PROCURA POR ESCOLAS DE VOO TEM ALTA NO VALE DO PARAÍBA, SÃO PAULO
A expectativa de aumento na malha aérea brasileira acendeu o alerta para o risco de 'apagão' de profissionais, como pilotos comerciais e comissários de bordo .
Até 2014, a quantidade de passageiros transportados no país poderá dobrar .
Porém, a falta de escolas para formação de pilotos e comissários, além dos altos custos de manutenção dos cursos, podem provocar déficit de mão-de-obra em companhias aéreas e transtorno nos serviços do setor.
Na região, os poucos locais que oferecem aulas teórica para formação destes profissionais, além dos aeroclubes que ensinam a prática de pilotar, começam a sentir aumento na procura de alunos interessados no setor.
Infraestrutura.
De acordo com a Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária), responsável por administrar os aeroportos do Brasil, em 2010, foram transportados 112,6 milhões de passageiros no país.
Perspectiva do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) é que esta quantidade chegue a 225 milhões em apenas três anos devido aos grandes eventos que o Brasil sediará, como a Copa do Mundo de 2014 e, em 2016, os jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
Sobrecarga.
Para atender à nova demanda, empresas aéreas deverão investir na compra de novas aeronaves.
Entretanto, para suprir novos horários de voos, elas podem sobrecarregar os profissionais já contratados devido à ausência de novos profissionais no mercado.
"O governo tinha que tomar uma atitude emergencial, não somente relacionada à infraestrutura dos aeroportos, que também é precária. Não temos escolas suficientes para formar gente que atenda passageiros em terra ou no ar. As universidades podem suprir esta demanda, mas depende de uma postura governamental", afirmou João Virgílio Merigui, presidente da Associação Nacional de Infraestrutura e Transportes, a Andit.
Vale.
Na região, apenas São José, Taubaté e Guaratinguetá disponibilizam escolas para formação de pilotos comerciais ou comissários de bordo.
O curso para comissário de bordo chega a custar cerca de R$ 2.000, fora os custos da prova da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
Já a formação para piloto pode ultrapassar os R$ 60 mil, que também inclui a necessidade de avaliação pela Anac para a obtenção do brevê (certificação de piloto).
"É difícil ter este dinheiro todo. Por isso pouca gente consegue concluir", afirmou Daniel Gramacho, 25 anos, instrutor de voo do Aeroclube de São José dos Campos.
Gramacho é professor de Sabrina Smith, 32 anos, que é comissária de bordo em voos internacionais, mas prefere mesmo a arte de pilotar um jato. "O mercado está necessitando de gente, mas não há emprego garantido. É um risco que vou correr, mas estou realizando um sonho", afirmou.
fonte/foto/OVale
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