MALDADE (NOVAMENTE) NA DIVISÃO DA EMBRAER EM DUAS
ALERTA DO blog Democracia & Politica PARA O UFANISTA (?) ANÚNCIO: “EMBRAER CRIA UNIDADE PARA ÁREA MILITAR E JÁ PREVÊ RECEITA DE R$ 1,5 BI EM 2011”
Este blog ( blog Democracia & Politica) vê com preocupação essa notícia aparentemente boa (ler reportagem do ‘Estadão’ mais abaixo).
Isso porque, nos anos 90, no governo FHC/PSDB/PFL-DEM, em situação semelhante, quase houve grave perda para o Brasil.
A EMBRAER, então já privatizada e controlada principalmente por braço do banco Bozano com sede em paraíso fiscal (hoje, o Bozano é do banco espanhol Santander) também quis separar a parte civil (aviões regionais de passageiros) da parte militar. Na época, de militar, havia somente o difícil (por falta de recursos) final da produção do AMX.
Acidentalmente, veio a ser descoberto que a agenda oculta neoliberal nessa separação era facilitar o fechamento em São José dos Campos da produção de aviões regionais no Brasil e reimplantá-la nos EUA. As justificativas eram “estar mais perto do principal cliente”, “diminuir custos logísticos”, “racionalização”, “melhor gestão empresarial” e outras desculpas bonitas. A empreitada seria em parceria com a sueca SAAB, que, na época, também produzia aviões turboélice para vôos regionais. A SAAB também instalaria sua linha de produção nos EUA, associada à EMBRAER.
Travestidos, enrolados na bandeira nacional, os controladores (banqueiros) da EMBRAER aqui fingiam ser brasileiros e nacionalistas, proclamando que, com a divisão, “a empresa nacional ganharia maior porte internacional” e que tiveram o cuidado patriótico de a parte militar permanecer no Brasil por ser “estratégica”, “indispensável braço industrial da FAB”, por haver “compromisso da empresa com a Defesa Nacional”. Tudo blá, blá, blá para enganar os ingênuos.
A realidade seria outra, diferente do enganoso cenário por eles propagandeado. O resultado seria a morte por inanição da parte aqui remanescente, do tal “braço militar estratégico”, nossa única indústria aeronáutica. Futuro de falência garantido naquele governo demotucano obcecado em reduzir ao mínimo o Estado Nacional e em também levar ao mínimo as nossas Forças Armadas. No governo e na mídia predominava o conceito de que, no “mundo moderno, com a globalização, Forças Armadas no Brasil para quê?”. Há muito tempo, a empresa já não recebia novas encomendas de aviões para a FAB. Esta, coitada, por sua vez, quase nada podia voar, “canibalizava” os obsoletos aviões sobreviventes e obrigava-se a “meio expediente”. Não recebia recursos nem mesmo para a espartana alimentação de seus integrantes, dispensados para não almoçarem. Não era permitido um centavo sequer para novas aquisições de aeronaves na EMBRAER.
A dolosa divisão da empresa em militar e civil e a posterior transferência total da parte civil para os EUA foram tratadas com muita confidencialidade entre os controladores da empresa (especialmente pelo banco “Bozano Privatization”, com sede nas Bermudas, Caribe) e o então Ministério da Indústria e Comércio e a Presidência da República. Mas isso vazou e este blog veio a saber por leitor testemunha da trama. O que fez não dar certo aquela tramoia antinacional foi a coincidência feliz da desistência da parceira sueca SAAB de ir para os EUA.
Hoje, como trágica consequência dos vendavais neoliberais que destruíram o patrimônio público e grandes empresas brasileiras, a maioria quase absoluta dos controladores da EMBRAER é estrangeira. A quase totalidade das ações ordinárias da “empresa nacional” está em mãos estrangeiras e de seus "laranjas" nacionais contratados para "agir em nome e por conta" deles. Essas ações dão direito à propriedade e controle da empresa, além dos dividendos. Foram vendidas na Bolsa de Nova York. Em outras palavras, os proprietários e controladores da EMBRAER hoje são majoritariamente estrangeiros. Frente à essa realidade, a pseudoproteção da “golden share” e o limite de votos de estrangeiros nas Assembléias Gerais são restrições ridiculamente inócuas. São medidas para acalmar e enganar os brasileiros incautos.
Portanto, está ainda mais forte e presente o risco de decisões contrárias aos interesses nacionais.
Por isso, me preocupo ao ler a seguinte notícia, que parece boa, até ufanista, mas pode esconder, de novo, minúscula semente de ‘jogada’ danosa aos interesses brasileiros:
“ GRUPO ANUNCIOU CRIAÇÃO DE UNIDADE DE NEGÓCIOS AUTÔNOMA, DESTINADA A CUIDAR DOS PROJETOS DA ÁREA MILITAR
Roberto Gogoy, do O Estado de São Paulo
Uma nova empresa no ar – e isso quase literalmente: o grupo Embraer anunciou sexta-feira a criação da “Embraer Defesa e Segurança”, unidade de negócios autônoma, destinada a cuidar dos projetos e negócios da área militar. Com essa nova corporação ficarão ainda as atividades ligadas às tecnologias sensíveis – tanto a absorção como o desenvolvimento.
A “Embraer Defesa” nasce poderosa. De acordo com Luiz Carlos Aguiar, executivo que assume a presidência da organização, a receita prevista para o segmento "vai bater em R$ 1,5 bilhão já em 2011". Aguiar é o atual Vice-Presidente Financeiro e de Relacionamento com Investidores, mas esteve anteriormente à frente da área Defesa do grupo. O atual titular do setor, Orlando Nogueira Neto, continua no cargo de vice-presidente.
O presidente da Embraer, Frederico Curado, considera que o movimento "era inevitável, não apenas considerados os benefícios para a racionalização da gestão empresarial, mas, também, o alinhamento com os conceitos fixados pela Estratégia Nacional de Defesa" (a END é o programa do Ministério da Defesa que estabeleceu prioridades para a reorganização das Forças Armadas e fixou diretrizes da base industrial).
Para Curado, a ação confirma o compromisso da empresa com o País: "é um sinal claro: podem contar com a gente".
FÁBRICA PRÓPRIA
A nova unidade tem fábrica própria, em Gavião Peixoto, na região de Araraquara, a 300 quilômetros de São Paulo. Ali trabalham 2,2 mil funcionários envolvidos na construção dos turboélices de ataque leve Super Tucano e na transformação de 46 caças supersônicos F-5, americanos com 30 anos de idade, em modernas versões “M”. A revitalização está chegando para 53 bombardeiros leves de precisão AMX e para o caça subsônico Skyhawk, da Marinha.
Um novo hangar vai abrigar a linha de produção do cargueiro e avião tanque KC-390, militar, a maior aeronave já criada na Embraer. Os produtos mais discretos do catálogo, grandes jatos birreatores tipo Emb-145 convertidos em estranhas configurações eletrônicas cheias de antenas e bulbos externos, para cumprir missões de inteligência, vigilância e reconhecimento, saem dos mesmos prédios. Sem alarde, pela porta dos fundos.
O complexo abriga o ninho dos jatos Phenom executivos. A pista de ensaios mede 5 mil metros, a maior da América Latina. É repleta de sensores eletrônicos. A Embraer surgiu, faz 41 anos, como iniciativa estritamente da Força Aérea Brasileira. "Felizmente, ao longo do tempo, os dirigentes perceberam que era preciso expandir a atividade no rumo do mercado civil – e isso fez da empresa, em 2010, a fabricante líder de jatos comerciais para até 120 passageiros. Agora, retomamos o caminho da Defesa", explica Curado. Ele lembra que em 1997 todo o faturamento da Embraer era do tamanho da carteira de negócios militares atual, "alguma coisa como os US$ 760 milhões alcançados esse ano".
INTELIGÊNCIA
Não por acaso, as prioridades da “Embraer Defesa e Segurança” que receberá os novos investimentos estão ligadas à sofisticada tecnologia de sensoriamento eletrônico – na prática sistemas de espionagem, escuta, e produção de informações.
Os sistemas avançados são os do tipo C4I, integrando Comando, Controle, Comunicações, Inteligência e Computadores. "Será fundamental no domínio do cenário estratégico dos grandes eventos como a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, aplicados sobre plataformas Aéreas", enfatiza o presidente Frederico.
NÃO APENAS
Um levantamento recente do Pentágono, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos, estima em 300 unidades a demanda internacional por aeronaves configuradas em estações C4I. Um terço delas, estarão em países emergentes. Onde mora a clientela da Embraer.”
fonte/introdução e imagem do blog Democracia & Politica, seguida de transcrição de reportagem de Roberto Godoy publicada no "O Estado de São Paulo" e postada no portal da FAB./BlogHangarDoVinna
Este blog ( blog Democracia & Politica) vê com preocupação essa notícia aparentemente boa (ler reportagem do ‘Estadão’ mais abaixo).
Isso porque, nos anos 90, no governo FHC/PSDB/PFL-DEM, em situação semelhante, quase houve grave perda para o Brasil.
A EMBRAER, então já privatizada e controlada principalmente por braço do banco Bozano com sede em paraíso fiscal (hoje, o Bozano é do banco espanhol Santander) também quis separar a parte civil (aviões regionais de passageiros) da parte militar. Na época, de militar, havia somente o difícil (por falta de recursos) final da produção do AMX.
Acidentalmente, veio a ser descoberto que a agenda oculta neoliberal nessa separação era facilitar o fechamento em São José dos Campos da produção de aviões regionais no Brasil e reimplantá-la nos EUA. As justificativas eram “estar mais perto do principal cliente”, “diminuir custos logísticos”, “racionalização”, “melhor gestão empresarial” e outras desculpas bonitas. A empreitada seria em parceria com a sueca SAAB, que, na época, também produzia aviões turboélice para vôos regionais. A SAAB também instalaria sua linha de produção nos EUA, associada à EMBRAER.
Travestidos, enrolados na bandeira nacional, os controladores (banqueiros) da EMBRAER aqui fingiam ser brasileiros e nacionalistas, proclamando que, com a divisão, “a empresa nacional ganharia maior porte internacional” e que tiveram o cuidado patriótico de a parte militar permanecer no Brasil por ser “estratégica”, “indispensável braço industrial da FAB”, por haver “compromisso da empresa com a Defesa Nacional”. Tudo blá, blá, blá para enganar os ingênuos.
A realidade seria outra, diferente do enganoso cenário por eles propagandeado. O resultado seria a morte por inanição da parte aqui remanescente, do tal “braço militar estratégico”, nossa única indústria aeronáutica. Futuro de falência garantido naquele governo demotucano obcecado em reduzir ao mínimo o Estado Nacional e em também levar ao mínimo as nossas Forças Armadas. No governo e na mídia predominava o conceito de que, no “mundo moderno, com a globalização, Forças Armadas no Brasil para quê?”. Há muito tempo, a empresa já não recebia novas encomendas de aviões para a FAB. Esta, coitada, por sua vez, quase nada podia voar, “canibalizava” os obsoletos aviões sobreviventes e obrigava-se a “meio expediente”. Não recebia recursos nem mesmo para a espartana alimentação de seus integrantes, dispensados para não almoçarem. Não era permitido um centavo sequer para novas aquisições de aeronaves na EMBRAER.
A dolosa divisão da empresa em militar e civil e a posterior transferência total da parte civil para os EUA foram tratadas com muita confidencialidade entre os controladores da empresa (especialmente pelo banco “Bozano Privatization”, com sede nas Bermudas, Caribe) e o então Ministério da Indústria e Comércio e a Presidência da República. Mas isso vazou e este blog veio a saber por leitor testemunha da trama. O que fez não dar certo aquela tramoia antinacional foi a coincidência feliz da desistência da parceira sueca SAAB de ir para os EUA.
Hoje, como trágica consequência dos vendavais neoliberais que destruíram o patrimônio público e grandes empresas brasileiras, a maioria quase absoluta dos controladores da EMBRAER é estrangeira. A quase totalidade das ações ordinárias da “empresa nacional” está em mãos estrangeiras e de seus "laranjas" nacionais contratados para "agir em nome e por conta" deles. Essas ações dão direito à propriedade e controle da empresa, além dos dividendos. Foram vendidas na Bolsa de Nova York. Em outras palavras, os proprietários e controladores da EMBRAER hoje são majoritariamente estrangeiros. Frente à essa realidade, a pseudoproteção da “golden share” e o limite de votos de estrangeiros nas Assembléias Gerais são restrições ridiculamente inócuas. São medidas para acalmar e enganar os brasileiros incautos.
Portanto, está ainda mais forte e presente o risco de decisões contrárias aos interesses nacionais.
Por isso, me preocupo ao ler a seguinte notícia, que parece boa, até ufanista, mas pode esconder, de novo, minúscula semente de ‘jogada’ danosa aos interesses brasileiros:
“ GRUPO ANUNCIOU CRIAÇÃO DE UNIDADE DE NEGÓCIOS AUTÔNOMA, DESTINADA A CUIDAR DOS PROJETOS DA ÁREA MILITAR
Roberto Gogoy, do O Estado de São Paulo
Uma nova empresa no ar – e isso quase literalmente: o grupo Embraer anunciou sexta-feira a criação da “Embraer Defesa e Segurança”, unidade de negócios autônoma, destinada a cuidar dos projetos e negócios da área militar. Com essa nova corporação ficarão ainda as atividades ligadas às tecnologias sensíveis – tanto a absorção como o desenvolvimento.
A “Embraer Defesa” nasce poderosa. De acordo com Luiz Carlos Aguiar, executivo que assume a presidência da organização, a receita prevista para o segmento "vai bater em R$ 1,5 bilhão já em 2011". Aguiar é o atual Vice-Presidente Financeiro e de Relacionamento com Investidores, mas esteve anteriormente à frente da área Defesa do grupo. O atual titular do setor, Orlando Nogueira Neto, continua no cargo de vice-presidente.
O presidente da Embraer, Frederico Curado, considera que o movimento "era inevitável, não apenas considerados os benefícios para a racionalização da gestão empresarial, mas, também, o alinhamento com os conceitos fixados pela Estratégia Nacional de Defesa" (a END é o programa do Ministério da Defesa que estabeleceu prioridades para a reorganização das Forças Armadas e fixou diretrizes da base industrial).
Para Curado, a ação confirma o compromisso da empresa com o País: "é um sinal claro: podem contar com a gente".
FÁBRICA PRÓPRIA
A nova unidade tem fábrica própria, em Gavião Peixoto, na região de Araraquara, a 300 quilômetros de São Paulo. Ali trabalham 2,2 mil funcionários envolvidos na construção dos turboélices de ataque leve Super Tucano e na transformação de 46 caças supersônicos F-5, americanos com 30 anos de idade, em modernas versões “M”. A revitalização está chegando para 53 bombardeiros leves de precisão AMX e para o caça subsônico Skyhawk, da Marinha.
Um novo hangar vai abrigar a linha de produção do cargueiro e avião tanque KC-390, militar, a maior aeronave já criada na Embraer. Os produtos mais discretos do catálogo, grandes jatos birreatores tipo Emb-145 convertidos em estranhas configurações eletrônicas cheias de antenas e bulbos externos, para cumprir missões de inteligência, vigilância e reconhecimento, saem dos mesmos prédios. Sem alarde, pela porta dos fundos.
O complexo abriga o ninho dos jatos Phenom executivos. A pista de ensaios mede 5 mil metros, a maior da América Latina. É repleta de sensores eletrônicos. A Embraer surgiu, faz 41 anos, como iniciativa estritamente da Força Aérea Brasileira. "Felizmente, ao longo do tempo, os dirigentes perceberam que era preciso expandir a atividade no rumo do mercado civil – e isso fez da empresa, em 2010, a fabricante líder de jatos comerciais para até 120 passageiros. Agora, retomamos o caminho da Defesa", explica Curado. Ele lembra que em 1997 todo o faturamento da Embraer era do tamanho da carteira de negócios militares atual, "alguma coisa como os US$ 760 milhões alcançados esse ano".
INTELIGÊNCIA
Não por acaso, as prioridades da “Embraer Defesa e Segurança” que receberá os novos investimentos estão ligadas à sofisticada tecnologia de sensoriamento eletrônico – na prática sistemas de espionagem, escuta, e produção de informações.
Os sistemas avançados são os do tipo C4I, integrando Comando, Controle, Comunicações, Inteligência e Computadores. "Será fundamental no domínio do cenário estratégico dos grandes eventos como a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, aplicados sobre plataformas Aéreas", enfatiza o presidente Frederico.
NÃO APENAS
Um levantamento recente do Pentágono, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos, estima em 300 unidades a demanda internacional por aeronaves configuradas em estações C4I. Um terço delas, estarão em países emergentes. Onde mora a clientela da Embraer.”
fonte/introdução e imagem do blog Democracia & Politica, seguida de transcrição de reportagem de Roberto Godoy publicada no "O Estado de São Paulo" e postada no portal da FAB./BlogHangarDoVinna
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