PARQQUEDISTAS ATROPELADOS DURANTE EXERCÍCIO EM PORTUGAL


Dezesseis militares foram atropelados por um carro que perdeu o controle nesta sexta-feira (4), quando efetuavam um exercício de marcha na estrada. O atropelamento deu-se à saída do quartel e provocou 14 feridos dos quais três se encontram em estado que inspira cuidados e foram levados para Lisboa.

Cinquenta e dois militares da Base Aérea de Tancos faziam como é habitual um exercício denominado "Marcor" - marcha corrida - na estrada para Constância quando uma viatura comercial ligeira que se deslocava no mesmo sentido, perdeu o controlo e atropelou os militares.

Os militares envolvidos no acidente pertencem ao Curso de Combate ministrado na Escola da Tropas Pára-quedistas de Tancos e cumpriam a primeira semana de treino. O Tenente-Coronel Hélder Perdigão, Porta-Voz do Exército, explicou que à saída da unidade, por volta das 07h00 da manhã, a cerca de 200 metros da unidade um carro desgovernado apanhou a cauda da coluna militar, provocando ferimentos em 16 dos paraquedistas.

Dado o alarme, várias equipas do INEM se deslocaram de imediato para o local onde estão a prestar os primeiros cuidados aos paraquedistas sinistrados. As equipas do INEM vieram da região de Abrantes, Entroncamento e Barquinha. O Porta-Voz do Exército informou que parte dos militares sinistrados já se encontram nos hospitais militares e para os Hospitais de Abrantes e Torres Novas, tendo sido evacuados de helicóptero para Lisboa três militares que são os casos mais complicados e que inspiram mais cuidados.

Os três feridos graves deram entrada nos Serviços de Urgência do Hospital de Santa Maria e do Hospital de S. José para onde foram transportados numa ambulância do INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica).

Versões contraditórias ao longo da manhã

Os Paraquedistas que efectuavam um exercício habitual, seguiam pela estrada onde também é habitual com uma frequência que é, segundo Hélder Perdigão, quase diária. O porta-voz do Exército, Tenente-Coronel Hélder Perdigão veio a meio da manhã confirmar que a coluna seguia sem coletes reflectores ao contrário de informações dadas ao início da manhã à RTP de que os militares seguiriam com coletes reflectores "conforme mandam as regras neste tipo de situações". "Efectivamente não usavam colectes. Vinham dois elementos à frente e dois atrás para sinalizar a coluna militar, de forma gestual", explicou o porta-voz do Exército

Faziam marcha no sentido de Tancos para Constância e foi precisamente nesse sentido que se deu o acidente. O condutor da viatura que provocou o acidente saiu ileso do mesmo e a patrulha da Guarda Nacional Republicana tomou conta da ocorrência.

Condutor não apresentou taxa de alcoolemia

O comandante do destacamento de Torres Novas da GNR , Pedro Reis, informou o que se terá passado. "Ao que tudo indica, o veículo ligeiro de mercadorias dirigia-se na direcção Tancos-Praia do Ribatejo e deparou-se com um indivíduo a fazer sinal para ele se desviar do sentido normal do trânsito, tendo o condutor efectuado essas manobra de recursos entrando na via de sentido contrário", disse.

"Ao retomar o seu sentido de marcha não se apercebeu quer estava na presença de um pelotão de 52 elementos formado em coluna por dois militares", adiantou. De acordo com o comandante do destacamento de Torres Novas da GNR, o condutor foi submetido a testes para detectar substâncias psicotrópicas e álcool, que deram resultados negativos. Condutor que atropelou militares diz que pelotão não estava identificado com coletes. Chama-se José Filipe e conduzia um veiculo comercial no percurso Tancos - Praia do Ribatejo onde ia fazer a habitual distribuição de jornais.

Eram 7h00 da madrugada e o local apresentava-se, segundo o condutor, escuro. José Filipe é peremptório a afirmar que os militares "não estavam identificados com coletes" numa versão que contradiz em absoluto a apresentada pelo exército através do seu porta-voz Tenente-Coronel Hélder Perdigão que garantiu à RTP que os militares usavam coletes reflectores "como mandam as regras neste tipo de situação".

"Estava escuro. Eles não vinham identificados com coletes nem com camisolas brancas. Tentei desviar-me mas não consegui e apanhei o pelotão", declarou José Filipe. O condutor clarificou que os militares vestiam t-shirts e calças verdes. "As primeiras ambulâncias e as autoridades policiais a chegarem ao local podem comprovar que eles vestiam t-shirts e calças verdes. Eu bati na minha mão", falando da faixa em que seguia.

Estrada com muitos acidentes

O comandante dos Bombeiros Voluntários de Barquinha, Carlos Gonçalves, confirma que "têm ocorrido muitos acidentes naquele local, alguns com gravidade, mas nunca envolveram militares em treino". "Trata-se de um recta que atravessa o polígono militar. Têm ocorrido muitos acidentes envolvendo viaturas que circulam a grandes velocidades, mas nunca com militares em treino", disse o comandante.


Maioria dos militares atropelados já recebeu alta

A maioria dos 16 militares atropelados esta manhã na zona de Tancos já recebeu alta médica, avançou ao "Público" o tenente-coronel Hélder Perdigão, relações públicas do Exército. O mesmo responsável confirmou que os recrutas não levavam coletes reflectores, mas salientou que um dos militares avisou o condutor, por gestos, da presença do pelotão.

Os feridos receberam tratamento hospitalar imediato, tendo dois deles sido transportados de helicóptero para Lisboa - um para o Hospital de Santa Maria e o outro para o Hospital de São José. Estes dois homens têm "prognóstico reservado", de acordo com os mais recentes dados fornecidos pelo Exército.
 
fonte/RTP/Agência Lusa/Público

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