PARA COMPETIR TEMOS QUE SAIR DA SUÉCIA
A parceria entre a Saab e o Brasil, para desenvolver o caça Gripen NG, é uma estratégia que o grupo Investor AB, controlador de grandes empresas suecas, tem procurado aplicar em suas mais de 20 companhias instaladas no mercado brasileiro. "Nós somos do Oeste Europeu onde tradicionalmente os custos são altos. Para sermos capazes de competir no mercado temos que estar fora da Suécia", diz Marcus Wallenberg, diretor da Investor AB, holding que reúne empresas como Ericsson, Electrolux, AstraZeneca, Saab, Atlas Copco, Stora Enzo, entre outras.
Não é por acaso que São Paulo e
Curitiba são conhecidas como as maiores cidades industriais da Suécia no
mundo e onde também estão os principais investimentos do grupo.
"Eu acredito que a presença da indústria sueca no Brasil continuará a se
desenvolver, principalmente agora com o Gripen. Como uma companhia
direcionada para exportação nós devemos manter o foco no país", afirmou.
O CEO e presidente da Saab, Hakan
Buskhe, estima que o desenvolvimento e a operação da nova geração do
Gripen vão absorver mais de US$ 9 bilhões nos próximos 30 anos. Ele
calcula que mil novos postos de trabalho estão sendo criados na cadeia
aeronáutica sueca e que o mesmo número de engenheiros e técnicos de alta
qualificação serão contratados nas indústrias do Brasil.
Na Saab os investimentos em pesquisa e
desenvolvimento respondem por 27,5% do faturamento da empresa. Algo em
torno de 70% do que produz é exportado. Espinha dorsal da área de defesa
na Suécia, a Saab atua nas áreas de comando e controle, sensores,
aeronáutica, segurança e armamentos. Este ano retomou suas atividades no
mercado naval, com a compra da Kockuns, fabricante de submarinos e
navios de superfície.
A Suécia, segundo Wallenberg, tem
provavelmente o maior número de empresas per capita do mundo, assim como
um alto nível de desenvolvimento tecnológico per capita em relação ao
PIB. "A única maneira que encontramos para competir é investir em
inovação e expandir a eficiência de custos com tecnologias modernas",
diz. Mais de 50% do PIB sueco, segundo ele, depende das exportações das
empresas.
Sobre o Gripen NG e os ganhos da
parceria entre a Embraer e a Saab, Wallemberg diz que "será uma
oportunidade de crescimento para as vendas e exportações futuras das
duas companhias".
fonte/ValorEconomico
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