EMBRAER NEGA REVER A JORNADA DE TRABALHO


Funcionários na linha de produção da Embraer em São José Foto Arquivo Funcionários na linha de produção da Embraer em São José_Foto: Arquivo

O impasse nas conversações entre o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e a Embraer sobre possível redução da jornada de trabalho na empresa será tratado diretamente pelo ministro do Trabalho, Manoel Dias, em Brasília.

A decisão foi tomada ontem pela Superintendência Regional do Trabalho, em São Paulo, depois de mais uma rodada de negociações sem avanços entre as partes.

O superintendente regional, Luiz Antonio de Medeiros, sugeriu a intervenção direta do ministro e irá agendar o encontro.

O sindicato reivindica redução da jornada de 43 horas para 40 horas semanais.
A direção da entidade propôs que a redução da jornada ocorra de forma gradual, a partir de 2014 durante um período de dois anos.

Proposta. A proposta do sindicato está ancorada em estudos feitos pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) que indicam que a redução da jornada teria “baixo impacto financeiro para a Embraer, representando um gasto adicional de apenas 5,8% sobre a folha de pagamento”.

Ainda segundo o Dieese, a medida poderia gerar a abertura de 1.199 postos de trabalho na fábrica.

O Sindicato também argumentou que a Embraer recebe benefícios do governo federal, por meio de incentivos fiscais, como a desoneração da folha de pagamento, financiamentos do BNDES, além de recursos para o projeto do avião cargueiro KC-390 à Força Aérea Brasileira.

“A Embraer se manteve intransigente. O Ministério do Trabalho entende que a empresa tem condições de reduzir a jornada de trabalho e propôs nova reunião de negociação no começo do ano que vem, diretamente com o ministro do trabalho, em Brasília”, afirmou o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Herbert Claros.

De acordo com o teor da ATA da reunião, a Embraer manteve posição contrária à redução da jornada.

A empresa também informou que os financiamentos e benefícios mencionados pelo sindicato não são exclusivos à companhia, mas a todas as empresas do país.
Em nota, a empresa disse que “cumpre o estabelecido pela Constituição Federal”.



Redução
Sindicato quer reduzir jornada de trabalho na Embraer

Proposta
A proposta sindical é de que a jornada seja reduzida de 43 horas para 40 horas semanais

Escalonado
O Sindicato propôs escalonar a redução em um período de dois anos, a partir de 2014

Contra
Embraer é contrária à proposta e diz cumprir Constituição

Ministro
O assunto será levado para o ministro do Trabalho, no começo do próximo ano

fonte/OVale

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