CÃES DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO SÃO PAULO APRENDEN A VOAR


Cinco cães do Canil da Polícia Militar (PM) de Bauru passearam de helicóptero nesta semana. Na verdade não foi bem um passeio, tratava-se de trabalho. Na terça-feira e ontem, os animais realizaram um treinamento na base do Grupamento Aéreo, atividade que ensinou técnicas de embarque e desembarque na aeronave Águia. O treinamento teve como objetivo preparar os cães para situações especiais de policiamento que envolvem locais distantes e terrenos de difícil acesso.

De acordo com o comandante do 1º Pelotão de Força Tática, tenente Bruno Mandaliti Scarp, que participou das atividades de adestramento, o treinamento visa otimizar a pronta resposta em casos que necessitem do auxílio dos integrantes do Canil da PM. “Estamos especializando o serviço de adestramento. Temos dois cães prontos para as missões e desejamos treinar todo o plantel para essas modalidades de ocorrência”, informou Mandaliti.

Ele enumerou algumas ocorrências que poderão passar a contar com a assistência dos cães em conjunto com os serviços do Grupamento Aéreo. “Os cães serão muito importantes na busca por armas e entorpecentes, captura de indivíduos em fuga, localização de pessoas perdidas em mata mais densa, entre outros casos que necessitem de maior rapidez ou envolvam locais de difícil acesso”, afirma o tenente.

Yako, Logan, Le Roy, Chacal e Baruk são os cães que participaram dos treinamentos, todos da raça pastor alemão. Segundo o tenente Mandaliti, eles responderam bem aos exercícios e pareciam veteranos dentro do helicóptero. “Todos os animais que realizaram o treinamento possuem temperamento muito equilibrado. Nenhum refugou em subir na aeronave, pareciam até pilotos natos de helicóptero. Eles já subiam no primeiro comando, não estranhavam o barulho e olhavam para a equipe como quem dissesse: ‘Vamos voar logo, parem de frescura’”, brinca o tenente.

Ele destacou ainda a necessidade de fazer uma adaptação lenta para não estressar os cães. “Precisamos adaptar o cão para o transporte em aeronave porque isso é algo totalmente diferente do dia a dia dele. Entretanto, não podemos saturar o animal de informação, então, o treinamento é realizado com bastante calma”, garante.

Alçando voo
O treinamento começa com a adaptação dos cães ao barulho do helicóptero. Os pastores alemães se aproximam da aeronave, acompanhados por seus adestradores, quando ela ainda está desligada. Depois dos cães serem devidamente posicionados, o piloto liga os motores. “O piloto deixa o helicóptero em condições de voo e, se o animal se sentir confortável com a ventania e o barulho, nós damos o próximo passo, que é embarcá-lo na aeronave”, cita Mandaliti.

O tenente define a segunda fase do treinamento como “técnica”, por se tratar de um procedimento operacional padrão que visa garantir o sucesso da operação. “Temos que tomar alguns cuidados para o animal não se aproximar do piloto, ele deve permanecer deitado na parte de trás do helicóptero. Além disso, o adestrador deve estar ao lado do cão com a guia tensionada”.

Depois da adaptação, os adestradores se preparam para realizar o primeiro voo com os animais. “Após o condicionamento dos animais, realizamos o treinamento com sobrevoo simulado, quando o piloto levanta voo com a aeronave, faz um simulado na área do Aeroclube e retorna à base”, informa o tenente, ao garantir que os cães se mantiveram calmos durante o percurso.

Aterrissagem
Quando retornam à base, os cães treinam o desembarque, que foi praticado de duas diferentes maneiras: quando a aeronave já pousou e quando está próxima ao solo, sem ter pousado totalmente. “Quando for necessário o deslocamento do animal com o helicóptero, geralmente em casos de urgência ou emergência, podem haver situações em que o terreno não seja favorável para a aterrissagem e desembarque dos cães, por isso utilizamos a prática de desembarque com a aeronave próxima ao solo”, explica o tenente Mandaliti.

Ele revela ainda outra parte do treinamento que deve ser realizada na próxima semana. “Na sequência, vamos condicionar os animais a ficar em uma gaiola que pode transportá-los ao local da ocorrência através de um sistema que se assemelha ao rapel, possibilitando o acesso a terrenos ainda mais complicados.”

Sobre a possível data de “formatura” dos cães, Mandaliti diz que a conclusão do treinamento depende da evolução do animal em relação ao que lhe é ensinado, mas acredita que eles devem se graduar sem problemas. “Acredito que eles precisem apenas de mais dois dias de treinamento. Este curto prazo é normal porque pegamos esses cães e os adestramos desde filhotes, deixando todos adaptados ao quadro policial”, diz o tenente.

fonte/foto/JornalDaCidadeDeBauru/PilotoPolicial

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