EXPOSIÇÃO CELEBRA OS 100 ANOS DO PRIMEIRO VOO ENTRE SÃO PAULO E RIO
Por dia, cerca de 10,5 mil passageiros realizam a viagem de 45 minutos na ponte aérea Rio-São Paulo. Quando foi feita pela primeira vez, há cem anos, a viagem demorou seis horas e meia.
Sozinho e sem o auxílio de
instrumentos de navegação, sequer um rádio, Eduardo Pacheco Chaves
(1887-1975), obstinado por bater recordes, completou a viagem entre as
duas cidades com um motoplanador.
Em comemoração aos cem anos da
viagem pioneira, realizada em 15 de julho de 1914, o Museu da TAM, em
São Carlos (a 232 km de São Paulo), montou uma exposição de fotos e
objetos sobre a vida do aviador.
O trajeto feito por Edu Chaves, como era conhecido, é hoje o mais realizado pela aviação comercial no Brasil. São, em média, 115 voos por dia na ponte aérea, segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
O trajeto feito por Edu Chaves, como era conhecido, é hoje o mais realizado pela aviação comercial no Brasil. São, em média, 115 voos por dia na ponte aérea, segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
"Ele foi um dos heróis da aviação
nacional, mas muito pouco lembrado. Poucos o conhecem e os objetos dele
foram perdidos com o tempo, os aviões que teve viraram sucata", disse
João Amaro, presidente do Museu da TAM.
Os voos comerciais na ponte aérea só
começaram a operar em 1936, 22 anos depois da experiência de Edu Chaves,
que abriu a primeira escola de pilotos do Brasil e também dá nome a um
bairro de São Paulo.
PERCURSO
PERCURSO
O trajeto foi feito da Mooca, em São Paulo, até o Campo dos Afonsos, atual Base Aérea dos Afonsos, no Rio.
A viagem feita pelo continente, pela
serra do mar, ainda exigiu que o piloto atingisse 3.000 metros de
altitude -feito arriscado para o porte do avião, segundo Amaro.
"Foi uma aventura. A viagem foi guiada
apenas de forma visual. Qualquer nuvem poderia atrapalhar a visão do Edu
e, mesmo assim, ele a concluiu", disse Amaro.
James Rojas Waterhouse, professor do
departamento de engenharia aeronáutica da USP São Carlos, disse que o
trajeto feito por Chaves ainda é um dos utilizados. Devido à densidade
do tráfego aéreo, alguns desviam a rota para o norte ou o litoral.
As fotos em exibição na mostra faziam
parte da coleção pessoal de Chaves e foram doadas para a Fundação Santos
Dumont, que atualmente está com o acervo guardado, sem exposição ao
público.
O Museu da TAM funciona de quarta-feira a
domingo, das 10h às 16h. Os ingressos custam R$ 25 e R$ 12,50 (meia).
Mais informações podem ser obtidas no site do local: www.museutam.com.br.
fonte/FolhaSP
fonte/FolhaSP
Comentários