SÃO JOSÉ DOS CAMPOS E CAÇAPAVA TENTAM ALAVANCAR MERCADO AÉREO
Avião na reta final de pouso do aeroporto de São José dos Campos. Foto: Arquivo/OVALE
No aeroporto Professor Urbano Ernesto Stumpf o cenário é de incerteza; no Aerovale persiste o sonho
Pouco mais de 20 quilômetros separam dois cenários distintos do mercado de aviação regional. De um lado, o aeroporto de São José dos Campos fechou o balanço do primeiro semestre com queda na movimentação de aeronaves, passageiros e cargas aéreas. De outro, o projeto do Aerovale em Caçapava foi turbinado em R$ 30 milhões, totalizando investimentos de R$ 280 milhões na construção de um aeroporto comercial privado.
De acordo com estatísticas disponibilizadas pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária), o aeroporto Professor Urbano Ernesto Stumpf, em São José, contabilizou entre janeiro e junho 454 aeronaves a menos, deixou de receber 51.448 passageiros e reduziu em 620 toneladas a quantidade de carga aérea transportadas.
Por meio de nota, a Infraero alega que “oscilações na movimentação de aeronaves e passageiros no aeroporto são geralmente decorrentes de variações sazonais e/ou outras circunstâncias na demanda junto às companhias aéreas”.
Em fase final de obras que consumiram R$ 16, 6 milhões por meio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o aeroporto está na mira da SAC (Secretaria de Aviação Civil) e pode receber novos investimentos, desta vez dentro do Programa de Aviação Regional do governo federal. De acordo com a SAC, na RMVale, estudos técnicos sobre a infraestrutura dos aeroportos de São José e de Guaratinguetá já foram realizados e estão em fase de análise.
Caçapava. Nas contas do empresário Rogério Penido, as obras no complexo do Aerovale estão 80% prontas.
Segundo ele, as operações no local, que estavam previstas para maio, foram adiadas para o final do ano em função de modificações no projeto.
A pista, por exemplo, teve sua estrutura de pavimentação reforçada e terá capacidade para suportar grandes cargueiros, como o A-300 da Airbus e o futuro KC-390 da Embraer. “Começamos a pavimentação da pista. Tudo deve ficar pronto em dezembro. Aumentamos o terminal de passageiros, já compramos um caminhão de bombeiros. Inclusive faz parte desse investimento maior a operação do aeroporto por instrumentos. Também vai ter torre (de controle)”, afirmou Penido.
Penido também espera iniciar até o final do mês as operações com dois helicópteros modelo Esquilo.
Para o empresário, o futuro do Aerovale está ligado ao transporte de cargas leves “A carga leve vai ser muito próspera. A carga pesada não. A Infraero montou uma estrutura muito grande em São José e não dá conta. O Vale não tem volume para tráfego pesado. A gente acredita muito no movimento de cargas de alto valor agregado, como peças de informática, cargas
Aeroporto São José
Aeronaves
2014 - 7.497
2013 - 7.951
Passageiros
2014 - 44.618
2013 - 96.066
Cargas Aéreas
2014 - 534 toneladas
2013 - 1.154 toneladas
Situação atual
Concluída nova sala de embarque e desembarque de aproximadamente 1,2 mil m², um novo saguão de embarque e novos balcões de check-in
Investimento
R$ 16,68 milhões
Conclusão
A previsão inicial era em julho, mas foi adiada para agosto
Estímulos devem melhorar o setor
O secretário de Desenvolvimento Econômico de São José, Sebastião Cavali, está otimista quanto aos estímulos à aviação regional. "Com a aprovação do incentivo federal à aviação regional formalizado pela MP 652/14, os parâmetros de lucratividade da operação das companhias aéreas em aeroportos regionais como o de São José irão melhorar.”
Custo operacional precisa ser menor
Para o empresário e especialista em logística, Osmar Cordeiro, a Infraero deve ser mais competitiva para atrair voos ao aeroporto de São José. “Para crescer com a aviação regional, é preciso custo operacional mais baixo. Guarulhos e Viracopos têm uma estrutura consolidada. Estamos a 70 km de Guarulhos. Para atrair empresas, tem que ter viés financeiro.”
Operação assistida completa 20 dias
A operação assistida das novas instalações do aeroporto de São José foi iniciada no dia 10 de junho, com uma nova sala de embarque e desembarque, um novo saguão e novos balcões de check-in. “Essas novas áreas já estão proporcionando muito mais conforto aos passageiros e usuários e rapidez no atendimento”, informou a Infraero.
fonte/foto/OVale
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