QUADRO REDUZIDO DE PESSOAL CONTRIBUIU PARA ATRASOS NA GOL, DIZEM SINDICATOS
O déficit no número de pilotos e comissários da Gol
em meio ao aumento da demanda e dificuldades no planejamento das
escalas de pessoal contribuíram para os atrasos registrados no final de
semana, segundo os sindicatos dos trabalhadores do setor de aviação.
"Parte da difucildade em administrar uma contingência causada por
problema meteorológico está no quadro reduzido de tripulação diante do
aumento da demanda neste final de ano", afirma o presidente do Sindicato
Nacional dos Aeronautas(SNA), Marcelo Ceriotti.“Acreditamos que para a demanda de final de ano há uma deficiência no
número de pessoal”, avaliou o líder da categoria. Pelos cálculos do
sindicato, houve uma redução de mais de 500 postos de trabalho na Gol
neste ano, entre pilotos e comissários.
"Os atrasos do fim de semana evidenciam que o problema maior de falta de tripulantes é na Gol", diz Ceriotti.
O presidente do Sindicato dos Aeroviários do Estado de São Paulo,
Reginaldo Alves de Souza, também atribuiu os atrasos do fim de semana à
falta de planejamento da empresa e ao déficit de funcionários.
"Está faltando aeronautas. Os voos desta época estão com quase 100% dos
assentos tomados e falta mão de obra e melhor planejamento das escalas
para suprir toda essa demanda. Está todo mundo trabalhando no limite",
diz o sindicalista.
Gol nega falta de pessoal
A Gol nega falta de pessoal na empresa e rebate os números do sindicato. Procurada pelo G1, a aérea informou que a soma dos demitidos e dos que pediram demissão no ano até novembro chega a 159, incluindo comandantes, copilotos, comissários e chefes de cabine. No mesmo período, a empresa diz ter contratado 151 novos funcionários.
A Gol nega falta de pessoal na empresa e rebate os números do sindicato. Procurada pelo G1, a aérea informou que a soma dos demitidos e dos que pediram demissão no ano até novembro chega a 159, incluindo comandantes, copilotos, comissários e chefes de cabine. No mesmo período, a empresa diz ter contratado 151 novos funcionários.
Após uma série de prejuízos, a companhia vem executando desde 2012 um
plano de redução da oferta de voos domésticos em 9% e lançou um programa
para que os tripulantes da empresa manifestassem o interesse de se
desligar da empresa. De acordo com a aérea, os cortes de pilotos e
comissários eram necessários em razão desse ajuste na malha, que têm
como principal objetivo reduzir custos. A empresa informa ter hoje um
quadro de 16.209 funcionários.Em comunicado divulgado nesta segunda-feira (9), a Gol atribuiu os
atrasos e cancelamentos do fim de semana "às fortes chuvas que
acometeram a região sudeste do país na madrugada de sexta-feira".
Falha no gerenciamento da tripulação
No sábado, a Gol admitiu que os atrasos "também tiveram reflexo no limite da jornada de trabalho e descanso de algumas tripulações que tiveram suas cargas horárias vencidas pela regulamentação da categoria" gerando impacto nas operações.
No sábado, a Gol admitiu que os atrasos "também tiveram reflexo no limite da jornada de trabalho e descanso de algumas tripulações que tiveram suas cargas horárias vencidas pela regulamentação da categoria" gerando impacto nas operações.
Em reunião realizada nesta segunda com a Agência Nacional de Aviação
Civil (Anac), a aérea negou que as tripulações estejam trabalhando além
do horário. A agência disse que vai fazer uma auditoria para averiguar
se a justificativa procede.
Segundo a Anac, a Gol informou que foi necessário recrutar tripulantes
de outros estados para preencher lacunas, de modo que não houvesse
excesso de horas trabalhadas. "A Gol perdeu controle do gerenciamento
da tripulação e isso gerou problema durante todo o sábado. A situação só
acomodou no domingo. Isso não pode acontecer em hipótese alguma",
afirmou Marcelo Guaranys, diretor-presidente da Anac.
Para os sindicatos, é difícil mensurar o déficit de tripulantes na
avião brasileira uma vez que o número de mão de obra necessária depende
sempre da demanda.
"As carências de infraestrutura nos aeroportos são o principal causador
de atrasos, mas o evento do final de semana mostrou que há uma
dificuldade em gerenciar contingências diante do quadro reduzido de
tripulantes e que não tem piloto e comissário de reserva para atender
voos cancelados", critica Ceriotti.
Categoria pode iniciar greve no dia 20
Os sindicatos da categoria prometem iniciar uma greve geral a partir do dia 20, caso não chegam a um acordo com as empresas em relação ao dissídio coletivo dos trabalhadores.
Os sindicatos da categoria prometem iniciar uma greve geral a partir do dia 20, caso não chegam a um acordo com as empresas em relação ao dissídio coletivo dos trabalhadores.
Uma reunião entre trabalhadores e patrões está marcada para esta
terça-feira (10), no Rio. A categoria reivindica reajuste salarial de
8%, acima dos 5,58% oferecidos pelas empresas.
"Faremos uma assembleia no dia 13. Caso a proposta não for aprovada, o
indicativo é iniciar uma greve nacional a partir do dia 20", diz
Ceriotti.
fonte/G1/SP
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