ROUBO DE PEÇAS DO VOR DE RIBEIRÃO PRETO

Peças do VOR (Very High Frequency Omnidirectional Range), equipamentos avaliado em R$ 1,4 milhão e um dos mais importantes para instrução de pousos e decolagens das aeronaves, foram furtadas do aeroporto estadual Leite Lopes na madrugada do último dia 12.
Segundo a polícia, os ladrões arrombaram o alambrado que cerca o aeroporto, entraram no pátio, onde está o equipamento, e levaram partes do aparelho.
A Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) informouque a ausência do sistema não interfere na segurança das operações de pousos e decolagens. Mas, segundo o engenheiro elétrico Antônio Tamaru, ex-instrutor de escola de aviação, sem o VOR, o piloto é obrigado a pousar só com a orientação visual.
Conforme a empresa, “o Aeroporto Leite Lopes conta com outros equipamentos de navegação aérea, como o NDB [Non-Directional Beacon], que garantem a normalidade das operações”.
Tamaru diz que o VOR tem duas funções distintas: indicação da aerovia e pouso por instrumento. O equipamento emite uma frequência que indica a direção que o avião tem que seguir. Já no caso de pouso por instrumento, o aparelho sinaliza a rampa de descida da aeronave.
O engenheiro explica que o NDB é um sistema mais antigo que não dá a direção exata da rampa de pouso. “Quanto à indicação de aerovia, a falta do VOR não compromete tanto a orientação das aeronaves, porque elas conseguem captar o sinal de VORs de outros aeroportos, uma vez que o equipamento tem um raio de alcance de cerca de 350 quilômetros. Mas em relação ao pouso, o piloto fica prejudicado, já que ele tem que pousar visualmente, sem precisão.”
Indeterminado
A Infraero comunicou que ainda não há prazo definido para o reestabelecimento do aparelho e que avalia as medidas necessárias para que o volte a operar. O sistema foi comprado em 2005, mas só começou a funcionar oito anos depois. Ejá foi alvo de um inquérito do Ministério Público Federal.
Invasões são frequentes, diz moradora
O A Cidade contornou o aeroporto da manhã de ontem e não avistou nenhum vigilante nas imediações. A reportagem também contatou mais de dez pontos do alambrado sem concertina. Segundo a faxineira Tânia Maria Geraldo, 41 anos, moradora da rua Americana, a invasão de adolescentes no local para buscar pipas é frequente. “O arame não segura a molecada e os pais consideram isso a coisa mais normal do mundo.”
O pintor Paulo César de Oliveira, 33 anos, teme que algum jovem se machuque nas dependências do aeroporto. “É muito perigoso. Imagina se uma criança é atingida por um avião? Não seria um acidente, mas sim um desastre”, comenta.
No último dia 4, uma aeronave da Passaredo precisou interromper a decolagem, porque um adolescente de 17 anos caminhava pela pista do aeroporto. O menor alegou que queria tirar fotos dos aviões enquanto eles decolavam. O caso foi encaminhado à Polícia Federal e o adolescente, entregue à mãe.

fonte/JornalDaCidade

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