FILHO DE PILOTO PEDE AMPLIAÇÃO DE BUSCAS
ANDREZZA TRAJANO
A família do piloto Paulo Rogério dos Santos, 39, que desapareceu na última terça-feira, 22, após relatar pane na aeronave de pequeno porte da empresa Paramazônia Táxi Aéreo que conduzia, pede que as buscas sejam feitas também por via terrestre. O filho dele, Ruan Negreiros Santos, 22, esteve ontem na redação da Folha quando relatou o drama vivido em casa.
A Força Aérea Brasileira (FAB) ainda não localizou sinais do avião Cessna 210 L, que desapareceu nas proximidades do rio Mucajaí, na terra indígena Yanomami. A aeronave deixou professores na comunidade Halikatou, na região Palimiú, e sumiu quando retornava para Boa Vista. Santos era o único ocupante.
As buscas são feitas pelo Salvaero de Manaus (AM), com o uso de um helicóptero H-60 Black Hawk e um avião SC-105 Amazonas (especializado em busca e salvamento). As buscas iniciaram no dia seguinte nas imediações da área onde foi narrada a pane.
Imagem da mata fechada feita pelos militares do helicóptero H-60 Black Hawk durante as buscas
Segundo Ruan Negreiros Santos, seu pai informou via rádio, por volta das 14h, a um piloto da TAM e a um amigo piloto, que conduzia outro avião pequeno nas proximidades, que estava com problemas e faria um pouso de emergência. Ele tentava chegar ao Baixo Mucajaí, onde há uma pista de pouso.
“Ele passou a primeira coordenada de onde estava, logo que percebeu a pane. Cerca de 40 segundos depois, ele passou a segunda coordenada, quando o motor parou e o avião já estava caindo”, relatou.
Ruan disse que seu pai ainda conversou com o amigo piloto por aproximadamente um minuto e meio até o contato ser interrompido, sendo este o possível momento da queda. “Depois de passar as coordenadas, meu pai dizia que estava ‘caindo, caindo, caindo’ até nosso amigo não ouvir mais nada”, contou.
Ele disse para a reportagem que 20 minutos depois, esse piloto foi até a área provável da queda e não viu nenhuma fumaça que pudesse indicar uma explosão. Ruan acompanhou as buscas na quinta-feira, 24, em um helicóptero da Paramazônia pilotado por um dos proprietários da empresa, Arthur Barros.
O filho do piloto acredita que, por a região ser de mata fechada, será ‘impossível’ encontrar sinais da aeronave apenas sobrevoando. Ele quer que as buscas sejam feitas também por terra. O 7º Batalhão de Infantaria de Selva e o Corpo de Bombeiros já disponibilizaram equipes especialistas em busca na mata para auxiliar no resgate por terra, caso a Força Aérea Brasileira solicite.
“Conversei com vários pilotos e eles me explicaram que pelo tempo de conversa do meu pai pelo rádio até a queda, o avião sem motor não percorreu mais de 6 km. Além disso, nós vimos vários galhos quebrados, meu pai está ali, eu sei. Só que para a Aeronáutica iniciar as buscas via terrestre só interessa se eles encontrarem vestígios do avião”, lamentou.
Apenas o H-60 Black Hawk da FAB tem condições de transportar grupos de resgate até a área da pane relatada pelo piloto. Os helicópteros da Paramazônia são de pequeno porte. “Eu só peço que a FAB transporte os bombeiros e os militares do Exército até lá, para eles possam descer de rapel e abrir a picada para o helicóptero da FAB pousar. Não dá para esperar mais, já se passaram vários dias, meu pai está precisando de ajuda. Hoje [ontem] o Black Hawk não ajudou nas buscas, ficou parado o dia inteiro lá na Base Aérea de Boa Vista. Que resgate é esse?”, indagou, emocionado.
Ruan Santos já pediu ajuda ao governador em exercício, Chico Rodrigues, e a diversos parlamentares federais para que intercedam junto ao comando da Aeronáutica. “Eles tentaram, porém não obtiveram sucesso”, criticou.
“Os próprios pilotos da FAB disseram que existe 90% de chance de meu pai estar no local onde vimos os galhos quebrados, mas que não podem descer nem transportar outros grupos de resgate enquanto não receberem autorização de seus superiores. A desculpa das autoridades da Aeronáutica é que os militares podem se perder na mata, porque não há vestígios suficientes do avião para fazer a busca por terra. Mas como pode uma equipe especialista em resgate na mata se perder?”, indagou outra vez, revoltado.
Anteontem, cinco funcionários da Fundação Nacional do Índio entraram na mata por conta própria para fazer a busca. Índios Yanomami, da região Palimiú, auxiliam, mas a previsão é que só cheguem amanhã ao local da possível queda.
“Um índio caçador ouviu o barulho de um avião caindo e desde que soubemos que se tratava do Paulinho [piloto Paulo Santos], começamos a fazer as buscas. Ele é muito querido pelo povo Yanomami. Estamos preocupados, rezando por ele”, disse o líder indígena Dário Yanomami.
FAB – Procurada pela Folha, a assessoria de comunicação da Força Aérea Brasileira informou que “as buscas por terra serão procedidas assim que houver melhores indícios da localização da aeronave”.
A Força Aérea Brasileira (FAB) ainda não localizou sinais do avião Cessna 210 L, que desapareceu nas proximidades do rio Mucajaí, na terra indígena Yanomami. A aeronave deixou professores na comunidade Halikatou, na região Palimiú, e sumiu quando retornava para Boa Vista. Santos era o único ocupante.
As buscas são feitas pelo Salvaero de Manaus (AM), com o uso de um helicóptero H-60 Black Hawk e um avião SC-105 Amazonas (especializado em busca e salvamento). As buscas iniciaram no dia seguinte nas imediações da área onde foi narrada a pane.
Imagem da mata fechada feita pelos militares do helicóptero H-60 Black Hawk durante as buscas
Segundo Ruan Negreiros Santos, seu pai informou via rádio, por volta das 14h, a um piloto da TAM e a um amigo piloto, que conduzia outro avião pequeno nas proximidades, que estava com problemas e faria um pouso de emergência. Ele tentava chegar ao Baixo Mucajaí, onde há uma pista de pouso.
“Ele passou a primeira coordenada de onde estava, logo que percebeu a pane. Cerca de 40 segundos depois, ele passou a segunda coordenada, quando o motor parou e o avião já estava caindo”, relatou.
Ruan disse que seu pai ainda conversou com o amigo piloto por aproximadamente um minuto e meio até o contato ser interrompido, sendo este o possível momento da queda. “Depois de passar as coordenadas, meu pai dizia que estava ‘caindo, caindo, caindo’ até nosso amigo não ouvir mais nada”, contou.
Ele disse para a reportagem que 20 minutos depois, esse piloto foi até a área provável da queda e não viu nenhuma fumaça que pudesse indicar uma explosão. Ruan acompanhou as buscas na quinta-feira, 24, em um helicóptero da Paramazônia pilotado por um dos proprietários da empresa, Arthur Barros.
O filho do piloto acredita que, por a região ser de mata fechada, será ‘impossível’ encontrar sinais da aeronave apenas sobrevoando. Ele quer que as buscas sejam feitas também por terra. O 7º Batalhão de Infantaria de Selva e o Corpo de Bombeiros já disponibilizaram equipes especialistas em busca na mata para auxiliar no resgate por terra, caso a Força Aérea Brasileira solicite.
“Conversei com vários pilotos e eles me explicaram que pelo tempo de conversa do meu pai pelo rádio até a queda, o avião sem motor não percorreu mais de 6 km. Além disso, nós vimos vários galhos quebrados, meu pai está ali, eu sei. Só que para a Aeronáutica iniciar as buscas via terrestre só interessa se eles encontrarem vestígios do avião”, lamentou.
Apenas o H-60 Black Hawk da FAB tem condições de transportar grupos de resgate até a área da pane relatada pelo piloto. Os helicópteros da Paramazônia são de pequeno porte. “Eu só peço que a FAB transporte os bombeiros e os militares do Exército até lá, para eles possam descer de rapel e abrir a picada para o helicóptero da FAB pousar. Não dá para esperar mais, já se passaram vários dias, meu pai está precisando de ajuda. Hoje [ontem] o Black Hawk não ajudou nas buscas, ficou parado o dia inteiro lá na Base Aérea de Boa Vista. Que resgate é esse?”, indagou, emocionado.
Ruan Santos já pediu ajuda ao governador em exercício, Chico Rodrigues, e a diversos parlamentares federais para que intercedam junto ao comando da Aeronáutica. “Eles tentaram, porém não obtiveram sucesso”, criticou.
“Os próprios pilotos da FAB disseram que existe 90% de chance de meu pai estar no local onde vimos os galhos quebrados, mas que não podem descer nem transportar outros grupos de resgate enquanto não receberem autorização de seus superiores. A desculpa das autoridades da Aeronáutica é que os militares podem se perder na mata, porque não há vestígios suficientes do avião para fazer a busca por terra. Mas como pode uma equipe especialista em resgate na mata se perder?”, indagou outra vez, revoltado.
Anteontem, cinco funcionários da Fundação Nacional do Índio entraram na mata por conta própria para fazer a busca. Índios Yanomami, da região Palimiú, auxiliam, mas a previsão é que só cheguem amanhã ao local da possível queda.
“Um índio caçador ouviu o barulho de um avião caindo e desde que soubemos que se tratava do Paulinho [piloto Paulo Santos], começamos a fazer as buscas. Ele é muito querido pelo povo Yanomami. Estamos preocupados, rezando por ele”, disse o líder indígena Dário Yanomami.
FAB – Procurada pela Folha, a assessoria de comunicação da Força Aérea Brasileira informou que “as buscas por terra serão procedidas assim que houver melhores indícios da localização da aeronave”.
fonte/FolhaBoaVista/foto/Antonio Diniz
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