ESPECIALISTA COGITA POUSO FORÇADO OU ACIDENTE, NO VOO DO AVIÃO DA FAB DESAPARECIDO
Editor da revista Flap Internacional, especializada em aviação, o jornalista Flávio Marcos de Souza arrisca duas possibilidades para o desaparecimento da aeronave C-98 Caravan da Força Aérea Brasileira (FAB) na região entre o Acre e o Amazonas: pouso forçado ou um acidente provocado pelo mau tempo na região.
Embora frise que "é muito cedo para a gente levantar hipóteses", o jornalista diz que as duas explicações são as mais comuns em casos como o desta quinta-feira. "O piloto pode ter perdido altitude ou houve uma pane no motor e o avião desceu em uma clareira ou pista de pouso, mas como aquela região é inóspita, ainda não conseguiu se comunicar com (os aeroportos de) Manaus ou Rio Branco. Outra possibilidade é de um acidente, já que naquele trecho o mau tempo prevalece."
Segundo ele, tempestades são uma constante na região e, para voar por ali, toda nave precisa ter GPS e radar meteorológico. "Já houve casos de um avião desaparecer e procurarem quase um mês. Ele afunda naquela floresta toda e, se não pega fogo, fica por lá", afirma Ernesto Klotzel, engenheiro de voo e jornalista de aviação.
De acordo com Marcelo Pinheiro, meteorologista da Climatempo, tanto em Cruzeiro do Sul, no oeste do Acre, quanto em Tabatinga (AM), na fronteira com o Peru, havia muita nebulosidade no horário do voo do avião C-98 Caravan, que está desaparecido. Entretanto, imagens de satélite não apontaram a existência de nuvens carregadas. Pinheiro acredita que essas condições não gerariam problemas para o voo.
Colisão é improvável
Flávio de Souza explica que outros vôos comerciais passam pela região do desaparecimento da aeronave C-98 da FAB, mas em altitudes diferentes, o que limita a possibilidade de uma colisão como aconteceu com os jatos Boeing da Gol e Legacy, há três anos, na região do Mato Grosso.
"Existem algumas aerovias que ligam Rio Branco a Manaus, algo em torno de 15 e 20 voos comerciais, bem menos que no Sudeste. Mas as aeronaves de grande porte, como o Boeing, passam muito alto, a 35 mil metros de altitude, enquanto o Caravan voa entre 10 e 15 mil metros, porque acima disso ela tem dificuldades para 'respirar' por causa da pressão do ar."
O caso
O Comando da Aeronáutica informou nesta quinta-feira que um avião C-98 Caravan, da FAB, desapareceu na manhã de hoje, durante um voo entre as cidades de Cruzeiro do Sul, no Acre, e Tabatinga, no Amazonas. O avião decolou às 8h30, horário local, e deveria pousar em Tabatinga às 10h15. Dois helicópteros H-60 Blackhawk e um avião C-105 Amazonas da FAB fazem buscas na região.
A Aeronáutica não informou o número de tripulantes do avião e se já foram avistados destroços da aeronave na região.
C-98 Caravan
A aeronave, que comporta de nove a 14 ocupantes, foi desenvolvida no início dos anos 80 para transporte de pequenas cargas e passageiros em curtas distâncias. No Brasil, é utilizada desde 1987 em tarefas de apoio, utilitárias e de evacuação aeromédica. "O que a FAB faz ali é basicamente um trabalho humanitário, de apoio às comunidades ribeirinhas", diz Flávio Marcos de Souza.
O modelo opera com sucesso na região Amazônica, devido à sua robustez e simplicidade. A aeronave é usada pelo Sétimo Esquadrão de Transporte Aéreo (7º ETA), o Esquadrão Cobra, sediado na Base Aérea de Manaus.
fonte/Terra foto/divulgação/FAB
*** NOTA DO BLOG
aeronaves comercias (jatos) voam em altitudes de 10/13mil metros e o Caravan a 3 mil metros cerca de 10.000 pés, o "especialista" errou ou o repórter trocou pés por metro.
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