CHINA PREPARA NOVO AVIÃO PARA COMPETIR COM BOEING E AIRBUS
Em classe única, C919 tem capacidade para 168 passageiros, concorrendo com o americano B737 e o europeu A320
Foto:
- / AFP
Depois de apresentar, na segunda-feira, o seu primeiro jato para
concorrer com os modelos iniciais da americana Boeing e da europeia
Airbus, a China corre agora para programar o voo de testes do C919. A
fabricante, a estatal Commercial Aircraft Corp. of China (Comac), tem
pressa para o projeto decolar, pois está de olho em uma parte do mercado
de aviões que deve movimentar algo como US$ 4 trilhões nos próximos 20
anos.
O avião com dois motores a jato tem capacidade para 168 passageiros
em classe econômica. O corredor, com três poltronas de cada lado,
apresenta 50cm de largura, um dos fatores de conforto, conforme a
fabricante. A Comac garante que o consumo de combustível será 15% menor.
Com o C919, que terá autonomia de voo de até 5,5 mil quilômetros, o
governo chinês pretende competir com as duas estrelas internacionais de
média distância, o Boeing 737 e o Airbus A320.
Embora tenha sido concebido na China, o C919 beneficiou-se de
tecnologias estrangeiras e é equipado com motores Leap desenvolvidos
pelo consórcio CFM, formado pela americana GE e pela francesa Safran.
Para o país asiático, o avião resulta de muitos anos de esforço para
reduzir a dependência das duas maiores fabricantes da aeronáutica
mundial. Na semana passada, por exemplo, a China comprou cem Airbus
A320, um contrato de US$ 9,7 bilhões.
A apresentação do novo avião coincide com o crescimento do mercado
aeronáutico chinês, impulsionado pela emergente classe média do país. O
país precisará de 6,3 mil aviões para linhas aéreas nos próximos 20
anos, apontam projeções da Boeing.
— O setor do transporte aéreo não pode depender exclusivamente das
importações. Uma grande nação deve ter sua própria aeronave comercial —
afirmou Li Jiaxiang, presidente da aviação civil chinesa.
Analistas de aviação ficaram um pouco céticos com os planos do
governo do país asiático. Afinal, a Rússia também desenvolve aviões e
não consegue emplacar vendas pelo mundo. E a Comac não teve sucesso com o
seu jato regional (até cem lugares), o ARJ21. Com dificuldades para
comprovar a segurança do avião desde o primeiro voo de teste em 2008, o
modelo ainda não obteve certificado para operação comercial nos Estados
Unidos.
O projeto do C919 enfrenta atraso no cronograma. Depois do voo de
teste previsto para ao longo do próximo ano, o primeiro voo comercial
deve ocorrer somente em 2017. As companhias aéreas passariam a contar
com o modelo em suas frotas a partir de 2018. A Comac informou já ter
recebido 517 pedidos, quase que exclusivamente de companhias chinesas.
A China também é cliente da brasileira Embraer. Em maio, a fabricante
acertou a venda de 22 aeronaves para a Tianjin Airlines _ 20 modelos
E195 e dois E190-E2 (ainda em desenvolvimento). O valor do contrato é de
US$ 1,1 bilhão. Segundo a empresa brasileira, outros 18 jatos E190-E2
ainda poderão ser vendidos nesse contrato.
Dados técnicos do C919
Fabricante: Commercial Aircraft Corp. of China (Comac)
Capacidade em classe econômica: 168 lugares
Autonomia de voo: até 5.555 quilômetros
Velocidade máxima: 900 km/h
Comprimento: 38,9 metros
Envergadura: 35,8 metros
Previsão de voo de teste: 2016
Fabricante: Commercial Aircraft Corp. of China (Comac)
Capacidade em classe econômica: 168 lugares
Autonomia de voo: até 5.555 quilômetros
Velocidade máxima: 900 km/h
Comprimento: 38,9 metros
Envergadura: 35,8 metros
Previsão de voo de teste: 2016
fonte/foto/AFP/ZeroHora
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