EMBRAER NEGA DEMISSÃO EM LINHA TRANSFERIDA PARA ESTADOS UNIDOS

Funcionários da Embraer trabalham em linha de produção de jatos executivos. Foto: Claudio Vieira  Foto: Claudio Vieira

A Embraer negou que a transferência da linha de produção dos jatos executivos Phenom para os Estados Unidos provocará demissões na planta de São José dos Campos, sede da empresa.
Em nota divulgada ontem, a fabricante reagiu à informação divulgada pelo Sindicato dos Metalúrgicos no dia anterior de que os jatos passarão a ser feitos em Melbourne, na Flórida, até meados de 2016.

Hoje, o setor que produz o modelo movimenta cerca de 1.500 trabalhadores, entre diretos e indiretos. Os contratados pela Embraer seriam 650, segundo o sindicato.

A companhia informou que os funcionários da montagem dos jatos Phenom, que são feitos nas versões 100 e 300, serão absorvidos pela linha de produção dos novos jatos comerciais, batizados de EJets 2, lançados em junho de 2013.
“Na planta de São José dá-se início à montagem dos protótipos da nova geração de jatos comerciais da empresa, que absorverá toda a equipe atualmente dedicada à montagem dos aviões Phenom”, informou a fabricante.

A Embraer também confirmou a mudança da linha para os Estados Unidos.
“Esta atividade, por sua vez, será absorvida pela principal linha de montagem destes produtos, localizada na planta de Melbourne, Estados Unidos.”

Materiais. Apenas a fabricação das asas e da fuselagem do Phenom continuará a ser feita no Brasil, na planta de Botucatu, segundo a Embraer.
Os materiais serão exportados para os EUA, onde serão montadas nas aeronaves.
Segundo a empresa, a família Phenom já teve mais de 500 unidades entregues até hoje.
A fabricante também negou que a medida seja encarada como “desnacionalização” da sua produção, como aponta o sindicato.
“A Embraer continua a investir em ampliação e modernização de suas operações industriais no Brasil e no exterior, visando manter sua competitividade e presença globais”, informou a fabricante.

Oficial. Vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Hebert Claros cobrou a formalização da garantia de emprego em São José.
“Se a Embraer garante que os funcionários serão absorvidos pela produção dos novos jatos comerciais, ela tem que colocar isso no papel, de forma oficial”, disse o sindicalista. “Não adianta apenas verbalmente, porque em outras situações ela também prometeu manter postos e demitiu na última hora”, completou.
Ainda na nota, a Embraer disse que prevê receitas de até US$ 6,6 bilhões neste ano e investimentos de US$ 650 milhões em capacitação industrial, pesquisa e desenvolvimento de novos produtos.


Transferência
O Sindicato dos Metalúrgicos informou que a Embraer pretende transferir a produção dos jatos executivos Phenom para os Estados Unidos

Demissão
Com isso, o sindicato teme demissão entre os 650 trabalhadores diretos e 850 indiretos que trabalham para essa linha

Absorção
A Embraer disse que os trabalhadores da empresa serão absorvidos pela produção dos novos jatos comerciais

Mercado
A transferência visa, segundo a fabricante, a “manter sua competitividade e presença globais”

Planta
Os jatos Phenom serão feitos em Melbourne, na Flórida



Empresa prevê vender 2.060 jatos nos Estados Unidos

São José dos Campos

A Embraer prevê entregar 2.060 novos aviões para o mercado norte-americano pelos próximos 20 anos. A projeção foi divulgada ontem.
As aeronaves atuarão no segmento de 70 a 130 assentos.
A estimativa representa quase 35% do total da demanda mundial por aeronaves neste segmento, com valor estimado de US$ 96 bilhões.
Ainda de acordo com a empresa, cerca de 47% das novas entregas para os EUA são esperadas para apoiar o crescimento do mercado, enquanto 53% serão para substituir aeronaves antigas que serão aposentadas até 2034.
“Apesar de taxas de crescimento mais elevadas em outras partes do mundo, nossas projeções mostram que o mercado dos Estados Unidos continua dominando o segmento em virtude do grande volume de jatos de 70 a 130 lugares existentes”, disse, por meio de nota, Paulo Cesar Silva, presidente e CEO da Embraer Aviação Comercial. “No entanto, prevemos espaço para o crescimento das companhias aéreas que procuram alternativas para reduzir a diferença de capacidade entre as operações regionais e de empresas tradicionais”. Segundo ele, o avião E175 tornou-se best-seller na sua categoria, com 80% das encomendas na América do Norte desde 2013.

fonte/foto/OVale

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