BOEING 737, O AVIÃO MAIS POPULAR DO MUNDO PODE DESFAZER-SE NO AR

Southwest Airlines Boeing 737-700Southwest Airlines Boeing 737-700 (Photo credit: Wikipedia)
A cada 2,5 segundos, há um Boeing 737 a levantar voo em literalmente qualquer parte do mundo. É o avião mais popular entre as companhias aéreas para fazer voos domésticos e a maior fonte de lucros para a fabricante aeronáutica.

Mas o sucesso do 737 esconde um segredo perigoso, que a Boeing não quer que se saiba: há um problema intrínseco na concepção do avião, que remonta aos anos sessenta. Uma investigação da Newsweek revela detalhes alarmantes sobre este problema, relacionado com a fuselagem, que esteve na origem de vários acidentes e continua a não ser abordado pela Boeing – pressionada pela crise, pela Airbus e pela mudança de cenário introduzida pelas companhias low cost.

O problema central é a fraca espessura da liga de alumínio para o revestimento da fuselagem. De cada vez que o avião voa, a pressurização e despressurização colocam o revestimento em esforço. Quanto mais voos faz, mais o modelo corre o risco de ter o revestimento enfraquecido. E essa falha de design, que tem origem em 1964, nunca foi totalmente corrigida pela Boeing.

A Newsweek relata o mais recente caso relacionado com este problema: aconteceu em abril do ano passado com um voo da Southwest Airlines, de Phoenix para Sacramento, com 118 passageiros a bordo. O 737 tinha acabado de atingir a sua altitude de cruzeiro quando se ouviu um estoiro e as máscaras de oxigénio caíram. O avião tinha sofrido uma perda súbita e extrema de pressão na cabine; o revestimento do avião tinha sido descascado, mas os pilotos conseguiram aterrar em segurança.

Dois anos antes, outro avião da Southwest sofrera um incidente semelhante. Os investigadores descobriram falhas graves nas juntas, algo que não era apenas um problema isolado de fabrico. De acordo com a Newsweek, um 737 tem uma vida útil de 60 mil voos em segurança. Mas este modelo tinha feito apenas 39,781 voos; era cedo demais para quebrar.

O problema, dizem os especialistas consultados pela revista, é uma lacuna endémica no design da fuselagem do 737. A Boeing respondeu às questões dizendo que o avião tem sofrido alterações e melhorias e tem um registo excelente ao nível da segurança. Mas como o design original é dos anos sessenta, há limites para as melhorias que se podem fazer.

Um dos primeiros casos – fatais – foi o do 737 de uma companhia de Taiwan, que caiu e matou toda a gente a bordo em 1981. Os investigadores descobriram que o avião transportava frequentemente peixe congelado e tal tinha causado uma corrosão fatal no revestimento. Sete anos mais tarde, um avião da Aloha Airlines ficou com um buraco no tecto e expôs os passageiros ao céu aberto; uma assistente de bordo foi sugada mas os pilotos conseguiram pousar o avião. O problema? Tinha feito muitos voos de curta duração com um ambiente muito húmido, o que resultou em corrosão e fadiga do metal (demasiado fino e leve).

Uma das maiores autoridades na matéria, o professor Tony Ingraffea da Cornell's School of Civil and Environmental Engineering, diz que o design da fuselagem do 737 é o seu “calcanhar de Aquiles”. “A espessura do revestimento mantém-se a mesma ao longo das novas séries. Não é possível mudar isso sem mudar tudo o que acompanha o revestimento – iria constituir um redesenho radical, algo que nunca foi feito”, explica.

A Boeing planeou construir um 737 completamente novo, com materiais compósitos resistentes à corrosão. Mas a Airbus anunciou grandes melhorias ao rival A320 e conquistou 1200 encomendas num ápice. A Boeing decidiu abandonar então os planos e optou por uma nova adição, o 737 MAX, com um motor 10% a 12% mais eficiente em termos de combustível. A fuselagem é que é a mesma.
A Boeing está encalhada com um design que quer fazer voar para sempre”, rematou o especialista Ingraffea.

fonte/DinheiroVivo.pt
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Comentários

tudo disse…
Belo post e muito bom , ainda bem que vi ele agr nunca mais vou voar pela gol!
tudo disse…
muito bom o post agora sei que o 737 é muito perigoso e também eu nunca mais vou voar pela gol.
Roberto Fantinel disse…
Obrigado pela visita.

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