PRIMEIRO LEILÃO DE AEROPORTOS NO BRASIL TERÁ DISPUTA GLOBAL


Com previsão de durar mais de cinco horas, está marcado para as 10h desta segunda-feira o primeiro leilão de concessão de aeroportos do Brasil. Com valores mínimos de R$ 5,4 bilhões e previsão de investimentos de até R$ 16 bilhões, a disputa representa um capítulo inédito nas privatizações brasileiras, envolve mais de 20 grupos privados em diferentes consórcios, que só devem ser confirmados oficialmente depois do resultado.

Como nenhum concorrente foi desclassificado na etapa prévia, realizada sexta-feira passada, pelo menos duas dezenas de empresas estarão envolvidas em diferentes composições de grupos.

Entre os participantes, estão alguns operadores de grandes terminais internacionais, como Changi, de Cingapura, Zurich, da cidade suíça de mesmo nome, Fraport, de Frankfurt e Ferrovial, que administra Heathrow, um dos maiores aeroportos de Londres.

Com sócios brasileiros e participação mínima de 49% da Infraero, alguns desses operadores podem assumir a gestão dos terminais por 20 anos — no caso de Guarulhos —, 25 anos — Brasília —, e até 30 anos, em Viracopos (Campinas, SP).

Um dos motivos para a longa duração prevista para o leilão é seu sistema. Antes do início da disputa propriamente dita, haverá abertura das propostas e classificação das empresas. Serão classificadas as três melhores ofertas para cada aeroporto ou todas que corresponderem a no mínimo 90% da maior oferta apresentada.

Caso várias propostas passarem dessa fase, pode haver um leilão viva-voz. Nesse caso, o corretor que representa cada consórcio pode fazer novos lances a qualquer momento. Como é a combinação de resultados que determinará os vencedores, é possível que mesmo que uma companhia tenha ofertado o valor mais alto para um dos aeroportos, não consiga arrematar o terminal desejado.

Essa situação inusitada pode ocorrer porque cada consórcio só pode ficar com um dos terminais. Assim, a combinação sempre considerará apenas uma proposta de cada grupo. Cada proponente pode apresentar proposta para todos os aeroportos, mas somente poderá ser o vencedor de um deles. O leilão dos três aeroportos será simultâneo.

Os novos controladores assumem os terminais arrematados seis meses depois da assinatura dos contratos. Nesse intervalo, haverá um período de transição no qual a concessionária vencedora administrará o aeroporto em conjunto com a Infraero.

Um dos objetivos da concessão é acelerar a execução das obras necessárias para atender à atual demanda e a prevista para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. Caso os operadores privados não concluam as obras previstas, poderão ser multados em R$ 150 milhões, mais R$ 1,5 milhão por dia de atraso.

Saiba mais sobre os alvos do investimento:
GuarulhosAeroporto Internacional Governador André Franco Montoro
Preço mínimo: R$ 3,4 bilhões
Prazo de concessão: 20 anos
Investimentos até a Copa do Mundo: R$ 1,38 bilhão
Investimentos totais: R$ 4,6 bilhões

BrasíliaAeroporto Internacional Juscelino Kubistchek
Preço mínimo: R$ 582 milhões
Prazo de concessão: 25 anos
Investimentos até a Copa do Mundo: R$ 626,53 milhões
Investimentos totais: R$ 2,8 bilhões

CampinasAeroporto Internacional de Viracopos
Preço mínimo: R$ 1,5 bilhão
Prazo de concessão: 30 anos
Investimentos até a Copa do Mundo: R$ 873,05 milhões
Investimentos totais: R$ 8,7 bilhões

fonte/ZeroHora

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