CLIENTE EM CRISE DEVOLVE AERONAVES PARA EMBRAER
A companhia aérea norte-americana American Airlines planeja devolver um lote de aeronaves comprado da Embraer, de São José, como parte da renegociação de uma dívida de US$ 1,2 bilhão com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
A empresa norte-americana tem prazo até dia 31 para pactuar a renegociação do débito, por conta do pedido de concordata feito por ela no final de 2011.
A American Airlines opera atualmente uma frota de 216 jatos da família ERJ 145, por intermédio de sua subsidiária integral American Eagle, e sua decisão final de como gerenciará essa frota ainda está em curso.
As informações divulgadas na imprensa são de que a American devolveria entre 10 e 20 aeronaves.
Provisão. Já prevendo dificuldades com a companhia norte-americana, a Embraer informou no seu balanço financeiro de 2011 que provisionou um montante de R$ 583,2 milhões para eventuais necessidades.
A Embraer informou ontem, por meio de sua assessoria, que não comentará as negociações entre a American Airlines e o BNDES.
A empresa informou apenas que está pronta para colaborar na recolocação das aeronaves que forem devolvidas no mercado da aviação.
O BNDES também informou ontem que não comentará o teor das negociações com a empresa norte-americana e nem sobre a quantidade de aeronaves que podem ser devolvidas para a Embraer.
Financiamento. No total, o banco financiou mais de 200 aviões da Embraer da família ERJ 145, que inclui os modelos 135, 140 e 145. A compra das aeronaves ocorreu na década de 1990 e os aviões foram entregues entre 1998 e 2002.
Segundo informações divulgadas na imprensa, com base em estimativas do mercado, no começo deste ano, as dívidas pendentes da American Airlines com o BNDES giravam em cerca de US$ 1 bilhão.
Dificuldades. A Embraer relata também no seu balanço de 2011 que enfrenta dificuldades com relação a uma frota de 36 aeronaves ERJ 145 que eram operadas pela Mesa AirGroup e que ainda não foram recomercializadas, sendo obrigada a fazer provisões financeiras de R$ 79,4 milhões para garantias financeiras e ajustes.
Esses revezes impactaram o resultado financeiro da empresa, que teve queda de 73% nos lucros. A companhia lucrou R$ 156,3 milhões.
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