AEROPORTUÁRIOS DE CAMPINAS DECIDEM MANTER GREVE EM VIRACOPOS
Ao contrário dos aeroportuários de Brasília e Guarulhos, os funcionários do aeroporto de Campinas (Viracopos) decidiram em assembleia, na tarde desta sexta-feira, continuar a greve contra a privatização dos três aeroportos. Com a decisão, as indústrias da região devem ser as mais afetadas.
Embarque e desembarque estão acontecendo normalmente no aeroporto de Campinas, mas já há acúmulo de carga aérea por falta de trabalhadores.
As indústrias da região devem ser as grandes prejudicadas com a decisão dos trabalhadores. Viracopos recebe, por dia, mais 800 toneladas de produtos. Mais de 1,6 tonelada de insumos para as indústrias da região estão parados no pátio da Infraero após dois dias de paralisação.
A Folha apurou que, em aproximadamente quatro ou cinco dias, as linhas de produção que dependem das importações que chegam ao país por Viracopos podem começar a parar por falta de insumos. O setor industrial que se utiliza do aeroporto, em sua maioria, não opera com estoques.
Hoje pela manhã, o sindicato dos funcionários da Infraero, empresa que administra os aeroportos, conseguiu desmobilizar a paralização nos outros dois aeroportos que o governo deseja conceder à iniciativa privada. Mas os trabalhadores de Viracopos decidiram manter a greve, que deveria durar até a meia-noite de hoje, por tempo indeterminado.
CETICISMO
O Sina (Sindicato Nacional dos Aeroportuários) argumentou que não há garantias do governo da realização da reunião marcada para a próxima quarta-feira (26) e que o governo tem se utilizado de instrumentos jurídicos para tentar cancelar a greve.
No aeroporto de Cumbica, os funcionários da Infraero aceitaram retornar ao trabalho, mas vão permanecer em estado de greve até quarta-feira (26), quando deve acontecer a reunião com o governo às 10h, no Palácio do Planalto, em Brasília.
Wagner Bittencourt, ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, representantes da secretaria-geral da Presidência, diretores da Infraero e representantes do sindicato dos aeroportuários deverão comparecer ao encontro.
PROPOSTAS
Entre as propostas encaminhadas pelo governo estavam a inclusão dos funcionários da Infraero nos debates sobre a possível privatização dos aeroportos e a aceitação de garantias de trabalho, como a representação sindical.
O governo também havia concordado em retomar as negociações com os trabalhadores sobre a questão da estabilidade em um possível novo modelo de concessão. Até então, os grevistas não haviam aceitado a proposta de estabilidade de até 24 meses e reivindicavam um período de cinco a dez anos.
fonte/Folha
Comentários