ENTENDA - OPERAÇÃO PADRÃO

Torre controle tiresImage via Wikipedia
No dia 24 de Novembro, parte do Controle de Tráfego Aéreo de Portugal realizou a famosa “operação padrão”. Com isso, alguns voos atrasaram, outros cancelados, e outros ocorreram normalmente.
 
A TAP, principal companhia daquele país, informou que devido a “greve”, foi forçada a cancelar a maioria dos voos de médio curso. Porém, grande parte dos voos de longo curso aconteceram normal, apenas com alteração de horário.

Entendendo a “operação padrão”:
Quem não ouviu falar em “operação padrão” após o acidente do B738 da Gol com o Legacy?

Muitos pensam que quando o controlador não quer trabalhar, ou quer trabalhar menos, faz a operação padrão. No fundo, acaba sendo a segunda opção. Em todo órgão de controle tem, ou deveria ter, um limite de aeronaves controladas por um único controlador. Antes, quando esse limite era excedido, pouco se fazia. O controlador assumia alguns riscos por controlar mais aeronaves que o recomendado. Isso quer dizer que se o limite é 20 aeronaves, e você controla 25, o seu serviço deixaria de ser prestado da forma recomendada, e passaria a ocorrer com alguns erros causados pelo excesso de tráfego controlado.

Já vimos em alguns posts atrás que a formação de controladores de tráfego aéreo no Brasil é deficiente, a infraestrutura aeroportuária mais ainda, porém, o número de passageiros e aeronaves voando só aumenta.

A operação padrão vem para dar uma freada nesse crescimento, falando: ” Pera aí, eu deveria controlar 20 aeronaves, estou controlando 25, e se alguma coisa acontecer, eu terei uma boa parcela de culpa no ocorrido? Ah, então vou controlar só 20 aeronaves.” Aí começa os atrasos e cancelamentos, porque 5 dos 25 aviões não irão decolar, e então o “start” para o efeito cascata é acionado.

E aí começa o questionamento, a real culpa dos atrasos e cancelamentos causados pela “operação padrão” é dos controladores? Ou do governo que não forma profissionais o suficiente, ou não os paga com salários justos para atrair mais pessoas para a profissão, ou não investe em infraestrutura e modernização de equipamentos?

Para evitar que controladores trabalhem mais do que o possível, foi criado o CGNA:
“O Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA) tem por missão a harmonização do gerenciamento do fluxo de tráfego aéreo, do espaço aéreo e das demais atividades relacionadas com a navegação aérea, proporcionando a gestão operacional das ações correntes do SISCEAB e a efetiva supervisão de todos os serviços prestados.

Em prol da missão, entre suas diversas atividades, destaca-se o balanceamento entre demanda e capacidade da infra-estrutura aeronáutica para assegurar a máxima eficácia do tráfego aéreo no Brasil, permitindo que as aeronaves cumpram seus perfis ideais de vôo sem espera no solo ou no ar.” (texto retirado de http://www.cgna.gov.br/missao/missao.htm)

Agora você entende o motivo pelo qual muitos voos de médio curso da TAP foram cancelados em Portugal.

fonte/EagleSky
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