NÚMERO EM PEÇA DE AVIÃO ACHADA É DE UM BOEING 777, DIZ MALÁSIA


Autoridades francesas analisam suposta parte de avião da Malaysia Airlines, na ilha de Reunião, nesta quinta-feira (30) (Foto: Zinfos974/Prisca Bigot/Reuters)Autoridades francesas analisam suposta parte de avião da Malaysia Airlines, na ilha de Reunião, nesta quinta-feira (30) (Foto: Zinfos974/Prisca Bigot/Reuters)
 
O número de uma peça que fazia parte dos destroços da aeronave encontrada no oceano Índico confirma que eles pertencem a um Boeing 777, informou nesta sexta-feira (31) uma autoridade de transporte da Malásia.

"A partir do número da peça, está confirmado que os destroços pertencem a um Boeing 777. A informação é da MAS (Malaysia Airlines). Eles me informaram", declarou o vice-ministro dos Transportes, Abdul Aziz Kaprawi, à AFP. "Acredito que estamos nos aproximando da resolução do mistério do MH370. Esta pode ser a evidência convincente de que o MH370 caiu no oceano Índico".
A Malaysia Airlines não comentou até o momento esta informação.

Um Boeing 777 era o avião que fazia o voo MH370 da Malaysia Airlines que desapareceu em 8 de março de 2014 quando voava de Kuala Lampur para Pequim.

Com a confirmação, se torna mais provável que a peça faça parte do avião da Malaysia Airlines, já que não há relatos de outro Boeing 777 desaparecido no mundo.

Os investigadores acreditam que ele misteriosamente se desviou de seu trajeto de Kuala Lumpur a Pequim, em março do ano passado, e posteriormente caiu no sul do oceano Índico.

A parte da asa encontrada na ilha francesa de Reunião apresenta o número da peça "657 BB", de acordo com fotos dos escombros.

O pedaço de dois metros de comprimento encontrado, conhecido como "flaperon", foi enviado à França para análise.

As observações de Abdul Aziz são as declarações oficiais mais recentes que apontam para a probabilidade cada vez maior de que os destroços pertençam ao voo da Malaysia Airlines.

Austrália
 
"Estamos cada vez mais convencidos de que os destroços são do MH370", declarou à AFP o diretor do Escritório Australiano de Segurança dos Transportes mais cedo nesta sexta. 

Se forem levadas em consideração as projeções da deriva do avião em função das correntes marinhas, "estamos convencidos de que procuramos no lugar correto", afirmou o ministro australiano dos Transportes, Warren Truss.

"A confirmação de que os fragmentos do avião descobertos na Reunião são os do [voo] MH370 reforçará a ideia de que estamos no lugar correto", completou.
A peça foi descoberta nesta quarta-feira (29). Ela tem dois metros de comprimento e aspecto similar a uma parte da asa de um avião. As autoridades envolvidas nas buscas - principalmente da Malásia e daAustrália - se mostraram esperançosas com o achado.

O escritório especializado em investigação e acidentes da aviação civil francesa (BEA) "se encarregou de coordenar a investigação francesa e a investigação internacional, realizada principalmente por especialistas malaios e australianos", explicou a prefeitura da ilha de Reunião em um comunicado.

Buscas
As buscas realizadas até o momento levaram as autoridades a acreditar que a aeronave caiu no sul do oceano Índico, devido aos sinais do avião detectados por satélite, mas nunca uma prova física havia sido encontrada.

"É manifestadamente um passo muito importante, e se estes destroços procederem efetivamente do MH370, isso permitirá às famílias um desenlace", disse o ministro dos Transportes da Austrália, Warren Truss.

A peça havia sido encontrada na quarta-feira em Saint André de La Reunion, no litoral oriental da ilha francesa, por funcionários de uma associação encarregada da limpeza da margem.

"Começamos a trabalhar às 7h. Por volta das 9h, fizemos uma pausa. Eu aproveitei para ir buscar uma pedra na margem. Naquele momento vi uma coisa incomum na margem", contou Johnny Bègue, que liderava a equipe encarregada da limpeza.

Depois de perceber que se tratava de um pedaço de avião, coberto em grande parte de areia, a equipe o levou à terra firme e posteriormente avisou as forças de ordem.

Perto do local foi encontrado nesta quinta-feira um pedaço de mala marrom, acrescentando um novo ingrediente ao mistério.

Um pedaço de destroços que parece ser parte da asa de um avião é levado por policiais após ser achado na ilha francesa de Reunião, levando a especulações de que seria do voo MH370 da Malaysia Airlines, desaparecido em março de 2014 (Foto: Yannick Pitou/AFP)Um pedaço de destroços que parece ser parte da asa de um avião é levado por policiais após ser achado na ilha francesa de Reunião, levando a especulações de que seria do voo MH370 da Malaysia Airlines, desaparecido em março de 2014 (Foto: Yannick Pitou/AFP)
 
Muito cedo para especular
Uma equipe malaia formada por especialistas do departamento de Aviação Civil e da Malaysia Airlines, aos quais se unirão representantes da Boeing, viajou nesta quinta à ilha de Reunião para analisar os destroços, disse o vice-ministro dos Transportes da Malásia, Abdul Aziz Kaprawi, afirmando que podem ter os resultados em dois dias.

A Malaysia Airlines disse que continuava sendo "muito cedo para a companhia especular sobre a origem do 'flaperon'", a parte em questão da asa através da qual os destroços foram identificados.
A ilha de Reunião encontra-se a 4.000 quilômetros da área considerada mais provavelmente a zona do impacto, mas os especialistas consideram que a peça pode ter sido arrastada pela correnteza.
Para os parentes das pessoas que estavam a bordo, o dilema entre querer dar um fim a esta história e acreditar que seus entes queridos ainda seguem vivos em algum lugar segue latente.

"Começou tudo de novo, olhar o telefone constantemente à espera de notícias", disse Jacquita Gonzales, esposa do supervisor da tripulação de cabine, Patrick Gomes.
"Temos sentimentos conflitantes. Se for certo, ao menos sei que posso ter paz e dar ao meu marido uma despedida adequada. Mas uma parte em nós ainda tem esperança de que estejam vivos em algum lugar".
O governo malaio foi acusado de incompetência, sigilo e falta de sensibilidade com os parentes, e muitos criticam o fato de a atenção ter sido concentrada no oceano Índico, considerando que outras possibilidades estavam sendo ignoradas.

Relembre o caso
O voo MH370 da Malaysia Airlines, um Boeing 777-200, decolou de Kuala Lumpur na madrugada do dia 8 de março com 239 pessoas a bordo e deveria chegar a Pequim seis horas mais tarde. Quarenta minutos após a decolagem, o avião desapareceu subitamente das telas do radar.

As autoridades malaias asseguram que o aparelho mudou de rumo em uma "ação deliberada" para atravessar a Península de Malaca em direção contrária a seu trajeto inicial sem motivo aparente.

Segundo o grupo de especialistas que estuda o caso, o avião voou em direção ao sul do Índico com todas as pessoas a bordo inconscientes pela falta de oxigênio até ficar sem combustível e cair ao mar. Desde então não se encontrou nem sequer um pequeno pedaço da fuselagem da aeronave que confirme o acidente.

Segundo as investigações, o avião caiu em algum lugar das águas do sul do Oceano Índico.

fonte/foto/G1

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