SUPER TUCANO "USAF" DEVERÁ VOAR ESTE MÊS
A Embraer fará este mês a entrega
do primeiro Super Tucano para a Força Aérea dos Estados Unidos (USAF, da
sigla em inglês). O avião foi produzido na fábrica que a companhia
construiu em Jacksonville, na Florida.
O contrato envolve a aquisição de
20 aviões e está avaliado em US$ 427,5 milhões, mas pode atingir US$ 1
bilhão, com a compra de um total de 50 unidades. A negociação de um
segundo lote, segundo o Valor apurou, deverá ser iniciada após a entrega
da primeira aeronave.
As 20 aeronaves serão usadas para
fornecer apoio aéreo leve, reconhecimento e capacidade de treinamento
aos militares do Afeganistão. A Embraer informou que a cerimônia de
entrega será realizada na fábrica de Jacksonville, onde foram feitas as
atividades de pré-equipagem, montagens mecânica e estrutural, instalação
e teste de sistemas e testes em voo. A unidade, localizada no aeroporto
de Jacksonville, conta com 50 funcionários.
A entrega da primeira aeronave para
os Estados Unidos será um evento histórico para a Embraer, pois é a
primeira vez que a empresa vende um produto militar para a área de
defesa americana.
Também neste ano a Embraer começa a
fazer o pagamento de royalties para a Força Aérea Brasileira (FAB),
sobre a exportação do Super Tucano. A FAB é a proprietária intelectual
do projeto. O percentual de royaltie para o Super Tucano é de 1% sobre a
nota fiscal emitida pela empresa para terceiros. A aeronave custa entre
US$ 10 milhões e US$ 15 milhões, dependendo da configuração e do tipo
de armamento e de sensores que são incorporados.
A contratação da Embraer para o
fornecimento dos aviões à Usaf foi duramente contestada pela concorrente
americana Beechcraft, que perdeu a licitação para a brasileira. A
Beechcraft alegava que a escolha da Embraer encarecia o custo de
aquisição das aeronaves pelas Forças Armadas e comprometia empregos, mas
o Departamento de Defesa dos EUA revogou a contestação e manteve o
contrato.
A Embraer argumentou que cerca de 86% do
valor em dólar do Super Tucano vem de componentes fornecidos por
companhias ou países qualificados sob a lei "Buy American Act", que
exige um conteúdo americano superior a 50% para os produtos comprados
fora dos EUA.
O parque industrial envolvido com o
projeto do Super Tucano nos EUA reúne mais de 100 fornecedores de
serviços e de componentes em 21 Estados americanos, o que corresponde a
uma cadeia de fornecedores de 1400 funcionários nos EUA. Os dados foram
informados pela Embraer no site "BuiltForTheMission", com informações ao
Super Tucano durante a concorrência LAS (Apoio Aéreo Leve), programa
que selecionou a aeronave brasileira.
Com mais de 210 encomendas e um
número superior a 170 aviões entregues, o Super Tucano está em operação
em nove forças aéreas na América Latina, África e Sudeste Asiático. A
aeronave executa missões de treinamento avançado, vigilância de
fronteiras, ataque leve e contra-insurgência.
Com as instalações de Jacksonville,
a Embraer reforça ainda mais a sua presença nos EUA e, especialmente na
Flórida, onde emprega mais de 1200 pessoas. Nesta semana, inaugurou seu
Centro de Engenharia e Tecnologia (Cete), em Melbourne, focado
inicialmente em interiores de jatos executivos. A cidade também abriga
uma unidade fabril de montagem final dos Phenom 100 e 300 e o Centro de
Atendimento ao Cliente da Aviação Executiva.
fonte/ValorEConomico
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