FUNCIONÁRIO DERROTA SINDICATO E VOLTA AO TRABALHO NA EMBRAER


Funcionários da Embraer votam em assembleia. Foto: Claudio Vieira Funcionários da Embraer votam em assembleia. Foto: Claudio Vieira

Os funcionários da Embraer, de São José dos Campos, retornaram nesta segunda-feira ao trabalho após quatro dias de paralisação.

A decisão foi tomada ontem de manhã, em assembleia realizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos.
Na reunião, ocorrida na portaria principal da fábrica, na avenida Faria Lima, região sudeste da cidade, ficou evidente uma divisão entre os empregados e o sindicato.
Um grande grupo de trabalhadores contrários à greve estava vestido de azul, a cor símbolo da empresa, em protesto contra o sindicato.
A assembleia transcorreu em um clima tenso e durou menos de uma hora. Em certo momento, houve empurra-empurra entre o grupo contrário à greve e sindicalistas.

Divisão. Ao final, sindicato colocou proposta de suspensão da greve em votação, sendo aprovada pela maioria.
Posteriormente, o vice-presidente da entidade, Herbert Claros, declarou à imprensa que houve divisão entre os trabalhadores.
“A votação foi dividida e o sindicato não mantém greve com divisão”, afirmou.
Segundo ele, “gerentes e chefias da Embraer pressionaram os funcionários para encerrar o movimento”.
Os trabalhadores reivindicavam ao menos 10% de aumento salarial. O sindicato, no entanto, não colocou em votação proposta da empresa e da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) de reajuste de 7,4%.
A Embraer já havia concedido, por decisão própria, aumento de 5,30% a partir de 1° de setembro, data-base da categoria.
“A proposta da empresa não foi colocada em votação porque foi rejeitada pelo sindicato na mesa de negociação”, afirmou Claros.

Presença. Segundo o sindicato, a assembleia reuniu cerca de 8.000 trabalhadores.
A Embraer estimou em cerca de 5.000 o número de funcionários presentes.
Na sexta-feira, funcionários da companhia descontentes com a greve utilizaram as redes sociais, principalmente o Facebook, para criar um movimento contra a paralisação.
Mais de 4.000 pessoas aderiram ao movimento.
O sindicato decidiu entrar com ação de dissídio coletivo contra a Embraer para tentar buscar, na Justiça, o reajuste salarial de 10% para os trabalhadores, redução da jornada para 40 horas semanais, estabilidade no emprego e o não desconto dos dias parados durante a greve.
A ação será protocolada no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), em Campinas.
“Consideramos o movimento vitorioso. É a maior manifestação dos trabalhadores da empresa desde a sua privatização em 1994”, afirmou ontem o dirigente sindical

Fim da greve
Empregados da Embraer decidiram ontem encerrar a paralisação iniciada na semana passada por reajuste salarial de ao menos 10%

Clima
A decisão foi tomada em assembleia realizada ontem pela manhã, que ocorreu em clima tenso

Grupo
Um grande grupo de funcionários contrários à paralisação compareceu ao encontro vestido de azul, a cor símbolo da companhia

Divisão
Com a divisão entre os funcionários e o Sindicato dos Metalúrgicos, a entidade decidiu colocar em votação o fim do movimento, que foi aprovado pela maioria dos presentes

Reajuste
O sindicato vai recorrer à Justiça do Trabalho

Ação
A ação será protocolada no TRT de Campinas



Empresa garante que não vai descontar dias parados


A Embraer informou ontem aos seus funcionários, em comunicação interna, que não irá descontar os dias parados.
Segundo a empresa, os empregados não fizeram greve, mas sim “foram impedidos pelo Sindicato dos Metalúrgicos de entrarem na empresa para trabalhar”.
Em nota, a companhia informou que “tão logo o sindicato retirou os bloqueios, a partir das 9h45, os empregados puderam entrar na unidade Faria Lima e retomaram as atividades, que seguem normalmente. Ainda não é possível avaliar os impactos da paralisação provocada pelo sindicato”.
“Também hoje [ontem] o sindicato bloqueou o acesso dos empregados à unidade de Eugenio de Melo, impedindo o direito de ir e vir. Em assembleia, os empregados daquela unidade decidiram pela não paralisação”, informou.
A empresa criticou o sindicato por não ter colocado a proposta de reajuste em votação. “Mais uma vez o sindicato não levou a proposta da Fiesp à votação pelos empregados, conduzindo o processo para um possível dissídio coletivo”.
A empresa reiterou apoio à proposta da Fiesp.

fonte/foto/OVale

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