pouso de emergência”, avaliou.

fonte/G1/SãoCarlosAraraquara

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