BRASIL ESTÁ MAIS PERTO DE COMPRAR CAÇAS DA BOEING APÓS VISITA DE BIDEN
F-18 to Yuma (Photo credit: United States Marine Corps Official Page) |
O Brasil está mais perto de escolher os caças F-18 da Boeing BA.N em um
dos contratos de defesa mais cobiçados no mundo em desenvolvimento após
o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tratar as principais
dúvidas do governo brasileiro durante uma visita a Brasília, disseram
autoridades à Reuters.
Biden se reuniu com a presidente Dilma Rousseff na sexta-feira passada
(31) e assegurou-lhe que o Congresso dos EUA deverá respeitar a promessa
da Boeing de transferir tecnologia para o Brasil como parte do negócio,
disseram três autoridades que estavam presentes, sob condição de
anonimato.
O acordo envolverá 36 caças avaliados em US$ 4 bilhões, com prováveis
encomendas subsequentes que deverão aumentar o valor do contrato de
forma significativa ao longo do tempo. O acordo é crítico no momento em
que os EUA e muitos países da Europa estão apertando os orçamentos
militares. Os outros finalistas na competição são a francesa Dassault e a sueca Saab.
Dilma ainda não tomou a decisão final, e o momento para realizar o
anúncio ainda não está claro, frisaram as fontes. Mas elas também
disseram que os comentários de Dilma para Biden e outros recentes
acontecimentos sobre o tema sugerem uma preferência pela Boeing, com uma
possível decisão antes da visita da presidente brasileira à Casa Branca
para se encontrar com o presidente norte-americano, Barack Obama, em
outubro.
"Se for a Boeing, Biden vai merecer muito do crédito", disse um alto funcionário do governo brasileiro.
A principal preocupação de Dilma com a oferta da Boeing foi o fato de
que o Congresso dos EUA poderia bloquear a transferência de tecnologia
por questões de segurança nacional.
O Brasil tem relações amistosas com os EUA, mas irritou alguns
legisladores norte-americanos nos últimos anos por suas interações com
Irã, Venezuela e outros países que antagonizam com Washington.
Dilma disse que a transferência de tecnologia é ainda mais importante
do que os caças em si, porque o negócio deve impulsionar a própria
indústria brasileira de defesa, incluindo a fabricante de aviões Embraer.
Biden não fez promessas absolutas sobre o que o Congresso
norte-americano faria. Mas ele citou suas mais de três décadas de
experiência no Senado para tratar das preocupações da presidente, ponto
por ponto, disseram as fontes.
Segundo o relato das fontes, Biden explicou que os senadores democratas
nunca se colocaram contra Obama em vendas estratégicas na área de
defesa, enquanto a maioria dos republicanos segue a liderança do senador
do Arizona, John McCain, que manifestou apoio ao negócio com o Brasil.
Biden teria dito ainda que os cortes no orçamento de defesa dos EUA
podem reduzir a oposição no Congresso a um acordo que ajudaria uma
empresa dos EUA. Ele também citou exemplos que mostram que o Congresso
norte-americano bloqueou vendas no segmento de defesa em regiões
estrategicamente difíceis no mundo, como no Oriente Médio, mas não em
áreas pacíficas e democráticas, como a América do Sul.
Antes que a conversa fosse para outros assuntos, Dilma teria agradecido
a Biden pelos argumentos "fortes" à favor da Boeing, disseram duas das
fontes.
Perguntado sobre a conversa, um representante da Casa Branca disse que
não iria fazer comentários sobre encontros privados, "mas em geral os
EUA apoiam fortemente a oferta da Boeing".
O Brasil começou a considerar a substituição de seus caças Mirage na
década dos anos 1990, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
declarou publicamente em 2009 que iria escolher a Dassault. No entanto,
por uma série de razões, desde restrições orçamentárias a ciclos
eleitorais, a compra de caças pelo governo brasileiro ainda não foi
fechada.
fonte/Reuters/UOL
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