BOEING APOSTA EM NEGÓCIO COM A FAB PARA CRESCER

Assegurar a venda dos caças Super Hornet (F/A-18) para a FAB (Força Aérea Brasileira) é uma das principais apostas da divisão de Defesa da Boeing para continuar crescendo em um cenário de cortes de gastos militares nos EUA. 

A expectativa é de que o governo brasileiro anuncie até o final de junho a sua decisão sobre o melhor avião militar para reequipar a FAB --uma concorrência estimada em mais de US$ 2 bilhões. Estão na disputa com a Boeing, a francesa Dassault (caça Rafale) e a sueca Saab (Gripen).
"Estamos muito confiantes na nossa oferta e acreditamos que ela atende muito bem aos requisitos apresentados pelo Brasil com o menor custo", disse o presidente da Boeing Defesa e Segurança, Dennis Mullenburg, em conversa com jornalistas brasileiros em St. Louis, onde o Super Hornet é fabricado. 

"Nossa proposta também proporcionará a melhor oportunidade de colaboração para a industria aeroespacial brasileira." 

O Brasil pretende adquirir 36 caças, que devem substituir três diferentes aviões usados atualmente pela FAB, entre eles o Mirage. 

A proposta da Boeing conta com a simpatia da Embraer, que seria uma grande beneficiária de programas de transferência de tecnologia. Vinte e cinco empresas do setor aeroespacial brasileiro já assinaram memorandos de entendimento com a Boeing para identificar possíveis oportunidades de parceria. 

Os EUA já deixaram claro que não vão abrir os códigos-fonte do software do avião, considerado o cérebro do equipamento, mas que estão dispostos a transferir o máximo de tecnologia dentro do nível comumente aberto aos "maiores aliados". O compromisso foi previamente aprovado pelo Congresso americano e reafirmado pelo presidente americano Barack Obama à presidente Dilma Rousseff durante a visita da brasileira à Washington. 

Dos três aviões previamente selecionados pela FAB, o Super Hornet é o que tem mais horas de voo. O Gripen ainda não está em produção, mas tem encomendas da própria Suécia e da Suíça. O Rafale atende apenas a força aérea francesa, mas ganhou no início do ano uma disputa por mais de 120 aviões na Índia. 

O Super Hornet é o caça usado pela força aérea da marinha americana, que já comprou mais de 500 exemplares. Fora dos EUA, o avião foi vendido para a Austrália. A área de defesa responde por 47% das receitas da Boeing, de US$ 68,7 bilhões no ano passado. 

A fabricante quer reduzir a dependência dos EUA, que há cinco anos respondia por 93% das receitas na área de defesa. "Hoje o mercado internacional de defesa já representa 24% mas acreditamos que poderá chegar a 30% no ano que vem", disse Mullenburg. 

O Departamento de Defesa dos EUA chegou a ter um orçamento de quase US$ 700 bilhões (2010) e em dez anos terá de cortar quase US$ 50 bilhões por ano. 

fonte/FolhaSP
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