Hermínio dos Santos Fernandes já tinha pedido à LAM para deixar de
voar. Tinha problemas pessoais, e cerca de um ano antes, um dos seus
filhos suicidou-se
Maputo (Canalmoz) – O comandante do voo das Linhas Aéreas de Moçambicano (LAM),
que seguia de Maputo para Luanda e se despenhou no Parque de Bwabwata,
na Namíbia, no dia 29 de Novembro, provocou "intencionalmente" a queda
do avião, provocando a morte de todos os 33 ocupantes da aeronave, entre
passageiros e tripulantes, refere o PCA do Instituto de Aviação Civil
de Moçambique, Comandante João Abreu, ex-administrador da companhia
proprietária do Embraier 190.
“A Comissão de investigação concluiu
que todas as acções observadas nas gravações requerem um conhecimento
dos sistemas automáticos do avião, uma vez que toda a descida foi
executada com o Piloto Automático ligado. Isto denota que houve uma
clara intenção. A razão para todas estas acções é desconhecida, e a
investigação prossegue”, disse João de Abreu, presidente do Instituto
Nacional de Aviação Civil de Moçambique (INAC).
A informação
disponibilizada pelo INAC, de acordo com informações disponíveis, é
proveniente de Theo Shilongo (Encarregado de Investigação) e Hafeni
Mweshixwa (Co-investigador) do acidente.
A informação, segundo Abreu, consta do relatório preliminar do inquérito sobre o acidente.
As declarações de João Abreu foram proclamadas no último sábado, em Conferência de Imprensa, em Maputo.
Segundo o experimentado Comandante João Abreu, presentemente a exercer o
cargo de PCA do IACM (Instituto de Aviação Civil de Moçambique), as
caixas negras do avião comprovam que o comandante Hermínio dos Santos
Fernandes tinha a “intenção clara” de fazer despenhar o avião que
pilotava.
“Quando o avião começou a cair o comandante estava sozinho
no cockpit. O co-piloto teria, na ocasião, abandonado o cockpit e
quando tudo aconteceu ele estava ausente”.
Ainda de acordo com
Abreu, o comandante Hermínio Fernandes ignorou todos os sinais de alarme
accionados pelos sistemas de segurança da aeronave e ignorou também as
pancadas na porta do cockpit supostamente do co-piloto a querer entrar.
Segundo o relatório citado pelo PCA do IACM, “a selectora de potência
(autothrottle) foi manualmente accionada e as manetes de potência
reduziram automaticamente para o regime de relanti (em idle). A
selectora de velocidade foi manualmente accionada várias vezes até ao
máximo previsto e permaneceu na velocidade máxima do limite de operação
VMO”.
Disse ainda o comandante Abreu que “Os parâmetros do manípulo
dos freios aerodinâmicos indicam que foi accionado para abrir os painéis
dos “spoilers”, superfícies de resistência aerodinâmica, e
mantiveram-se nesta posição até ao fim das gravações dos parâmetros,
prova de que a manete foi manualmente comandada”.
“Durante estas
acções foram audíveis toques de alerta de baixa e alta intensidade bem
como repetidas pancadas na porta como solicitação de entrada no
cockpit”, sublinhou João Abreu, anotando que todas as investigações
prosseguem.
Recorde-se que as investigações preliminares à queda do
Embraer 190 da companhia de bandeira moçambicana, LAM, no dia 29 de
Novembro, já tinham descartado a possibilidade de falhas mecânicas terem
originado o desastre.
João de Abreu assegurou que os elementos
retirados das caixas negras e do local do acidente, na Namíbia,
revelaram a inexistência de falhas mecânicas no aparelho.
O acidente
ocorreu na floresta da zona fronteiriça entre a Namíbia e o Botswana,
matando todas as 33 pessoas que nele viajavam – 27 passageiros e seis
tripulantes.
A aeronave foi adquirida nova e estava a voar pela LAM desde Novembro de 2013.
A confirmarem-se as causas do acidente a LAM não deverá poder recuperar os prejuízos às seguradoras.
Desconhece-se por ora o impacto que este rombo de mais de 80 milhões de
USD de prejuízo directo poderá vir a causar à solvabilidade da
companhia moçambicana de bandeira, LAM.
À margem das declarações
oficiais, fontes informais da LAM disseram ao Canalmoz que o comandante
Hermínio estava a viver um problema familiar “grave”.
Foi-nos
também dito por várias fontes que um dos seus filhos suicidou-se cerca
de um ano antes do fatídico dia em que Hermínio Fernandes está também a
ser indiciado de se ter suicidado ao fazer com que a aeronave por ele
comandada e de na altura “levava a perna”, isto é pilotava, se tenha
despenhado.
Todas as fontes de que nos socorremos desconhecem se o
comandante teria alguma vez dado conhecimento à direcção da LAM, da
situação familiar difícil por que estaria a passar. “Mas os seus colegas
directos sabiam disso”, contam. (Redacção)
fonte/Facebook/CanalMOz/NotÍcias de Moçambique
Comentários