CHOQUE ENTRE AVES E AVIÕES DOBRA NOS CÉUS DO BRASIL

Aviões e pássaros estão se encontrando muito mais nos céus do país. Nos últimos cinco anos, o número de choques dobrou. Foram quase mil em 2010 -2,7 por dia. A frota comercial do país cresceu 13% no mesmo período. 

O caso do Galeão, no Rio, é emblemático. Ele pode ser extrapolado para todos os grandes aeroportos do país. E mostra o motivo deste crescimento de colisões. 

O entorno da pista está repleto de focos de poluição, como o lixão de Gramacho e as águas sujas da baía de Guanabara. São cenários propícios para o banquete de garças e de urubus. 

De acordo com um comandante da TAM, que prefere o anonimato, os pilotos de outros países, por causa das aves, costumam classificar o Galeão como um dos piores aeroportos do mundo para decolar ou pousar.
"Mas os problemas dos lixões, da falta de saneamento básico e da ocupação irregular existem em vários outros [aeroportos]", diz. Relatórios internos da TAM, a maior companhia aérea do país, mostram que em 2011 houve um choque por dia entre seus aviões e pássaros no espaço aéreo nacional. 

De acordo com o relatório mais recente do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes), com dados de 2010, o aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), é o campeão de colisões. 

Foram reportados 56 acidentes no local. O risco é maior, mostram os dados, durante a decolagem. E, na maioria das vezes, os pássaros entram no motor do avião. 

Viracopos, Brasília, Porto Alegre e outros aeroportos têm mais um problema. Além da poluição, existem reservas naturais no entorno desses locais, o que aumenta a incidência de aves na região. 

Como os relatos dos choques não são obrigatórios no Brasil, o número de ocorrências pode ser até três vezes maior, estima o setor aéreo.

Apesar de no Brasil não ter sido registrado nenhum acidente grave até hoje, o risco é alto dizem pilotos. 

fonte/Folha

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