EMBRAER ANUNCIA PRODUÇÃO DO LEGACY EM FÁBRICA DOS EUA
Legacy 450 que será apresentado pela Embraer na Labace. Foto: Divulgação
Assim como o jato executivo Phenom, os modelos 450 e 500 devem ser fabricados na planta de Melbourne, na Flórida
A Embraer vai produzir os modelos 450 e 500 do jato executivo Legacy, hoje feitos em São José, na fábrica de Melbourne, na Flórida, nos Estados Unidos.
De acordo com a fabricante, a previsão é de iniciar a produção nos EUA em meados de 2016, com a primeira entrega para o final daquele ano. Para tanto, a unidade está sendo ampliada.
A companhia não confirmou quando e se irá fechar a linha de produção dos modelos 450 e 500 do Legacy em São José. Em princípio, informou a Embraer, as duas linhas serão mantidas simultaneamente.
“O futuro balanceamento do volume de produção entre as duas linhas dependerá das condições de mercado”, informou a empresa, em nota.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, que contesta a transferência, cerca de 800 trabalhadores em São José podem ser afetados com a mudança na linha de produção.
Avião. O Legacy 450 foi apresentado ontem publicamente pela primeira vez no país, em evento no Campo de Marte, na capital. Entre 11 e 13 de agosto, a aeronave será destaque na 12ª edição da Labace (Latin American Business Aviation Conference & Exhibition), no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo.
O jato da categoria mid-light está em fase final de ensaio em voo e tem entrada no mercado prevista para o quarto trimestre de 2015.
Atualmente, segundo a Embraer, as estruturas das aeronaves Legacy 450 e 500 são fabricadas nas unidades da empresa em Botucatu (SP) e Évora (Portugal), e atenderão às duas linhas de montagem.
A fuselagem traseira dos modelos é fabricada pela Sobraer, em Jacareí, e também atenderá às duas linhas.
Mercado. A fabricante informou que o motivo da mudança da linha do Legacy para os Estados Unidos obedece a critérios mercadológicos.
Os EUA representam 65% do mercado de jatos executivos da Embraer, que pretende se aproximar da clientela e dos concorrentes, todos baseados em solo americano, mesmo não sendo originários do país.
Em maio deste ano, a fabricante havia anunciado a transferência da produção do jato executivo Phenom para os Estados Unidos, na mesma fábrica em Melbourne.
Segundo a Embraer, não haverá desemprego em São José com as transferências das linhas, em razão de que a mão de obra dos jatos executivos será aproveitada na produção da nova família de aviões comerciais da empresa, os EJets 2, lançados em junho de 2013.
Sindicato dos Metalúrgicos vai cobrar explicações
São José dos Campos
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José vai procurar a direção da Embraer na próxima semana para cobrar explicações sobre a migração da produção dos jatos executivos Legacy 450 e 500 para os Estados Unidos.
Segundo a entidade, a mudança contraria o que teria sido dito por um executivo da Embraer ao vice-presidente do sindicato, Herbert Claros da Silva, durante reunião realizada na última terça-feira.
Na ocasião, informou o sindicato, o dirigente sindical teria questionado a empresa se eram verídicos os rumores sobre a transferência da produção do Legacy.
O executivo da companhia teria negado a informação.
“Essa transferência é mais uma etapa da política de desnacionalização das aeronaves adotada pela Embraer”, disse Silva. “Vamos pressionar o governo para que sejam tomadas medidas concretas que impeçam essa mudança.”
Segundo ele, parte da produção do Legacy é financiada pelo governo federal, por meio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o que justificaria a intervenção estatal. O sindicato informou ainda que a mudança da linha pode afetar 800 trabalhadores ligados à produção do Legacy em São José, além de “funcionários da cadeia de fornecedores”. “Vivemos um momento em que milhares de trabalhadores brasileiros estão perdendo seus empregos”, disse Silva.
fonte/foto/Ovale
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