PASSAGEIROS RELATAM PÂNICO APÓS FOGO EM TURBINA DE AVIÃO


Eles já deveriam estar em Dallas, nos Estados Unidos, mas se dizem aliviados após terem passado a noite em um hotel na Zona Norte de São Paulo. Passageiros do voo 946 da American Airlines passaram por momentos de tensão após um incêndio em uma turbina fazer a aeronave retornar, na noite desta segunda-feira (2), ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo. "Eu pensava: freia, ejeta minha poltrona porque vai explodir. O chão era tudo o que a gente queria”, conta a médica psiquiatra Mariana Lopes, de 27 anos.


A American Airlines informou em nota que o avião apresentou "um problema mecânico" e que passava por manutenção nesta manhã. A assessoria de imprensa afirmou que não irá especificar qual foi a falha apresentada. (Veja íntegra da nota abaixo)
A médica Mariana Lopes está em viagem com o marido Thiago Donassolo, de 31 anos. Recém-casados, eles fariam uma conexão em Dallas para chegar ao Hawai, onde passarão a lua de mel. Eles estavam sentados bem próximo à turbina que apresentou defeito. “O bico da aeronave já tinha saído do chão quando começaram as explosões. Nada muito barulhento, era parecido com fogos de artifício”, contou o advogado.
Ao ver o clarão, Mariana se assustou.  “A gente sabe que o piloto fez o procedimento correto, mas quando se está lá em cima, a vontade é descer o mais rápido possível”, declarou Donassolo. Já no alto, as explosões pararam, segundo os passageiros. Porém, restava ainda o cheiro de fumaça e a angústia de não saber o que estava acontecendo.
A empresária Kenia Caprini, de 41 anos, a filha Thays Avila, de 16 anos, e a enteada Isabella Caprini, de 20 anos, também se recuperavam do susto nesta manhã e viram o momento em que uma aeromoça correu para pegar o telefone. “Ninguém dizia o que tinha acontecido. Quando fui perguntar, ela me disse para pegar uma revista para ocupar a cabeça”, afirmou Thays.

Kenia teve o impulso de se levantar para pegar o celular e ligar para o marido. “Queria dizer: ‘tchau, estou caindo’, mas as meninas não deixaram”, disse a empresária. Finalmente, ela pegou no braço de um americano que estava ao seu lado. “Eu grudei no braço dele. Não queria cair sozinha”, contou.

Apesar do apuro, ninguém deixou as poltronas. “Tinha gente rezando, tremendo, mas ninguém se levantou”, observou a dona de casa Doracy Mota, de 72 anos, que viajava para visitar a neta acompanhada pela filha, a professora universitária Sandra Denise Mota, de 46 anos. “Estava no lado oposto e vi a hora em que ele [o avião] liberou o combustível. Achei que a gente ia morrer”, disse a professora que passaria o 4 de julho, Dia da Independência dos Estados Unidos, com a filha. “Nós tínhamos programado de ver os desfiles e a final da Libertadores. Estou levando camisetas do Corinthians para ela e o marido.”
Quando o avião tocou o solo cerca de 50 minutos mais tarde, os passageiros aplaudiram intensamente. Ninguém ficou ferido. “Minha mãe e eu fomos praticamente as últimas a deixar o avião. Quando o piloto saiu da cabine até os tripulantes aplaudiram. Tenho certeza de que eu devo a minha vida à perícia desse piloto”, afirmou.

Nota da empresa
Veja abaixo a íntegra da nota da American Airlines:

“Na madrugada de terça-feira (3), o voo 946 da American Airlines, de São Paulox para Dallas, apresentou um problema mecânico logo após a decolagem. A aeronave 767-300, com 219 passageiros a bordo, retornou para São Paulo com a finalidade de realizar manutenção e solucionar o defeito.

O voo, que decolou às 0:08, pousou normalmente às 0:48. O voo foi cancelado e os passageiros receberam toda a assistência da companhia aérea, sendo levados para um hotel próximo. Eles serão realocados em outros voos, na data de hoje [terça-feira]. Pedimos desculpas por qualquer inconveniente, no entanto a segurança de nossos passageiros e da tripulação é nossa prioridade”.
fonte/G1


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