O PETRÓLEO VIROU GÁS PARA MARCIO MELLO
Map locator of Amazonas' Alto Solimões microregion (Photo credit: Wikipedia)
fonte/Exame
Como os planos não saíram conforme o esperado, os equipamentos ficaram prontos, mas continuam parados na fábrica sem data para vir para o Brasil. Agora, a HRT estuda um jeito de revender as sondas por lá mesmo, provavelmente com prejuízo. A decisão mais controversa, contudo, foi investir 300 milhões de reais na criação de uma companhia aérea.
A maior parte das empresas de petróleo contrata esse tipo de serviço, mas Mello preferiu não depender de fornecedores. A Air Amazônia, como foi batizada, possui quatro aviões e 14 helicópteros para transportar funcionários, alimentos e equipamentos para a bacia do Solimões, onde não é possível chegar por terra.
São necessárias 550 viagens para levar uma sonda de 1 600 toneladas até o poço e mais 600 para transportar os equipamentos que vão dar suporte a ela. É um autêntico pesadelo logístico. Mello percebeu que não seria uma tarefa trivial gerir aeronaves e tripulação próprias e agora está atrás de um sócio que queira tocar esse negócio.
Para alguém que decidiu extrair petróleo no meio da selva amazônica e na longínqua Namíbia, essa série de infortúnios não há de ser o fim do mundo. Mello continua com o mesmo discurso otimista dos tempos em que abria latas de Coca-Cola sobre as mesas de investidores — ele brinca que esse otimismo é um requisito obrigatório para exploradores.
Garante já ter um plano para tornar rentáveis as descobertas de gás na bacia do Solimões: com a ajuda dos russos, os técnicos da HRT estudam formas de usar o gás para produção de energia elétrica, fertilizantes ou mesmo botijões (como ele vai trazer esse gás todo de lá ainda é um mistério).
Com a previsão de investir 1,7 bilhão de reais nos próximos dois anos, Mello não tem dúvida de que a HRT estará entre as maiores companhias privadas de óleo e gás do mundo, com uma produção de 700 000 barris de petróleo por dia em 2017. “Temos as duas melhores áreas do hemisfério sul”, diz ele. “Não há nenhuma possibilidade de dar errado.”
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