SENADO RETOMA DEBATE SOBRE COMPRA DE CAÇAS
Foto: Divulgação
O Senado Federal promove na terça-feira novo debate sobre o F-X2,
programa de compra de 36 caças de última geração para a FAB (Força Aérea
Brasileira).
A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional convocou o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro-do-ar, Juniti Saito, para o debate.
O assunto volta ao cenário político no momento em que a Aeronáutica decidiu desativar em dezembro os 12 Mirage 2000 do 1.º Grupo de Defesa Aérea, sem que o governo tenha decidido o processo F-X2.
Durante visita a São José dos Campos anteontem, o brigadeiro Saito confirmou a desativação da frota dos Mirage. As aeronaves já atingiram o ápice da vida e agora caminham para que os especialistas chamam de fadiga, o que não permitirá mais que os aviões saiam do solo.
“Vamos conversar com os senadores. Temos um programa sério de reposição de caças. O nosso estudo já foi feito e está com a presidente Dilma Rousseff (PT), a quem cabe a decisão final”, afirmou o brigadeiro.
Ele se diz esperançoso e acredita que poderá haver novidades em breve. “Quem sabe até o final deste ano”, disse.
Saito, no entanto, evitou dar detalhes a respeito e prefere aguardar pela decisão do Palácio do Planalto.
Disputa. A etapa final da disputa pela compra dos caças e transferência de tecnologia envolve a norte-americana Boeing, com o modelo F-18 Super Hornet, a francesa Dassault, com o Rafale, e a sueca Gripen, com o Gripen NG.
O contrato, que envolve também o fornecimento de equipamentos, peças e serviços pode atingir até US$ 6,5 bilhões.
Para Expedito Bastos, especialista em assuntos militares da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG) o atraso na definição do F-X2 já virou uma novela, “É impressionante. O programa se arrasta desde o governo FHC (Fernando Henrique Cardoso). É lamentável.”
Na avaliação do especialista, a Aeronáutica corre o risco de “ficar sucateada”.
Segundo Expedito, pela demora na definição, não está descartada a possibilidade de o governo criar o F-X3.
Cooperação. As três concorrentes do programa já firmaram parcerias com o cluster aeroespacial de São José dos Campos.
Periodicamente uma ou outra empresa promove encontros com possíveis futuros parceiros para o programa.
O que é considerado certo é que, independente do modelo de caça militar que seja selecionado, a Embraer estará presente no programa como empresa parceira.
Programa se arrasta desde 1996 São José dos Campos
O programa F-X2 surgiu em 1996, no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
À época, pela primeira vez, a presidência da República recebeu um estudo da FAB (Força Aérea Brasileira) que mostrava a necessidade de renovação da frota de caças.
Nascia o programa F-X, que acabou não avançando.
Em 2008, a Aeronáutica lançou a versão do programa F-X2, ainda em tramitação.
Em setembro de 2009, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante visita do presidente francês ao Brasil, Nicolas Sarkozy, anunciou que a França seria a fornecedora dos caças, com o modelo Rafale, da Dassault.
No entanto, o anúncio do presidente provocou mal estar e intenso lobby e, meses depois, não se concretizou.
Desde então, o governo empurra o programa, sem tomar uma definição sobre o reaparelhamento da FAB.
Novela
O programa de renovação da frota de caças da FAB teve início em 1996, na gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso
Necessidade
Aeronáutica argumenta que é preciso modernizar a frota de caças em razão do envelhecimento dos jatos em atividade
Mirage
No final deste ano, a FAB vai aposentar a frota de 12 Mirage 2000
Decisão
A Aeronáutica já definiu sua opção (não revelada publicamente) e o relatório está no Palácio do Planalto, para decisão presidencial.
O programa de renovação da frota de caças da FAB teve início em 1996, na gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso
Necessidade
Aeronáutica argumenta que é preciso modernizar a frota de caças em razão do envelhecimento dos jatos em atividade
Mirage
No final deste ano, a FAB vai aposentar a frota de 12 Mirage 2000
Decisão
A Aeronáutica já definiu sua opção (não revelada publicamente) e o relatório está no Palácio do Planalto, para decisão presidencial.
fonte/OVale
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