AEROPORTO SANTOS DUMONT TEM VOOS CANCELADOS POR CAUSA DE PROTESTO DOS TRABALHADORES DO SETOR AÉREO


BRASÍLIA - RIO - Pelo menos oito voos foram cancelados no aeroporto Santos Dumont, no Rio, na manhã desta quarta-feira, por causa de uma manifestação dos funcionários das companhias aéreas. Representantes do Sindicato Nacional dos Aeroviários realizaram piquetes na entrada do aeroporto, a partir das 5h da manhã, causando tumulto no local. Eram cerca de 50 manifestantes, com faixas e megafones, tentavam impedir a entrada dos funcionários ao trabalho. A Polícia Militar foi chamada para garantir a segurança na porta do aeroporto. 

Segundo a Infraero, a situação no aeroporto já foi normalizada e os voos, retomados. Aeroviários e aeronautas querem reajuste salarial de 13% a 15% e ameaçam realizar uma greve nacional amanhã, 23, dia previsto para ter movimento recorde por causa do Natal. Estão programados 480 mil e 500 mil embarques e desembarques, com pelo menos 240 mil passageiros circulando entre os principais aeroportos do país. Na terça-feira, terminou sem acordo a reunião do Ministério Público do Trabalho com representantes dos sindicatos das companhias aéreas e dos trabalhadores do setor, para evitar a greve. Uma nova reunião entre a Anac, companhias aéreas e Ministério da Defesa está prevista para esta quarta-feira no Palácio do Planalto
Para amanhã, estão programadas assembleias em várias capitais, principalmente no Rio (em frente ao aeroporto Santos Dumont) e em São Paulo (Guarulhos e Congonhas), onde os funcionários do setor aéreo estão mais mobilizados. A categoria promete ao menos uma operação-padrão, o que deverá gerar atrasos em cascata nas principais rotas. 

A possibilidade de crise aérea fez com que a presidente eleita, Dilma Rousseff, desistisse de tirar o comando dos aeroportos da Defesa e repassasse para a Secretaria de Portos, criando a secretaria de Portos e Aeroportos. 
Só depois ela vai avaliar a conveniência de criar a pasta de Aeroportos.
Para evitar quebra-quebra nos aeroportos, caso a greve se confirme, o Ministério da Defesa enviou ofício aos governadores, solicitando reforço na segurança. A recomendação é que a Infraero também reforce sua equipe. 

Os atrasos de voos vêm crescendo desde o fim de semana. Nesta terça-feira, depois de ter atingido 16,5% às 12h, o percentual de voos com destinos domésticos que decolaram mais de 30 minutos após o horário previsto chegou a 23,8% às 20h - atingiu 528 dos 2.220 voos programados. Outros 150 foram cancelados.

Porém, durante o encontro realizado ontem em Brasília, representantes da classe trabalhadora recusaram a proposta de reajuste de 6,5% (cerca de meio ponto percentual acima da inflação) feita pelas empresas. A proposta anterior era de 6,08%. A categoria insiste em 13% (com ganho real) para aeroviários (trabalhadores de solo) e aeronautas (pilotos e comissários). 

Ao tomar conhecimento do resultado da reunião, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, convocou uma reunião com o presidente da Infraero, Murilo Barboza, e a secretária de Aviação Civil, Fabiana Todesco. Eles ainda avaliavam a situação às 21h, para ver o que poderia ser feito para evitar a greve, como por exemplo convocar uma reunião com as companhias aéreas. Ao fim do encontro com os trabalhadores, elas diziam não acreditar na greve.
- Não acreditamos que vai haver paralisação. Não há o menor cabimento em fazer uma greve no dia 23 de dezembro por tudo o que o Natal significa para a sociedade brasileira - afirmou Odilon Junqueira, negociador por parte das companhias. 

Durante o encontro desta terça-feira, mediado pelo Ministério Público a pedido do governo federal, os dirigentes sindicais da classe trabalhadora recusaram a proposta de 6,5% de reajuste salarial oferecido pelas empresas. Segundo o presidente do Sindicato dos Aeronautas (pilotos e comissários), Gelson Dagmar Fochesato, somente vão decolar na quinta-feira 30% dos voos programados. Ele disse que ficará a critério das empresas informar até o fim da noite de amanhã, quais partidas serão mantidas. 
- Quero pedir desculpas à sociedade pela radicalização dos caos aéreo - disse ele.
- Eles (os passageiros) vão chegar com atraso aos seus destinos. Estamos convocando todos os trabalhadores para a greve - emendou o diretor do Sindicato dos Aeroviários (de solo), Marcelo Schimidt.

O procurador-geral do Trabalho, Otávio Brito Lopes, disse que ainda acredita numa negociação e caso a paralisação se confirme, o Ministério Público vai acompanhar o movimento, sobretudo do ponto de vista da legalidade, da preservação da saúde e segurança da população. Ele disse que haverá equipes de plantão, inclusive no Tribunal Superior do Trabalho (TST), quem julga esse tipo de mobilização.
- A greve é constitucional, inclusive nos serviços essenciais. Vamos acompanhar o desenrolar dos fatos - disse o procurador. 

Anac não tem plano de contingência
Órgão regulador do setor aéreo, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) foi convidada a participar da reunião de conciliação, mas não enviou representante. Alegou que a negociação sindical não é de sua competência. A Anac também não tem plano especial de contingência para a greve - as soluções terão que ser oferecidas pelas companhias aéreas. 

fonte/foto/OGlobo
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