SÓCIOS IMPEDEM A DERRUBADA DO CLUBE CÉU NO RIO DE JANEIRO

A Prefeitura do Rio conseguiu derrubar a liminar que prorrogava a mudança do Clube Esportivo de Voo de Jacarepaguá, na Zona Oeste da cidade. E na madrugada desta quarta-feira (3), tentou demolir a sede do clube. A briga na justiça é pelo terreno, onde será construída parte do Parque Olímpico. Os sócios do clube impediram a demolição e alegaram que a prefeitura não cumpriu um acordo judicial, como mostrou o Bom Dia Rio.

Quando as máquinas entraram no terreno, mais de cem sócios estavam reunidos para decidir o destino do clube. Um deles gravou imagens pelo telefone. Para impedir o avanço das escavadeiras, alguns sócios usaram os carros para fazer um bloqueio. Depois de muita conversa, as equipes e as máquinas do consórcio Parque Olímpico foram embora.

 Nos últimos tempos, o Clube Esportivo de Voo de Jacarepaguá, o CEU, se viu em rota de colisão com a prefeitura. O centro da questão é o terreno de 130 mil metros quadrados, que há mais de 30 anos abriga a sede do clube.

Um cronograma elaborado pela prefeitura e pelo consórcio chegou a ser anunciado, prevendo a retirada do clube até novembro do ano passado. As negociações começaram há cerca de dois anos. No fim de maio, o CEU recebeu da prefeitura um comunicado de que teria até o dia 30 de junho para retirar as 148 aeronaves e liberar o terreno.

Os sócios entraram na justiça e conseguiram uma liminar que estendia o prazo para nove meses. Pela negociação, a prefeitura deveria providenciar um novo terreno e pagar uma indenização de R$ 12 milhões. O que, segundo a diretoria, nunca aconteceu, como informa o diretor do clube, Sérgio Constabile.
  
 "Estamos negociando com a prefeitura, temos ação na justiça, temos ação popular contra a derrubada. Afinal de contas, estamos aqui há 30 anos. E não é de uma hora para outra. Se a gente tem de sair do clube, tudo bem, a gente acata a decisão. Mas temos de sair daqui e ter um lugar para pousar e guardar os aviões", disse o diretor.

No fim da tarde de terça-feira (2), a liminar que prorrogava a mudança foi derrubada. A nova decisão dá ao CEU um prazo de 15 dias para sair e libera a preparação das obras do Parque Olímpico, desde que não haja estragos nos hangares e na pista de pousos e decolagens.

Os sócios dizem que só ficaram sabendo da decisão da justiça, quando as máquinas já estavam dentro da sede. E reclamam que as escavadeiras destruíram parte da entrada da sede e danificaram uma das três pistas.

Uma audiência foi marcada para a manhã desta quarta-feira para tentar resolver a situação. Uma das possibilidades é que o CEU se mude para um campo de voos em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Mas a diretoria do clube diz que o lugar está fechado há nove anos e precisaria de uma série de reformas para abrigar todas as aeronaves.


Fonte: G1

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