PASSAGEIROS ESPERAM 10 HORAS PARA ATERRISAR EM CUIABÁ E DENUNCIAM DESCASO DA GOL
As duas horas de viagem de avião entre
São Paulo e Cuiabá acabaram se transformando em 10 horas de espera,
falta de informação e qualquer tipo de suporte para os passageiros do
voo 2056 da Gol, desta sexta-feira (21/11). Eles partiram às 16h50 do
aeroporto de Guarulhos (SP), com previsão de chegada no Marechal Cândido
Rondon às 18h05, mas só conseguiram colocar os pés em solo cuiabano às
3h da madrugada de sábado (22).
Nesse meio tempo, cada um deles
ganhou um pacote de amendoim de 30 gramas para se alimentar, passaram
pela experiência de três arremetidas e de um raio atingir o avião. Para
alguns dos passageiros, a Gol Linhas Aéreas tratou os clientes com
descaso, sem dar informações ou suporte necessário, para tentar evitar
gastos adicionais.
Um passageiro, que preferiu se
identificar apenas como Bruno, contou ter começado a se sentir inseguro
quando o piloto da aeronave – um Boeing 737-700 com capacidade para 144
passageiros e seis tripulantes – não conseguiu explicar direito aos
viajantes o motivo da primeira arremetida no aeroporto de
várzea-grandense.
O piloto ainda tentou aterrissar em
Cuiabá mais uma vez, teve de realizar outra arremetida e então seguiram
para o aeroporto de Campo Grande (MS). Chegaram no local às 19h40.
Todos os passageiros precisaram ficar no avião, que reabasteceu e
retornou para Cuiabá para tentar um novo pouso e novamente precisou
arremeter. Depois da tentativa frustrada, o piloto se manteve na área
aérea cuiabana para tentar nova aterrissagem, quando aconteceram alguns
dos momentos de maior tensão.
“Pensamos que a Gol não colocaria nossa
vida em risco, mas às 20h voltamos para Cuiabá, tentamos pousar mais uma
vez, não conseguiu. Caiu raio no avião. Pessoas passaram mal, vomitar.
Tinha adolescentes, pessoas de muita idade. Pessoas chorando, pessoas
ouvindo musica religiosa e outras fazendo oração com medo do avião cair.
E o avião ficou rodando em Cuiabá. Estava todo mundo muito nervoso”,
disse Bruno.
De acordo com o jornalista Lucas Bólico,
que também estava no voo, o avião voltou a aterrissar em Campo Grande
após às 22h30. Dessa vez os passageiros foram liberados para
desembarcar, mas a equipe da Gol não tinha informações concretas sobre o
que fariam.
Depois de 40 minutos de indecisão,
afirmaram que não ia ter como hospedar ninguém na cidade e que todos
teriam de reembarcar para nova tentativa de aterrissagem. Contudo,
precisariam trocar a tripulação, pois aquela já havia passado do tempo
de trabalho permitido por lei.
E como o restaurante conveniado com
a Gol não estava servindo alimento, somente depois da meia-noite algo
para comer foi dado aos passageiros, o kit de emergência: uma pacote de
amendoim de 30 gramas. Então, depois de esperar até 1 da manhã, os
passageiros remarcaram. Nesse momento, uma mulher passou mal e precisou
ser levada de ambulância para atendimento.
Quando conseguiram pousar em Cuiabá, com
oito horas de atraso, 10 horas após ter decolado de Guarulhos, os
passageiros receberam um vale de R$ 25 que somente poderia ser consumido
na loja do aeroporto do Rei do Mate. "Eles fizeram de tudo para não ter
que pagar hospedagem. Só pensaram em economizar o dinheiro deles e não
se importaram com os passageiros", disse Bruno.
O Olhar Direto entrou em contato com a
assessoria da Gol Linhas Aéreas, mas até o momento da publicação desta
matéria não houve retorno. Além do voo 2056 da Gol, um voo da Azul
Linhas Aéreas teve um atraso de aproximadamente uma hora. Mais três voos
que partiriam de Cuiabá foram cancelados devido ao mau tempo.
fonte/OlharDireto
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