EMBRAER VAI DUPLICAR PRODUÇÃO DOS JATOS LEGACY 450/500 COM NOVA FÁBRICA NOS EUA
Marco Túlio durante evento em Melbourne, na Flórida. Foto: Divulgação.
A Embraer vai ampliar a produção dos seus novos jatos executivos de
médio porte Legacy 450 e Legacy 500 com uma linha de montagem adicional
nos Estados Unidos. O novo hangar foi inaugurado hoje, quinta-feira, dia
2 de junho, no aeroporto internacional de Melbourne, na Flórida, e vai
duplicar a produção da empresa brasileira que concentra hoje a
fabricação dos modelos em São José dos Campos – SP.
O empreendimento vai contar com uma área de 14 mil metros quadrados
dedicados para a montagem final e pintura dos aviões. Um centro de
logística também está sendo ampliado para receber as partes das
aeronaves que continuam sendo fabricadas no Brasil. Fuselagem e outros
componentes são enviados de navio pelo porto de Santos. Sistemas
complexos como motores e aviônicos são produzidos por fornecedores
americanos.
Os EUA são o maior mercado de aviação executiva do mundo, com 12 mil
jatos em operação. Em todo o planeta há mais de 20 mil jatos executivos
em operação. México com uma frota de 900 aeronaves e o Brasil, com 800
jatos registrados, detém a segunda e terceira posição do ranking global,
respectivamente.
Estratégia. A Embraer anunciou em 2008 planos para a
criação de uma unidade dedicada para aviação executiva nos EUA. Em 2011
foi inaugurado em Melbourne, na Flórida, um centro de atendimento ao
cliente, com estúdios para configuração de interiores e montagem final
dos jatos leves Phenom 100 e 300. Recentemente também foi lançado um
centro de engenharia, o primeiro da Embraer fora do Brasil.
A presença industrial estratégica da Embraer em solo americano busca
aumentar participação no maior mercado de aviação executiva do mundo. Em
2015, a América do Norte foi responsável por cerca de 70% da demanda
global por jatos executivos. Todos os principais fabricantes do setor
têm presença industrial no país.
Parte do processo de evolução da Embraer como empresa global, a unidade
da companhia nos EUA é a terceira fora do Brasil. A empresa também tem
manufatura em Portugal, além de escritórios comerciais e oficinas na
Holanda, França, Irlanda, Inglaterra, Emirados Árabes Unidos e
Singapura. Dos 19 mil empregados da Embraer no mundo, 17 mil estão no
Brasil. A companhia, no entanto, exporta mais de 90% dos aviões
comerciais, executivos e militares produzidos. Atualmente, metade dos
mais de mil jatos executivos fabricados pela Embraer tem registro
americano.
O mercado global de aviação executiva deve movimentar cerca US$ 250
bilhões nos próximos 10 anos, com a venda de aproximadamente 9.000 novos
jatos executivos de todas as marcas. A América do Norte deve absorver
mais da metade dessa frota.
NASA. A chegada da Embraer no aeroporto internacional
de Melbourne, na Flórida, aconteceu logo após o fim do programa espacial
americano. A fábrica, localizada na região do “Space Coast”, está a
poucos minutos do Cabo Canaveral, a famosa base da NASA, onde eram
realizados os lançamentos das naves espaciais. A outra base da NASA fica
em Houston, no Texas.
A mão-de-obra qualificada tem sido fundamental para o crescimento da
empresa no país. Dos 500 profissionais que trabalham hoje na “Embraer
americana”, cerca de 70 são ex-engenheiros ou técnicos da agência
espacial que compartilham diariamente suas experiências com as equipes
do Brasil e também aprender com os brasileiros.
A troca de experiências entre brasileiros e americanos no setor
aeronáutico é histórica. A fundação do ITA e CTA, por exemplo, contou
com a participação de professores do MIT que foram seduzidos pelo
visionário projeto apresentado pelo Marechal Casimiro Montenegro na
década de 1940. Os EUA também lideram a lista de fornecedores da
Embraer, sendo o país responsável por mais de 60% dos componentes
importados pela empresa para a integração dos sistemas nas aeronaves.
São José dos Campos e o Cabo Canaveral estão entre os maiores centros de
pesquisa, desenvolvimento, ensaios e manufatura para o setor
aeroespacial do mundo, por meio dos seus respectivos complexos
industriais e institutos para formação de profissionais.
Resultados. Em 2008, quando a Embraer anunciou a
estratégia de também ter uma linha de montagem final nos EUA, a unidade
de aviação executiva gerava receita de US$ 800 milhões, ou 12% da
receita global da Embraer. Para 2016, com as três fabricas no Brasil,
EUA e China, a expectativa é de uma receita de até US$ 1.9 bilhão, com a
fabricação de até 135 aeronaves. Em 2015 o faturamento foi de US$ 1.7
bilhão, ou 30% de toda receita total da Embraer, quando 120 aviões
particulares foram entregues.
Hoje, um a cada cinco jatos executivos no mundo são da marca brasileira.
No primeiro trimestre de 2016, a Embraer conquistou 18% de participação
de mercado, em termos de entregas de aeronaves. Nos primeiros três
meses do ano, a empresa entregou 23 jatos executivos, sendo 12 leves e
11 jatos grandes, ante 12 jatos executivos entregues no mesmo período de
2015 (10 jatos leves e dois grandes).
Para o ano de 2016, a Embraer projeta fabricar de 40 a 50 jatos grandes e
de 75 a 85 jatos leves, o que significaria um crescimento de até 12%,
comparado com o ano passado, caso a empresa atinja o teto da meta
planejada.
fonte/foto/OVale
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