AVIÕES SERÃO USADOS PARA SEMEAR ARAUCÁRIAS
Uma chuva de pinhões deve fazer nascerem 10 milhões de mudas de araucária no Estado nos próximos três anos. O projeto-piloto vai ser realizado em 5 de julho em Campinas do Sul, no norte do Estado, para reforçar o uso ambiental e econômico da árvore.
O Departamento de Florestas e Áreas Protegidas (Defap) da Secretaria Estadual do Meio Ambiente vai usar pela primeira vez uma técnica de cultivo com o uso de aviões. O pinheiro brasileiro (Araucaria angustifólia) já cobriu boa parte do território de Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Ameaçada de extinção, a planta vem dando lugar a lavouras.
— Como é uma árvore protegida pela legislação desde 2000, ficou na cabeça das pessoas que, depois de crescida, não vão mais poder cortá-la. Então, os agricultores cortam os pinheirinhos ainda pequenos — diz, Roberto Ferron, diretor do Defap.
Para substituir a técnica manual de plantio, que é mais trabalhosa, o Defap imitou as gralhas e criou uma técnica pioneira no Brasil. Inspirado na fertilização aérea, fará o plantio com o uso de aviões. Duas ilhas cedidas pela Tractebel na área alagada pela usina hidrelétrica de Passo Fundo, uma de 10 hectares e outra de 30 hectares, servirão para o projeto-piloto, marcado para a primeira semana de julho.
Apelidada de Programa de Educação Florestal Gralha Azul, a primeira semeadura de avião será monitorada pelo curso de engenharia florestal do campus da Universidade Federal de Santa Maria em Frederico Westphalen. O engenheiro florestal e diretor do Defap, Roberto Ferron estima que o plantio seja capaz de intensificar o valor ambiental e econômico da árvore, que em 10 anos estará produzindo pinhões.
Nesse momento, a safra extrativista do pinhão está em crescimento no Rio Grande do Sul, com comércio forte a partir de junho. Cada pinheiro produz em média 50 pinhas. No Estado, os locais de maior produção são as regiões de Campos de Cima da Serra, Serra do Botucaraí e Norte.
A produção média no Estado, conforme a Emater, é de 5 mil toneladas da semente, mas neste ano a estiagem prolongada e problemas na polinização causaram quebra de 60% na safra. O preço por quilo, que era de R$ 2,50 no ano passado, subiu para cerca de R$ 3 nos supermercados.
fonte/ZeroHora
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