TAP REDUZ NÚMERO DE TRABALHADORES EM EMPRESA DE MANUTENÇÃO NO BRASIL

TAP ME PortoAlegre Raul Pereira 900dpi

A VEM, empresa de engenharia e manutenção da TAP no Brasil, empregava 4.000 trabalhadores em 2007, mas desde então o grupo aéreo português já reduziu os quadros para cerca de metade, refere o ‘Diário Económico’, um dos principais jornais económicos que se publica em Portugal.
A matéria publicada é da autoria da jornalista Hermínia Saraiva. Reproduzimos em seguida o texto na íntegra, para melhor entendimento do que está exposto na publicação portuguesa:

«A TAP voltou a reduzir em Outubro o número de trabalhadores na operação de Manutenção & Engenharia no Brasil (TAP M&E Brasil). A empresa fala numa reestruturação que afectou 45 trabalhadores desde Outubro de 2013, com “o objectivo de viabilizar” a unidade brasileira, mas os sindicatos dizem que desde o início do ano já foram dispensadas mais de 100 pessoas.

“A TAP vem deste 2007 despedindo trabalhadores. Éramos em torno de 4.000 quando a TAP assumiu o controlo da empresa, hoje estamos na faixa de 2.150 a 2.200. O fato é que, desta vez, foram despedidos 61 trabalhadores em 30 dias”, afirma Paulo Sérgio da Silva, director de Imprensa do Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre.

A empresa confirma a redução dos quadros, clarificando que “em Outubro de 2013 o total era de 2.209 e agora é de 2.164″; destes, cerca de 1.200 trabalham nos hangares da empresa em Porto Alegre, enquanto os restantes estão baseados no Rio de Janeiro. “É decisivo adequar a mão-de-obra às necessidades do mercado”, diz fonte oficial da empresa, lembrando que “a VEM trabalhava exclusivamente para a Varig e a M&E trabalha para o mercado global, o que obrigou a um esforço enorme de formação e ao reforço de mais competências”. A mesma fonte assegura, numa visão contrária à do sindicato, que o número de trabalhadores se manteve “praticamente estável” em 2014, “tendo havido saídas mas também entradas”.

Paulo Silva garante que a empresa não deu qualquer explicação “nem ao sindicato nem aos trabalhadores” e em comunicado os Aeroviários dizem que “não existe um critério lógico para as demissões, nem para as avaliações internas, e o descrédito diante dessa gestão da TAP ME é gigante”.
A TAP diz que “este movimento é decisivo para atingir os objectivos de consolidação da empresa”, que no ano passado reduziu os prejuízos em cerca de 18,6%, com perdas de 41 milhões de euros, contra um resultado negativo de 50,4 milhões registado em 2012. “Dentro do objectivo que é viabilizar a empresa trabalha-se no plano das receitas e dos custos. No primeiro caso a melhoria este ano é de 12%, o que compara com os 6% de média que se verifica neste negócio na América Latina, traduzindo o esforço que tem vindo a ser feito”, diz fonte oficial da TAP, sem esclarecer qual a variação em termos de despesa. Em 2012, e de acordo com o relatório e contas da companhia aérea, os custos de exploração reduziram-se em 4,8%, apesar do aumento de 1,4% dos custos com pessoal, “bem abaixo do dissídio compulsório de 5,8%”, o aumento salarial imposto por lei independentemente dos resultados da operação.

Fonte oficial da companhia aérea assegura ainda, sem referir valores, que a TAP M&E Brasil, que no passado afastou alguns dos interessados na privatização da TAP, deverá “atingir já este ano o break-even no EBITDA”.

E os potenciais interessados na privatização da companhia aérea, cujo processo de venda foi lançado na última quinta-feira, terão mesmo que assumir o deficitário negócio do Brasil. “A Manutenção & Engenharia do Brasil estará sempre incluída” no perímetro de venda da TAP, afirmou Sérgio Monteiro, secretário de Estado dos Transportes, admitindo, no entanto, a possibilidade de poder alienar o negócio separadamente: “Se aparecer um comprador antes da privatização [pode ser vendida], mas o inverso não pode acontecer”.

fonte/foto/NewsAvia

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