PASSAGEIRO DO VOO DA CONTINENTAL AIRLINES CONTINUA INTERNADO
Parte do interior do avião da Continental Airlines
O Boeing decolou do Rio às 21h45m de domingo e estava com 168 passageiros e 11 tripulantes a bordo. Seis horas depois da decolagem, quando o avião voava sobre Porto Rico, houve uma turbulência. Os passageiros e tripulantes que estavam sem cinto, foram jogados contra o teto. A turbulência não durou mais de dez segundos, mas os passageiros ainda esperaram por duas horas até que o pouso de emergência pudesse ser feito.
A Continental Airlines disse que, quando houve a turbulência, o avião estava na altitude correta e os avisos de "apertar cintos" estavam acesos. Os investigadores querem descobrir se a tripulação foi surpreendida pela força dos ventos ou se houve falha no radar.
Passageiros relatam momentos de terror
A Continental não explicou o que faziam tantos passageiros andando pela aeronave, se os sinais de apertar os cintos estavam ligados e eles deveriam estar em seus assentos. O voo 128 foi o primeiro da Continental numa rota permanente Rio-Houston-Rio, sem paradas, que a empresa operou temporariamente na última alta temporada.
De acordo com informações do jornal "Miami Herald", testemunhas relatam que durante a turbulência, uma mulher bateu violentamente com a cabeça no teto do avião e ficou presa. Em depoimento ao periódico, um brasileiro que se identificou como Cláudio Maia, que estaria no voo com a família, viu o filho de 7 anos ter o rosto cortado pelo metal de uma bandeja. A filha de 9 anos teve arranhões nas pernas. ( Acidentes aéreos recentes aumentam medo de voar )
"Eu tive sorte pois minha mãe estava me segurando", contou a jovem Mariana Maia.
Ainda de acordo com relatos dos passageiros, um homem que não estava usando o cinto de segurança só não voou para o teto porque prendeu os pés embaixo da poltrona de outro passageiro. Testemunhas disseram ainda que uma funcionária da companhia aérea que estava fazendo os inventários na parte traseira da aeronave, desmaiou quando relógios, frascos de perfumes e bebidas caíram em cima dela.
- Parecia que o avião estava caindo - contou Carolina Portella, de 18 anos, ao "Miami Herald".
Ela revelou ainda que os funcionários da Continental pediram imediatamente a ajuda de algum médico que estivesse a bordo, e foram atendidos por um passageiro da primeira classe, que socorreu os casos mais graves.
O jovem Thiago Candido, de 13 anos, que mora na Louisiana e voltava das férias com a família do pai no Brasil, bateu com a cabeça e chegou a vomitar. Segundo a tia do menino, Mariana Ribeiro, ele ia embarcar no dia 30, mas a Polícia Federal não permitiu porque faltava uma autorização do juiz de menor para que ele viajasse sozinho.
- Estava um clima de festa no aeroporto porque esse era o primeiro voo da Continental direto para Houston. De manhã, minha mãe acordou e entrou no site da companhia para ver se o avião já tinha chegado. Ela ficou aflita ao ver que o voo foi para Miami. Ficamos nervosas pensando que poderia ter havido alguma tentativa de atentado terrorista - contou Mariana.
Assim que o avião pousou, Thiago conseguiu um celular emprestado com uma passageira e ligou para a mãe, que estava esperando por ele no aeroporto em Houston. Segundo Mariana, a empresa deu assistência ao menino e à mãe. Um médico o atendeu e um representante da companhia aérea o acompanhou no voo Miami-Houston. De acordo com Mariana, ele já está com a mãe:
- O Thiago ficou muito assustado pois viu que outros passageiros se machucaram bastante. Graças a Deus, ele estava sentado. Agora, estamos tranquilos porque já escutamos a vozinha dele dizendo que está tudo bem. Tomara que ele não fique traumatizado e volte nas próximas férias - afirmou Mariana.
Em email ao site do GLOBO, a esposa de um dos passageiros do voo, que ficou no Brasil, contou que o marido está em estado de choque:
"Segundo ele, muitos se feriram, alguns saíram inconscientes, inclusive, o teto do avião foi danificado. Por sorte meu marido estava com cinto de segurança e não se feriu fisicamente, mas estava emocionalmente abalado e chorando muito. Muitos gritavam. Depois desse telefonema, olhei nosso filho de 3 anos, que dorme, e pensei o que diria a ele se algo pior tivesse acontecido", desabafou Flávia Abdala.
Também por email ao site do GLOBO, o leitor Paulo Roberto Linhares afirmou que estava no aeroporto de Miami quando viu a movimentação das ambulâncias e dos helicópteros, mas reclamou da falta de informações.
"Ao pousar em Miami, hoje, 3 de agosto, o avião, passou da entrada do terminal e foi para uma área remota. Ficamos algum tempo esperando e vimos várias ambulâncias cruzando a pista. (...)Vimos que um helicóptero sobrevoava o aeroporto a todo momento. E nada nos foi dito! Ao sair do terminal e telefonar para uma amiga, soube do problema com o avião da Continental", escreveu.
Fontes: Bom Dia Rio e O Globo - Foto da passageira Camila Machado
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