MINISTÉRIO PÚBLICO PEDE FECHAMENTO DE TODOS HELIPONTOS DA CIDADE DE SÃO PAULO
O Ministério Público do Estado de São Paulo
quer fechar os helipontos da capital paulista e pede que seja feito um
estudo de impacto ambiental amplo sobre como eles afetam a população,
principalmente quanto a ruído.
O promotor Maurício Antônio Ribeiro Lopes, que entrou com ação civil
pública no dia 9, afirma que São Paulo tem mais 300 helipontos e que o
impacto a prédios próximos, como escolas e hospitais, não é totalmente
conhecido. “Eles fazem um mero estudo de impacto de vizinhança, num raio
de 200 metros de influência, é muito pouco. “Quero um Eia-Rima do
conjunto da obra”, afirmou.
Esses 200 metros citados por Lopes são a distância mínima que deve
haver de estabelecimentos como escolas e hospitais para que o heliponto
funcione, segundo a Lei nº 15.723, de autoria do vereador Milton Leite
(DEM) e sancionada pelo prefeito Fernando Haddad (PT). A regra, segundo a
Agência Nacional da Aviação Civil (Anac) é diferente das previstas em
norma federal, que prevê distância mínima de 300 metros. A Anac é o
órgão ligado ao governo federal que regula a aviação no país.
O fato de a lei municipal ser mais branda é um dos argumentos
apresentados pelo promotor na ação. "Caso seja aplicada a lei, haverá
conflito de competência regulatória entre as esferas federal e
municipal, com prejuízo das atribuições legais da Anac", afirmou.
Maurício Ribeiro Lopes afirma ainda que a falta de um estudo de impacto
faz com que sejam desconsiderados o impacto cumulativo dos helipontos,
quando instalados em locais próximos, e medidas mitigadoras que poderiam
diminuir os efeitos.
O G1 tentou um contato com o vereador Milton Leite por
meio de sua assessoria, mas ele não se manifestou até a publicação
desta reportagem sobre o impasse e sobre as críticas do Ministério
Público ao seu projeto de lei.
A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo afirmou que a
implantação de helipontos e heliportos na cidade de São Paulo exige a
aprovação prévia expedida pela Anac. Informou ainda que a Lei nº 15.723
está em fase de regulamentação.
Segundo a Anac, São Paulo tem 181 helipontos privados. A frota de
helicópteros do Estado de São Paulo é de 714 helicópteros, a maior do
país.
Aeroporto em Parelheiros
Maurício Ribeiro Lopes esteve na Câmara de São Paulo no dia 10 e adiantou que entrará com uma ação contra o aeroporto caso realmente o empreendimento obtenha autorização para funcionar. “Não estou vendo viabilidade por conta do zoneamento”, afirmou.
Maurício Ribeiro Lopes esteve na Câmara de São Paulo no dia 10 e adiantou que entrará com uma ação contra o aeroporto caso realmente o empreendimento obtenha autorização para funcionar. “Não estou vendo viabilidade por conta do zoneamento”, afirmou.
O projeto da empresa Harpia Logística é para construir um aeroporto de
aviação executiva (jatos executivos e taxi aéreo) e está previsto para
um terreno bem ao lado do Trecho Sul do Rodoanel. A autorização para a
construção veio do governo federal, em julho, e os empreendedores querem
o aeroporto funcionando já 2014.
Só que os donos do projeto ainda não têm autorização da Prefeitura para
iniciar o processo de licenciamento porque o terreno está em área de
preservação. O empresário André Skaf, um dos responsáveis pelo
empreendimento, garante que o impacto será o mínimo possível. Segundo
ele, a maior parte do terreno tem apenas eucaliptos e será reflorestada,
segundo o projeto.
Moradores e ambientalistas, no entanto, se uniram contra a iniciativa
afirmando que haverá prejuízo ambiental. Eles temem especialmente que
seja afetada a Represa Guarapiranga, responsável por fornecer 30% da
água da capital paulista.
fonte/G1/SP
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