PROCON DE SANTA CATARINA NOTIFICA COMPANHIAS POR CANCELAMENTO DE VOOS


O Programa de Orientação e Proteção ao Consumidor (Procon) de Florianópolis notificou as companhias aéreas na tarde desta sexta-feira e cobrou explicações pela série de cancelamentos ocorridos nos últimos dois dias. Por volta das 15h, fiscais chegaram ao saguão do Aeroporto Internacional Hercílio Luz para entregar a notificação a representantes das companhias Azul, TAM e Gol. O motivo das representações foi uma série de reclamações junto ao órgão de "falta de assistência" das empresas aéreas.

De acordo com o coordenador Thiago Silva, os cancelamentos ocorridos em virtude das cinzas vulcânicas seriam um motivo de "força maior" e não eximiriam as companhias da responsabilidade por hospedagem e alimentação dos passageiros. Grupos de passageiros foram levados ao aeroporto de Navegantes, no litoral norte, para embarcarem a São Paulo no início da tarde. Por volta das 15h, apenas dois voos haviam desembarcado em Florianópolis. 

"A questão do vulcão é algo de força maior, imprevisível e não é passível de notificação", afirmou. "O que queremos saber detalhadamente é o que essas companhias estão fazendo para assistir os passageiros." Silva disse que o Código de Defesa do Consumidor estipula que a passagem aérea é um contrato de serviço e que, mesmo diante de cancelamentos, deve ser cumprido. "O artigo 31 estipula que a prestação de serviço deve ser adequada", afirmou. "Queremos saber se estas pessoas estão sendo informadas dos cancelamentos e se contam com hospedagem, transporte e alimentação."

As empresas têm 48 horas para apresentar detalhes da assistência concedida aos passageiros. Caso contrário, poderão ser multadas ou terem as vendas de bilhete suspensas temporariamente.

O que diz a GOL
Em nota, a GOL afirmou que a companhia suspendeu temporariamente as operações locais para preservar a segurança de clientes e colaboradores. "Durante o período, a empresa empenhou-se para contatar clientes com passagens marcadas para os voos que tiveram a programação alterada, via telefone, SMS e e-mail. A Central de Relacionamento também ficou disponível para receber ligações dos passageiros no número 0300-115-2121." 

Ainda segundo a nota, nos terminais, a prioridade foi atender os passageiros de acordo com o que estipula a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). "A GOL lamenta pelo desconforto relatado, mas volta a ressaltar que opera sob um rigoroso padrão de segurança e que só realiza as decolagens quando encontra as condições necessárias para fazê-lo sem riscos."

Passageiros apelam a ônibus
Passageiros que desembarcaram na tarde desta sexta-feira no Aeroporto Internacional Hercílio Luz precisaram seguir viagem de ônibus ou carros alugados. O problema ocorreu principalmente nos voos que faziam escala na capital catarinense e posteriormente deveriam seguir para Chapecó, no oeste do Estado, ou para Porto Alegre.

Ao desembarcarem, os passageiros da Gol eram informados de que não poderiam seguir viagem em uma aeronave e eram levados ao estacionamento para embarcarem em um ônibus. O fato causou muita irritação e alguns chegaram a se exaltar com as atendentes. A viagem para Chapecó, a de 500 km de Florianópolis, deve ser feita em aproximadamente oito horas de ônibus.

"Isso é um transtorno total. Ninguém te informa absolutamente nada. Cheguei aqui e me avisaram que havia esse ônibus para seguirmos até Chapecó", disse Sandra Emílio, que saiu de São Paulo e tentava chegar no oeste de Santa Catarina. "Cansativo demais. Essa espera toda e agora tenho que andar essa distância toda pela estrada para chegar em casa. Não tenho outra opção, o negócio é encarar."

Por volta das 15h30, passageiros que vinham de São Paulo e tinham como destino Porto Alegre desembarcaram em Florianópolis e muitos se recusaram a usar o ônibus disponibilizado pelas companhias.
Assim, as filas nos guichês das locadoras de automóveis se multiplicaram no saguão do terminal. "Alugamos um carro em cinco pessoas e assim vamos revezando até Porto Alegre. Eu iria voltar para casa ontem às 18h", afirmou Agnaldo Garcia, 43 anos, que passou a noite em um hotel em São Paulo depois que seu embarque foi cancelado. "De ônibus vamos chegar somente de madrugada. Pagamos mais para alugar um carro, mas depois devo reclamar com a companhia". Por volta das 16h, os passageiros que seguiriam para a capital gaúcha foram informados que seriam remanejados para um voo no início da noite. 

Às 18h, os cancelamentos de voos domésticos em Florianópolis passavam de 45%.

fonte/Terra
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